Curso de Medicina: os bastidores da audiência (2)

Retornando aos “bastidores” da audiência com o Ministro da Educação Fernando Haddad, no último dia 12 de agosto, em Brasília, com o governador José Maranhão e outros lideres políticos e educacionais da Paraíba, alguns “lances”, além dos citados na edição 610, foram interessantes. Com a saída do Ministro do recinto, por mais de uma hora, desta feita, todos em pé, foi travada uma longa discussão entre os técnicos do MEC-SESU, o reitor Thompson Mariz, o diretor do Campus Cesário Neto e o diretor do HRC Antonio Fernandes, sob o olhar atento do deputado José Aldemir e alguns cajazeirenses, que também sugeriam saídas para o impasse, além de opiniões sobre a criação de novos cursos e a manutenção do curso de medicina.

Enquanto num canto do salão este grupo discutia, um outro dava entrevistas às emissoras de rádio, principalmente os políticos, cada um puxando as brasas para a sua sardinha.

Como não é todo dia que se tem “disponível” o governador do Estado, aproveitei a ocasião para saber sobre as obras do Novo Aeroporto de Cajazeiras, principalmente sobre a Estação de Passageiros e ele me disse que já estava em processo de licitação e fomos “interrompidos” pelo deputado federal Vital Filho e já complementava as informações que logo depois, no máximo em 30 dias, que o aeroporto fosse homologado, uma empresa aérea já começaria a operar com vôos normais e lembrava dos recursos que havia conseguido junto ao Ministério da Defesa, no valor de um milhão de reais, para o balizamento noturno do mesmo.

O governador se despediu já que tinha compromissos em outros ministérios e o grupo de cajazeirenses ficou discutindo sobre outros investimentos em Cajazeiras e a reunião entre os dirigentes da UFCG e os técnicos do MEC parecia não chegar ao fim. Enquanto isto, num outro canto da sala se abraçava os deputados Jeová Campos e José Aldemir e com conversas de pé de ouvido, num cochicho tão baixinho que nem ouvido de elefante era capaz de captar as palavras, mas dava para perceber, pela alegria dos dois que as negociações que envolviam trocas de redutos eleitorais já estavam bastante avançadas e os dois aproveitavam para pedir votos.

Vale lembrar ainda, que o governador, logo que terminou a reunião foi em busca de Zé Aldemir querendo saber o que havia acontecido em São João do Rio do Peixe já que o prefeito Lavoisier havia rompido com ele e Maranhão com um bom “conquistador” soltou elogios sobre Zé Aldemir, como quem não queria nada, mas querendo tudo, deixou a entender: Zé, qualquer disponha. Maranhão não perde tempo.

O telefone celular de Jeová toca e era o governador José Maranhão que convidava toda a comitiva para um almoço num restaurante. Aí quando se falou em “matar a fome” todo mundo se apressou em concluir os assuntos, para atender ao chamamento do governador.

A diretoria da Associação dos Cajazeirenses de Brasília deu um apoio excelente ao encontro e contribuiu também para o êxito da audiência e levaram a tiracolo as bandeiras da Paraíba e do município de Cajazeiras e servirem de enfeite para muitas dezenas de fotografias do evento.

Bem, durante o almoço, o deputado Jeová Campos, foi o exemplo mais marcante e nos deu uma excelente aula de como se alimentar bem, principalmente diante um suculento churrasco. Todos mais descontraídos e alegres festejavam a vitória e brindavam com um bom uísque. O governador José Maranhão, como um bom anfitrião, aproveitou a ocasião para comentar com mais detalhes os resultados da audiência, mas sempre de olho no atendimento aos seus convidados. Da ponta da mesa Wilson Santiago pedia votos, sob o olhar atento e curioso de Vital Filho que também se agregava ao pedido de Wilson, na sua caminhada ao senado da República.

Desta histórica audiência todos nós aguardamos que ela possa nos trazer bons resultados, esta é a nossa esperança. As negociações voltaram a ser postas numa mesa nesta última segunda-feira, dia 23, em Brasília, com os técnicos do MEC e os dirigentes da UFCG, sob o comando do reitor Thompson Mariz. É uma verdadeira maratona e grandes são as lutas e as batalhas para se conquistar avanços em qualquer setor em beneficio deste sertão e do povo que nele mora e precisa ser menos desigual neste País, onde somente uma minoria tem acesso à educação superior.
 

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Radomécio Leite

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