Chuvas abaixo da média

O mês de fevereiro está chegando ao seu final sem o registro de chuvas suficientes para consolidação da quadra invernosa e para elevar o nível dos reservatórios da região. Em Cajazeiras, por exemplo, choveu apenas 68 milímetros até agora, nos dois primeiros meses, um índice bem inferior ao do mesmo período de anos anteriores, inclusive neste tempo de seguidos invernos irregulares. 

As chuvas até o momento são isoladas, e esse quadro confirma as previsões iniciais reveladas pelos institutos de meteorologia e estudiosos em questões climáticas, de um inverno abaixo da média este ano, com sérias consequências para a região, que já enfrenta os efeitos de um longo período de estiagem.

O maior problema é a falta de água até para o consumo humano, pois se continuar assim, não haverá recarga nos mananciais, e muitas cidades ficarão sem abastecimento. Os açudes que abastecem as cidades estão praticamente secos, e a pouca água existente já não tem a qualidade desejada para o consumo.

O reservatório Engenheiro Avidos, em Boqueirão de Piranhas, por exemplo, está com apenas 9% de sua capacidade, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba. Sem recarga, a previsão é de colapso no abastecimento de Cajazeiras já a partir do próximo mês de abril.

Diante desse cenário, aumenta a preocupação da população, principalmente pela ausência de ações preventivas para um possível colapso no abastecimento. Alguns setores têm debatido o problema, mas sem o registro de nenhum encaminhamento concreto de solução pelo menos paliativa para seu enfrentamento.

Essa crise de água aumenta a cada dia, mas não há registro de políticas públicas nos municípios sertanejos para minimizar a situação. Um grande programa de perfuração de poços, por exemplo, vem sendo reclamado há tempo, pelas comunidades mais afetadas. Isso poderia ser feito numa parceria dos governos.

Mas, além dessa dura realidade de ausência de planos preventivos para se conviver com o fenômeno, há uma desatenção enorme com a nossa pouca reserva hídrica. Em pleno Sertão seco, a água tratada não vem sendo usada de forma racional. Há um muito consumo em construções e desperdícios em vazamentos nas redes de distribuição. É lamentável.

Em queda
Empresários do setor hoteleiro de Cajazeiras manifestaram preocupação com a seguida queda na taxa de ocupação na rede local, durante os períodos de carnaval. Segundo revelaram, as reservas nos hotéis vêm caindo nos últimos três anos. Na avaliação desses empresários cajazeirenses, o único grande evento turístico de Cajazeiras na atualidade vem perdendo público, ultimamente, o que reflete na redução de empregos temporários e renda no município.

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José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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