A permanente luta por Cajazeiras
Por Francisco Frassales Cartaxo – A Academia Cajazeirense de Artes e Letras realizou, sexta-feira passada, modesta comemoração de seus cinco anos, como uma criança que fala, anda e começa a descobrir o mundo ao redor. Foram anos difíceis. Além dos obstáculos normais, ainda enfrentou a pandemia da covid-19! Na festa, realizada no Espaço Cultural Eliézer Rolim, passei a presidência para a professora Mariana Moreira. Assim falei.
Despedida da Academia não será, porque ela jamais deixará de me acompanhar, como os pedaços de safenas no meu coração, de mistura com Cajazeiras, lugar que carrego no peito aonde vou. Preciso dizer isso. Isto é tudo: despedir-me seria morrer de saudade. Deixo apenas a presidência da ACAL, posição honrosa, para a qual fui alçado sem buscá-la. Até relutei. As circunstâncias me deram o privilégio de presidi-la. Se não exerci a nobre missão com proficiência, a ninguém cabe a responsabilidade. A mim devem ser atribuídos pontos negativos da nascente Academia. Ao olhar a história de centenas de entidades congêneres, a ACAL jamais caminhará com seus próprios pés. É da natureza dessas Academias o uso de muletas.
E recordei.
Embalamos sonhos, enfrentamos a realidade. Entre desejo e realização é preciso muito mais do que vontade e impulso de fazer. Academia nascida sem eira nem beira, o menor obstáculo adquire dimensão preocupante. E nossa sede? Cobrávamos de nós mesmos. Hoje estamos aqui, graças à compreensão do prefeito José Aldemir, ao empenho de nosso vice-presidente, Ubiratan de Assis, ambos ajudados por fatores convergentes, a exemplo do aluguel, pela Prefeitura, deste casarão, notável espaço que nos deu endereço.
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A Diretoria renovada, tendo à frente a professora Mariana Moreira, é clara demonstração da pluralidade da ACAL, expressa lá atrás na escolha dos 40 Patronos e dos sócios. Mas existe aspectos a lamentar. Não fujo à realidade. Por isso escrevi no meu discurso.
Nossa Academia é plural nas manifestações poéticas, no teatro, no cinema, na ficção, no jornalismo, nas artes plásticas, no ensaio literário, científico, histórico. E também nas convicções ideológicas, políticas e partidárias. E mais, a ACAL tem metade dos sócios residindo fora de Cajazeiras. Convivência abrangente só pode ser virtual. Os canais apropriados para isso são plataformas virtuais, sobretudo o WhatsApp. Mas nem sempre o utilizamos nos limites de suas finalidades. Lamento dizer, ao invés de aproximar confrades e confreiras, serviu para alargar animosidades, transformando-se, às vezes, em palanque de proselitismo político, ideológico, partidário, eleitoral. Houve até desrespeitosa insistência em temas e formas de expressão inadequadas, internalizando o insuportável, o deletério mar de intolerância, de ódio dominante na sociedade brasileira atual.
Adeus, não. Até logo. Sigo amando Cajazeiras e a ACAL.
Sócio da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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