Primeira morte causada pela hepatite A é registrada no Sertão; a cidade já tem 42 casos notificados
Dos casos notificados, dez já foram confirmados. Uma criança de seis anos morreu na cidade. O óbito ficou registrado como complicações hepáticas.
A primeira morte causada pela “Hepatite A” na Paraíba pode ter acontecido no município de Teixeira, região de Patos, em fevereiro deste ano, e a vítima foi uma criança de 6 anos. Segundo a gerente de Vigilância em Saúde da SES, Júlia Vaz, apesar da presença do sorotipo da doença, o óbito ficou registrado como complicações hepáticas pelo médico responsável e, assim, não ficará registrado no sistema como morte por hepatite A. O município de Teixeira, no Sertão – que vive um surto de hepatite A – já notificou, este ano, 42 casos da doença, dos quais 10 foram confirmados.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Teixeira, Claudenora Ramalho Batista, informou que 95% dos casos foram registrados em crianças de 2 a 12 anos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), no ano passado, foram registrados 477 casos de hepatites na Paraíba, sendo 251 do tipo A, 122 do tipo B e 104 do tipo C. Os municípios com maior incidência da doença no Estado foram João Pessoa, Remígio e Teixeira.
A coordenadora Claudenora disse, em reportagem publicada mês passado, que a criança poderia ter morrido em decorrência de complicações da dengue, por causa do quadro clínico apresentado. No entanto, Júlia Vaz assegurou que a criança não tinha dengue e que esta possibilidade foi descartada. “A criança não tinha dengue. A causa do óbito foi em decorrência de complicações hepáticas, ele apresentava o sorotipo de Hepatite A”, afirmou.
No começo deste mês, uma equipe da SES visitou municípios do Sertão paraibano que registraram casos de Hepatite A, a exemplo de Teixeira e Patos. A gerente de Vigilância em Saúde da SES, Júlia Vaz, esteve em Teixeira para acompanhar as investigações do surto de hepatite A no município. Durante uma reunião, que aconteceu no Salão Paroquial de Teixeira, médicos, enfermeiros e profissionais de Educação discutiram estratégias de combate ao surto.
No último balanço, divulgado no mês passado, eram 38 casos de hepatite A em Teixeira. “Discutimos como interromper a transmissão da doença e como realizar um trabalho com as escolas”, afirmou Claudenora Ramalho.
Água pode estar contaminada
A água que está sendo consumida em algumas localidades de Teixeira estaria contaminada. A gerente de Vigilância em Saúde da SES, Júlia Vaz, informou, através de nota divulgada pela Assessoria de Comunicação do Estado, que “o exame da água de Teixeira foi solicitado e em alguns pontos ficou comprovado que ela não está própria para o consumo humano. Temos que orientar a população sobre os cuidados necessários que se deve ter com a água, como por exemplo, ferver e filtrar antes do consumo.
Os alimentos também precisam ser lavados com água e hipoclorito” afirmou a gerente, em nota. Júlia informou que está sendo providenciada a lavagem dos reservatórios de água da cidade e particulares, como as caixas d’água das residências.
De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite A é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus HVA, que é transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa para outra ou através de alimentos ou água contaminada. A incidência dessa doença, segundo o Ministério, é maior nos locais onde o saneamento básico é deficiente ou não existe. Na maioria das vezes, a hepatite A é transmitida pelas fezes de pacientes que contaminam a água de consumo e os alimentos.
A doença, em 99% dos casos, é benigna, principalmente em crianças, e muitas nem apresentam os sintomas (febre, dor abdominal, náuseas e diarréia que se mantém por até um mês; alguns infectados apresentam icterícia, ou seja, pele e olhos amarelados devido à disfunção do fígado).
Do Jornal Correio
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