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Radomécio Leite

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Cajazeiras de braços cruzados II

21/07/2011 às 20h56

Estive na cidade do Recife, neste último dia 18, para participar de uma solenidade de Colação de Grau de minha sobrinha Renata Patriota de Albuquerque, a vigésima primeira neta de meus pais a concluir um curso superior e que se bacharelou em Direito, pela célebre, histórica e tradicional Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco.

Durante a solenidade fiquei orgulhoso de ver um cajazeirense ser homenageado pela turma, como professor do curso, do Doutor Zélio Furtado, filho de Luis Paulo e de Dona Maria Furtado. E mais orgulhoso ainda ao saber que dos umbrais daquela casa de saber jurídico, outros ilustres filhos de Cajazeiras já se formaram nela, a exemplo do primeiro advogado filho de Cajazeiras: Manoel de Sousa Rolim, irmão do Padre Rolim que concluiu em 1839; Antonio Joaquim do Couto Cartaxo, que foi o primeiro deputado federal constituinte eleito por Cajazeiras, em 1889, que se formou no ano de 1862; Ivan Bichara Sobreira, que foi governador da Paraíba, eleito em 1975, formou-se em 1945 e Amaro de Lira e César, até hoje o único cajazeirense a exercer o cargo de desembargador, no estado de Pernambuco, cujo retrato foi posto no Fórum de Cajazeiras, como reconhecimento do seu valor, numa bela solenidade, mas que, infelizmente, e deram sumiço do seu retrato.

Poderíamos ainda citar outros filhos de Cajazeiras que se destacaram nas lides jurídicas e que contribuíram e contribuem de forma singular para demonstrar a nossa importância nesta área de conhecimento, mas bastam estes quatro ilustres cajazeirenses para representar-nos.

Pois bem, esta terra de tanta tradição, poderia estar num patamar mais elevado no conjunto do poder judiciário da Paraíba porque há muitos anos temos a pretensão de elevá-la a uma Comarca de 3ª Entrância, mas para que isto possa ser concretizado seria preciso a construção de um novo Fórum. O primeiro passo, depois de uma luta da sociedade civil organizada, foi dado e se conseguiu, com o poder público municipal, um terreno de dez mil metros quadrados, que foi doado ao Tribunal de Justiça da Paraíba, para a sua construção. O projeto teria sido elaborado, mas até o momento, estaria “dormindo” numa das gavetas do Presidente do Tribunal de Justiça, tendo inclusive o site do TJPB divulgado que iria construí-lo.

Depois de duas reuniões, uma no final do ano de 2009 e outra em 2010, na cidade de João, com a participação do Presidente do Tribunal, advogados, representantes da OAB, o prefeito Léo Abreu e o Juiz da Comarca, foi dada a esperança da sua construção e também a elevação da Comarca de 2ª para 3ª entrância.

O que lamentamos é que esmorecemos diante da luta, cruzamos os braços e deixamos de lado o que seria uma conquista importante para a cidade. O fato é que estamos nos alimentado, nos últimos tempos, só com promessas e estamos crescendo pra baixo. Já conheci os lideres de minha terra mais engajados com os nossos embates, com as nossas brigas. A história registra fatos e atos onde os nossos homens públicos derramaram o seu sangue em defesa de nossos ideais e covardia e omissão não faziam parte de suas ações.

Os dez mil metros de área doados ao Tribunal de Justiça, destinados a construção do fórum, não podem ficar indefinidamente agregados ao patrimônio desta instituição sem serem utilizados. É preciso que os mesmos homens que estiveram em João Pessoa nos anos de 2009 e 2010, voltem à presença do presidente do Tribunal e busquem uma resposta concreta sobre o fato, do contrário, o terreno deve ser devolvido ao município para ser destinado à construção de outra obra de importância para a cidade.

Vamos dar o exemplo e honrar pelo menos os nomes de Manoel de Sousa Rolim, Antonio do Couto Cartaxo, Amaro de Lira e César e Ivan Bichara, homens que ajudaram a construir os alicerces de nossa terra e que gostariam que nós continuássemos a sua luta. Precisamos descruzar os nossos braços e partir para a luta.

Dr. Lineto
Faleceu no último sábado, dia 16, o cajazeirense Lindolfo Pires Ferreira Neto, Dr. Lineto, o último dos filhos de casal Galdino Pires Ferreira e Crisantina Pires Sobreira Cartaxo Rolim, aos 93 anos. Diplomado pela Faculdade de Odontologia do Recife, no ano de 1944. Foi sepultado no domingo no jazigo da família, no Cemitério Coração de Maria. Dr. Lineto era autor do livro “O Tempo no Espaço”, que trata dos fenômenos da natureza. Exerceu durante muito tempo suas atividades no Rio de Janeiro e depois se transferiu para Cajazeiras, onde por curto período trabalhou e se aposentou. Ele foi herdeiro da histórica Caixa D’água, construída no velho e tradicional casarão da Praça Galdino Pires.
 

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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