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Radomécio Leite

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Curso de Medicina: os bastidores da audiência (1)

22/08/2010 às 16h42

No último dia 12 de agosto, dia da audiência pública, realizada em Brasília, com o Ministro da Educação Fernando Haddad, para se discutir um parecer, da Secretaria de Ensino Superior (SESU), cujo resultado exarava uma impugnação do curso de medicina do Campus de Cajazeiras, aconteceram alguns fatos inusitados, que só depois, passada a tensão, pouco a pouco fomos anotando na memória e antes que me esqueça, eis:

De um lado o ministro e a assessoria técnica da SESU, do outro o reitor Thompson Mariz e seus auxiliares e mais lideranças políticas da Paraíba, comandada pelo governador José Maranhão e se fazia acompanhar dos senadores Roberto Cavalcante, Wilson Santiago e dos deputados federais Luis Couto e Vital do Rego Filho e dos deputados estaduais Jeová Campos e José Aldemir Meireles e representantes da sociedade civil organizada, representada pelo presidente da Associação Comercial de Cajazeiras, José Antonio de Albuquerque e representantes da associação dos cajazeirenses e cajazeirados residentes em Brasília, sob a orientação de Ubiratan de Assis.

Alguns fatos que pude observar e registrar: a audiência havia sido solicitada pelo deputado federal Rômulo Gouveia para a quarta-feira, dia 11, mas prevaleceu a marcada pelo governador Maranhão, para o dia 13. O ministro ao chegar ao local, o Salão de Atos do MEC, fez a seguinte observação em voz alta: “virgem, que tanta gente”. Pensava ele que a audiência era apenas com o reitor e o governador.

Pelas palavras do ministro ficou mais do que claro que ele não sabia que o curso já existia em Cajazeiras e ficou “assombrado” ao saber que já estava no sétimo período e tinha 250 alunos e mais ainda quando tomou conhecimento que a “autorização” para funcionar teria sido apenas de “boca”, muito embora o diário oficial da União tenha publicado um edital determinando um número de professores para o curso e que ninguém se lembrou deste fato para tirar o reitor Thompson de uma tremenda “saia justa” depois que o ministro perguntou ao mesmo pela autorização e ele simplesmente disse: “não tem”. Ao ouvir a resposta o ministro quase desmaia e o reitor diante da postura do reitor, ficou pálido e quase perdeu a fala.

Foi neste momento da resposta do “não tem” que todos nós nos sentimos como um condenado subindo os degraus do cadafalso para ser enforcado e já tirávamos a conclusão: vamos perder o curso.

As negociações a partir deste momento ficaram mais tensas ainda e com as insistentes intervenções dos técnicos da SESU, que interrompiam a fala do ministro a todo instante, para dizer que não podia e que a “impugnação” tinha que ser mantida.

Depois de uma das falas mais contundentes do reitor e de outras intervenções do governador José Maranhão, dos senadores Wilson Santiago e Roberto Cavalcante, de repente apareceu um encaminhamento para o impasse e o ministro talvez tenha chegado à conclusão que era necessário se encontrar uma saída.

A sugestão surgiu do próprio ministro e o mesmo apresentou algumas propostas e algumas delas foram logo sanadas pelo governador, enquanto o deputado Vital Filho, num canto da sala já telefonava para o Conselho Regional de Medicina para pedir o seu apoio e ele de imediato já dizia que a resposta tinha sido positiva.

Depois desta abertura por parte do ministro, todos aliviados, criaram coragem e com mais ânimo e força, além do curso de medicina, outras demandas foram atendidas e ao invés de perder o curso de medicina, além dele, ganhamos mais sete: quatro licenciaturas: física, química, matemática e biologia e na área de saúde: educação física, fisioterapia e Terapia Ocupacional. Melhor não podia ser. Voltaremos aos bastidores na próxima semana.
 

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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