Até logo
Estou me dando umas férias. Não se trata de um adeus. É apenas um até logo. Há mais de nove anos ocupo este espaço no Gazeta do Alto Piranhas, todas as semanas, com um pequeno texto, artigo, crônica, comentário, seja lá que nome tenha. Em geral, procuro temas ligados a Cajazeiras, embora vez por outra derive para crítica literária, sem outra pretensão que não a de compartilhar com outras pessoas leituras interessantes. Abordo também questões da ordem do dia da Paraíba, do Brasil ou mesmo de mais longe, quando avalio ter alguma serventia. História e política quase sempre estão presentes em meus textos por serem preocupações permanentes desde longo tempo, preocupações que me afagam a mente e o coração.
Nessa trajetória de aprendiz de cronista recebi muitos incentivos. Ora de leitores e leitoras, eventuais ou assíduos, ora de profissionais e amadores responsáveis por jornais eletrônicos ou blogs amantes de Cajazeiras, que passaram a editar o mesmo texto do Gazeta. O Diário do Sertão, desse jovem ousado Petson Santos foi o primeiro. Dirceu Galvão abrigou no Sete Candeeiros Cajá as afinidades convergentes do amor à terra na leve sedução diária derramada em cuidadosa seleção de matérias e de fotos, um traço a unir cajazeirenses e cajazeirados onde quer que estejam. Mais recente é a aproximação proporcionada pelo blog O Último dos Moicanos, de Claudiomar Rolim, tendo a nos ligar o respeito mútuo entre Chico Rolim e este articulista. Há outros que aqui e acolá realçam em seu espaço minhas despretensiosas reflexões. Nas férias sentirei saudades de todos.
Recordo agora como tudo começou. Foi num desafio para escrever com regularidade, lançado por José Antônio de Albuquerque, em 2004, permitindo-me total liberdade de expressão. Liberdade usada por mim sem incorrer em indelicadezas, porém, sem abrir mão de meus princípios e convicções, inclusive ideológicos e políticos, terreno no qual são notórias as divergências entre o filho de Arcanjo e o de Cristiano Cartaxo. Faço-lhe justiça, portanto. Aceitei o desafio e penso ter-me saído bem, embora saiba do desagrado de alguns círculos da sociedade, menos por eventual desaforo e mais pela dor nascida da verdade, às vezes, exposta com ironia. Aliás, não costumo escrever com o propósito deliberado de agradar. Nem tampouco de desagradar, ainda que tenha consciência de eventuais dissabores causados a quem só se sente bem cercado de áulicos, sob o cheiro de incenso.
E as férias vão até quando? Se é até logo, decerto, não as gozarei por longo período. Um mês, dois meses, sei lá. Quando a saudade apertar muito, quem sabe, pinte uma crônica sem aviso prévio nem data, sem a obrigação semanal de escolher o tema, pensar, dar-lhe forma no teclado, com o senso de responsabilidade do meu jeito de ser. Uma coisa é real: o vínculo com Cajazeiras não será rompido durante as férias que estou me dando a mim mesmo.
Um grande abraço para todos. Até logo, leitor, até logo leitora amiga.
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