A história da história do futebol de Cajazeiras
Neste próximo sábado, 15 de agosto de 2020, completar-se-á 5 anos do lançamento do livro: História do Futebol de Cajazeiras. Confesso que até hoje, sem nenhuma vaidade da nossa parte, não imagino como cheguei ao final desta obra. A história se inicia quando nos meados dos anos 80, o professor José Antônio de Albuquerque, me doa um horário, sexta feira, das 20 às 22 horas, no Rádio Alto Piranhas, para que eu o usasse em um programa. Naquele momento pensei, primeiro, como seria a utilização destas duas horas de programa, muito tempo, assim imaginei e depois que nome daria a este. Nos anos 70, quando estudante em João Pessoa, era um viciado no programa de Rui Porto, na TV Tupi, aos domingos, denominado de: Ataque e defesa. Foi ai que me deu o estalo, já sei, o meu programa aqui na RAP vai ser: Bate e rebate. Tudo acertado, comecei a comandar o programa, mas, naquele instante entendia que teria que dar um algo mais a este, sozinho lá no estúdio não era isso que queria. Em casa, refletindo como fazer para dar uma “cara” ao horário, veio a ideia de “tirar” o programa do estúdio e trazer até o ouvinte torcedor. Começamos a ver o que seria interessante, me veio então a cabeça, vou fazer um programa de entrevistas, desta maneira começamos as entrevistas: na calçada do saudoso e inesquecível Aranha entrevistei o próprio, muitas coisas interessantes, depois veio a vez de Tantino Cartaxo e debaixo daquela frondosa tamarineira, ele me deu uma aula de história e do seu profundo conhecimento sobre Cajazeiras e o seu futebol. O bom de tudo isso, todos os programas eram gravados, fitas cassetes e fui juntando-as, guardei todas elas. Iniciava assim o meu profundo amor pela recuperação e preservação da história e da memória do futebol da amada Cajazeiras e continuava sempre escutando muitos desportistas que através do seu tempo trabalhou demasiadamente pelo desenvolvimento do esporte na terra do Padre Rolim. Certo dia em uma reunião de bate papo familiar, daqueles de descontração total, sem querer falei para a esposa Edinilza e para os filhos Maíra, Maitê e Marcel que estava querendo editar uma revista sobre o futebol de Cajazeiras. Confesso, não esperava resposta imediata deles como ela chegou até nós, disseram-me: – Não senhor, o senhor vai é escrever um livro. Fiquei sem palavras, mas, mesmo assim respondi: – Um livro? Eu nunca escrevi, como vou fazê-lo agora? A réplica foi em cima do lance. – O senhor já escreve para o Gazeta, pronto, só isso basta.
Minha mãe sempre elogiava um grande cajazeirense afirmando-o como sendo um professor, referência, de extremada competência, ele, Francelino Soares, não o conhecia pessoalmente, mas, entendia que sendo filho de Nazareth isso já bastaria para me apresentar ao professor. Assim o fiz. Certo dia ele estava em Cajazeiras e fui vê-lo, me apresentei como filha de Naza, foi uma festa e começava assim uma amizade profunda entre este e o professor. De cara perguntei-o: – Como escrever um livro? Francelino: – Escreva, depois eu vou dar uma olhada. Esperava que ele me desse orientações mais firmes. Ele se voltou e disse: – Quem vai escrever é você, se eu falar lhe tiro da escrita. Entendi as palavras dele até como um elogio. Disse-lhe que o livro que queria escrever era um livro sobre a história do futebol de Cajazeiras. Pois bem, comecei a escrever e aqui e acolá ligava para informa-lo. Quando tinha mais ou menos umas 300 páginas, fomos a João Pessoa para consulta-lo. Deixei o escrito com ele e voltei, sem antes ele dizer que daria uma olhada nestes 30 dias e depois retornaria para comentar. Voltei a Cajazeiras naquela expectativa sobre o que viria de Francelino, uma dúvida danada. Só deu tempo de descer do carro, o professor me liga, eu tremia todo no que viria a dizer-me. Olha o que ele me falou e que nunca esqueci: – Reudesman, estou emocionado, li tudo, tem mais, várias vezes. Rapaz, isso aqui que você está a escrever é um presente para Cajazeiras, parabéns, siga em frente e termine isso logo. Verdade, fiquei mudo diante as palavras de Francelino, chorei de alegria em receber uma resposta de tamanha motivação e logo vindo de um catedrático em livros. Concluído o livro, coube ao professor o famoso “banho de loja” como assim ele se refere. Francelino foi a minha luz, um presente de Deus que me veio pelas mãos de minha mãe, Nazareth Lopes e a ele sempre rendo a minha eterna homenagem e o mais profundo reconhecimento pela importância que ele tem no livro História do Futebol de Cajazeiras. No dia 15 de agosto de 2015, estávamos lançando, no Cajazeiras Tênis Clube, em um momento comentado por muitos como histórico para a terra do Padre Rolim o livro editado pela Gráfica e Editora Real, prefaciado pelo nobre professor Francisco das Chagas Amaro e apresentado pelo professor José Antônio Albuquerque, com 686 páginas o livro História do Futebol de Cajazeiras com uma tiragem de 1000 exemplares. Após estes 5 anos desde o seu lançamento tenho a imensa alegria de registrar tamanho reconhecimento e aceitação pela obra e na certeza que este é uma obra que mostra a grandeza da terra da Cultura.
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