A negação de Bolsonaro sobre importância da pandemia
Em todo mundo, diferentes medidas de contenção e combate ao vírus são tomadas pelos governos.
Desde que os primeiros casos começaram a ser reportados na China em dezembro, o número de pessoas infectadas em todo o mundo pelo Sars-CoV-2 ultrapassou a marcade 1,3 milhão de pessoas.
Com mais de 352 mil casos, os Estados Unidos são agora o novo epicentro da doença. Segundo a Universidade Johns Hopkins, até a última segunda feira dia 06/04/20 o país já tinha mais de 10.300 mortos em decorrência da doença. A Europa, continente mais afetado pela pandemia de Covid-19, já tem mais de 675.000 casos oficialmente declarados e 50.000 mortos.
A pandemia se alastrou por todo mundo. O Brasil, ainda em fase anterior de contágio que outras regiões e realizando muito menos testes, apresenta um número bem menor: 553 mortes e 12.056 casos confirmados.
Em todo mundo, diferentes medidas de contenção e combate ao vírus são tomadas pelos governos. Entre elas, a mais utilizada, segundo orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é o isolamento social, além da higienização de mãos e uso de equipamentos de proteção individual.
Enquanto o mundo tenta desesperadamente combater a pandemia de coronavírus, o presidente do Brasil está fazendo o possível para minimizá-la. Jair Bolsonaro tem mostrado uma inquietante dificuldade para levar a sério a atual crise mundial. Indo contra o conselho de seu próprio ministério da saúde, no início de março, e enquanto aguardava os resultados de um segundo teste de coronavírus, ele deixou o auto isolamento para participar de comícios contra o Congresso.
O presidente apertou a mão de torcedores em Brasília e enviou uma mensagem a milhões de pessoas dizendo que não precisavam se preocupar com isso. Em diferentes pronunciamentos, ele repetiu uma frase agora bem gasta. “É apenas uma gripezinha, um resfriadinho”, disse ele, culpando a mídia mais uma vez pela histeria e pânico pelo Covid-19. Alguns dias depois, ele demonstrou claramente sua priorização da economia sobre as medidas de isolamento adotadas pelo resto do mundo.
Em suas palavras, “as pessoas vão morrer, desculpe”, disse. “Mas não podemos parar uma fábrica de automóveis porque há acidentes de trânsito”.
Uma negação solitária
“Jair Bolsonaro está sozinho agora”, diz Brian Winter, editor-chefe da Americas Quarterly. “Nenhum outro grande líder mundial está negando a gravidade da atual crise como o fez o presidente eleito. Dependendo do andar da carruagem, essa abordagem pode custar muitas vidas no Brasil”. Jair Bolsonaro chegou ao poder no ano passado, prometendo uma economia melhor e o coronavírus acabou com isso.
Nas últimas semanas as praias do Rio têm ficado desertas e as ruas normalmente lotadas de São Paulo, vazias. Lojas, escolas, espaços públicos e empresas em muitos estados fecharam. A recomendação é o isolamento social a fim de evitar a transmissão do vírus. Enquanto isso, a população poderá se distrair com a família em casa; ou pela internet, com o advento de sites como o NetBet roleta, Netflix, GloboPlay, Crunchyroll entre outros inúmeros serviços de entretenimento.
No entanto, Bolsonaro está determinado a fazer dessa pandemia uma discussão política, culpando seus adversários por tentarem destruir o país.
A economia como prioridade
Alguns dias atrás, a mensagem de um vídeo compartilhado pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, era que “O BRASIL NÃO PODE PARAR”. As pessoas precisam continuar trabalhando para manter o país seguro e a economia em crescimento. O governo se recusou a reivindicar a propriedade do vídeo e desde então o chamou de “fake news”, mas é exatamente a mensagem que Bolsonaro está divulgando.
Um juiz federal proibiu o governo de fazer campanha contra medidas de isolamento. As postagens do governo nas mídias sociais usando a hashtag foram removidas às pressas.
“Ele está claramente lançando as bases para poder dizer, daqui a seis meses a um ano, que ele não concordou com medidas de distanciamento, com o isolamento”, diz Oliver Stuenkel, Professor Associado de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo .
“É uma tentativa de reduzir o impacto negativo que a crise econômica inevitavelmente terá sobre os índices de aprovação do governo Bolsonaro, mas é uma estratégia muito arriscada porque, ao minimizar a crise, ele também não está liderando a resposta”, disse Stuenkel.
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