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José Antonio

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Cajazeiras no ano de 1889

24/01/2020 às 08h34

Coluna de José Antônio

O Almanak da Paraíba, editado em 1899, organizador por José Francisco de Moura e o livro Barra da Timbaúba, editado pela União, em 1994, do escritor João Rolim da Cunha (in memorian), publicaram importantes informações sobre a vida econômica e sobre o desenvolvimento urbano e rural do município de Cajazeiras, no ano de 1889.

Quando este documento foi produzido a cidade já tinha 36 anos de existência e Padre e Mestre Ignácio de Sousa Rolim, 89 anos de vida e foi o grande responsável pelo progresso e desenvolvimento de uma urbe fadada ao isolamento não fora sua determinada obstinação em plantar neste solo uma escola que o projetou nacionalmente e consequentemente fez a cidade crescer, florescer e se tornar uma das mais importantes do interior da Paraíba.

Ana e Vital já não estavam mais vivos para ver o quanto em derredor da sua fazenda, em 1889, já tinha uma população de 2.858 habitantes, infelizmente o documento não explicita quantos do sexo feminino e masculino e que o município já estabelecia uma previsão de arrecadação de 680$000 (seiscentos e oitenta mil reis) e que os responsáveis por esta receita eram: 09 comerciantes de tecidos, 01 farmácia, 08 comerciantes de secos e molhados, 16 de gêneros alimentícios, 04 com miudezas, 05 máquinas a vapor e tração animal, 10 engenhos de rapadura, imposto sobre gado vacum, cavalar e muar e imposto sobre casas edificadas.

Para cobrir a previsão de 392$700 sobre gado vacum, cavalar e muar foram identificados 158 contribuintes espalhados pelas fazendas e propriedades do município. A receita de 130$800 sobre casas edificadas na cidade foi feito um levantamento e relacionou-se 290 casas existentes na sede do município.

Faziam parte do comércio as mais representativas figuras da vida política e social, dentre eles o Coronel Vital de Sousa Rolim, Justino Bezerra de Sousa (que foi prefeito de Cajazeiras por 13 anos), José Ferreira Guimarães, João Bezerra de Melo, Joaquim Antonio do Couto Cartaxo, Ephifaneo Sobreira, João de Sousa Maciel, Joaquim de Sousa Rolim (Cel. Peba) e mais outros que totalizam 38 comerciantes.

Vital de Sousa Rolim tinha uma máquina a vapor e dentre os 10 senhores de engenho destacavam-se Salviano Gonçalves Rolim, José Timóteo de Sousa, Deodato Umbelino do Couto Cartaxo e Vitalino José do Couto Cartaxo.
As 290 casas existentes na sede do município, 28 estavam na Rua da Aurora, onde foi edificada a Intendência Municipal (prefeitura) e onde residiam as famílias fundadoras da cidade, dentre elas o Comandante Vital de Sousa Rolim, Higino Gonçalves Sobreira Rolim, os herdeiros de Rita de Albuquerque, Alferes José Ferreira Guimarães, dentre outros. Esta rua é a atual Padre Rolim.

Na Rua Joaquim de Souza tinham 13 casas, na Rua da Matriz estavam edificadas 11 casas, dentre elas a do Tenente Sabino de Sousa coelho e Joaquim Antonio do Couto Cartaxo. Na Rua do Cruzeiro tinha apenas de 3 residências e no Beco da Matriz apenas 1. Na Rua do Colégio 3 edificações, dentre elas o Colégio, onde morava o Padre Rolim. Na Rua da Caridade 3 casas, na Rua Baixa 6 casas, na Rua Pequena 4 casas, na Rua da Feira Velha 33 casas, na Rua Nova 35 casas, Rua do Sangradouro 13 casas, Rua do Sol 20 casas, Rua da Ladeira do Topete 9 casas, Rua da Boa Vista 14 casas, Coração de Maria 14 casas, Mata do Uso Público 2 casas, Rua do Coração de Jesus 9 casas, Rua do Comércio 8, Rua Bela 21, Beco do Comércio 2, Rua Formosa 5, Rua da Cadeia Nova 3, Quadro do Comércio 32. Existem vários artigos publicados na imprensa da capital dando noticias do progresso de Cajazeiras, mas todos eles sempre associam a figura do Padre Rolim como sendo o responsável pelo feito.

Os nomes das propriedades existentes neste ano não mudaram nada em relação ao que conhecemos hoje, com poucos nomes a acrescentar, e as principais são: Almas, Alagoa, Angelim, Arara, Azevem, Barra do Catolé, Boa Vista, Belo Monte, Boi Morto, Catolé de Cima, Caiera, Cachoeirinha, Cocos, Coxos, Caiçara, Duvidoso, Descanso, Ferreiros, Guaribas, Jardineiro, Montes, Maria Preta, Miranda, Patamuté, Prensa, Pé de Serra, Poços, Riacho do Padre, Redondo, Serrote, Serraria, Serragem, Serrote Verde, Serra Vermelha, Tabuleiro Comprido, Tabocas, Trapiá, Xiquexique, Providência e Papa-mel.

Nestas propriedades foram contadas 932 cabeças de gado e os dois maiores criadores eram Vitalino José do Couto Cartaxo, com 41 vacas, dono da Prensa e Joaquim Antonio do Couto Cartaxo com 40 cabeças, na Alagoa. Os 158 fazendeiros existentes foram responsáveis pelo pagamento de 392$700 de impostos.

Vale lembrar que destas propriedades foram colhidos, entre os anos 1900/1950, milhões de quilos de algodão, na sua maioria exportada para a Europa e que fizeram a riqueza e o progresso de Cajazeiras, colocando-a no patamar de 5ª maior da Paraíba.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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