13 de abril de 1983
Neste dia 1º de julho, a Rádio Alto Piranhas completou 54 anos de existência. Uma emissora nascida sob a égide da Diocese de Cajazeiras, idealizada e registrada por Dom Zacarias Rolim de Moura, em 4 de abril de 1959, mas somente, por questões burocráticas, em julho de 1966, levou ao ar a música “Luar do Sertão”, sob a batuta do Monsenhor Vicente Freitas.
Ao lado de Dom Zacarias constituíram a sociedade limitada: Monsenhor Abdon Pereira e Mons. Vicente Freitas. No contrato social celebrado estavam especificados os objetivos da empresa: educar cívica e patrioticamente a população sertaneja.
À época, o deputado federal Ernani Sátiro foi o responsável pela obtenção da frequência, com as benções do bispo Dom Hélder Câmara, que também tinha muita influência junto ao governo federal.
Foram sete anos de idas e vindas para a capital federal, de Monsenhor Vicente Freitas, a quem Dom Zacarias delegou todos os poderes para implantar a emissora no território da diocese. As dificuldades não só foram burocráticas, mas também de ordem financeira, já que dependia tudo, não só de Brasília, mas também de São Paulo, onde estava a fábrica de todos os equipamentos e o engenheiro responsável pelo projeto técnico e de instalação, Mauricio Sherman, na época consagrado como o “papa” desta área e que conhecia todos os trâmites junto ao DENTEL, órgão de comunicações do governo federal e que já havia instalado várias emissoras em todo Brasil.
Ao longo destes 54 anos “no ar”, foi intento e desejo dos que fazem e fizeram esta emissora ter um compromisso com a verdade, de ser porta voz dos que não têm direito a voz e a vez, numa sociedade onde o poder econômico fala mais alto, sem fugir porém à ética jornalística, exercendo o sagrado princípio que toda pessoa tem o direito de liberdade de expressão e este direito compreende a liberdade de opinião e liberdade de receber ou transmitir informações ou ideias, sem sofrer qualquer ingerência, principalmente da autoridade pública e sem considerações de fronteira.
No exercício destas liberdades comportam deveres ou responsabilidades que sempre procuramos praticá-las com muito isenção e firmeza.
A história desta emissora se confunde com a história da cidade nos últimos 54 anos porque sempre esteve na trincheira ao lado do povo defendendo-o e denunciando arbitrariedades contra os mesmos.
Durante o regime militar a emissora foi punida várias vezes e notificada outras tantas, porque não calar sua voz diante das baionetas ensarilhadas dos ditadores de plantão.
Em defesa de ideias consideradas corretas, juízes de direito, fecharam-na quase uma dezena de vez, mesmo sabedora de que não estávamos ferindo a ordem instituída e quando a defesa foi levada a outra instância sempre se prolatava sentenças de inocência.
Quando no dia 13 de abril de 1983 a diocese passou o controle acionário da emissora para outro grupo, genuinamente cajazeirense, tendo como prócer Francisco Arcanjo de Albuquerque, a negociação teve como intermediário Monsenhor Luís Gualberto de Andrade, que dirigia a emissora, substituindo Monsenhor Vicente Freitas, que havia falecido em um desastre automobilístico na cidade de João Pessoa, após sua volta de Brasília aonde tinha ido resolver problemas da emissora, que estava com sua torre irregular.
Desde então, até esta data procurou-se zelar pelo principio constitucional de que todo indivíduo tem direito a liberdade de opinião e expressão e que o rádio é um dos meios em que os cidadãos podem se manifestar livremente em sua própria defesa e de seu semelhante.
A Rádio Alto Piranhas foi pioneira na realização dos debates em torno da transposição do Rio Francisco, na alfabetização através de suas ondas e de ser porta voz dos anseios do povo e se constitui hoje um patrimônio, não dos seus sócios, mas da cidade de Cajazeiras.
Está com um projeto de modernização com a migração do AM para o FM e brevemente a cidade de Cajazeiras vai ganhar o que existe de melhor neste setor, com as graças de Deus.
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