Carnaval e outros tons
Diz a tradição da malandragem que o ano começa somente depois do carnaval, Felizmente, este ano, a festa momesca foi aos primeiros dias de fevereiro. Passada a ressaca da folia, tudo volta ao normal. Pelo menos se espera. E as cinzas de uma quarta-feira se dissipam no ar trazendo para o cotidiano os problemas que a cidade vive. Problemas que começam com o próprio carnaval. Quem transitou pela cidade de Cajazeiras, sobretudo, por sua parte central, nos dias que antecederam ao carnaval enfrentou problemas de trânsito dignos de cidades grandes. Congestionamentos motivados pela interdição de várias ruas centrais da cidade onde se concentraram camarotes, palcos, barracas e outros apetrechos.
Talvez já seja chegado o momento para se pensar na promoção das festas populares em locais previamente construídos para esta finalidade. A titulo de sugestão, – e recomenda o bom senso que, que tem juízo pode ponderar -, seria interessante se pensar em um local que, dotado da infraestrutura necessária, abrigasse os eventos que, esporadicamente, a cidade promove, como carnaval, festas juninas. Talvez, os contrários a idéia ponderem que seria um investimento muito alto para o retorno financeiro e político. Afinal, são apenas alguns dias durante o ano que a cidade efervesce na vivência de suas tradições populares.
Mas, um local previamente reservado para estas festividades, pode também ser planejado na perspectiva de ser um espaço de vivência e de lazer para a cidade, com pistas para caminhadas, praças e outros equipamentos para o desfrute da população, áreas de estacionamento com tranqüilidade e segurança para todos. Isso, com certeza, daria, durante todos os dias do ano, uma utilidade bastante interessante para um espaço com essas configurações. Espaços que são carentes na cidade como comprova a quantidade significativa de pessoas que, diariamente, realizam caminhadas na área designada popularmente por Leblon, ou se espremem, com risco da vida, em precários acostamentos de rodovias federais e estaduais que circundam a cidade.
Podem ponderar ainda que, em muitas cidades como Salvador, Recife, Olinda, o carnaval acontece nas ruas da cidade e que isso se constitui em parte da tradição. No entanto, os moradores dessas cidades, sobretudo, aqueles que residem nos chamados corredores da folia, sabem os transtornos que é com viver com o barulho de charangas, orquestras e trios elétricos. Todos conhecem e nem sempre concordam com o inconveniente de transformar ruas em banheiros coletivos.
São reflexões que surgem no calor da folia e que precisam ser consideradas quando a tranqüilidade dos dias normais cobra a sensatez dos gestos e atos.
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