Nutricionista revela que a maioria das crianças atendidas no ambulatório de nutrição do HUJB é obesa
De acordo com Renata Vieira, quatro em cada cinco pacientes são obesos ou apresentam sobrepeso e precisam de uma reeducação alimentar
A obesidade infantil é uma grande preocupação das autoridades de saúde atualmente. São vários os fatores que levam a esse quadro, como genética, sedentarismo e alimentação inadequada. O panorama está sendo confirmado entre crianças e adolescentes que são atendidos nas consultas eletivas de nutrição do Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), vinculado à Universidade Federal de Campina Grande e à Rede Ebserh.
De acordo com a nutricionista Renata Vieira, quatro em cada cinco pacientes que passam pelo atendimento são obesos ou apresentam sobrepeso e precisam de uma reeducação alimentar. O HUJB disponibiliza um ambulatório de nutrição para alcançar esse público, e os resultados são bons com a maioria comparecendo as consultas regularmente.
Os dias reservados ao atendimento são as terças-feiras à tarde e pacientes de municípios próximos a Cajazeiras também são referenciados. “A marcação é realizada mediante encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou encaminhamento do médico/nutricionista do HUJB para aqueles pacientes atendidos no ambulatório especializado ou internos que receberam alta e necessitam de acompanhamento ambulatorial”, detalhou Renata.
No primeiro contato, é feita a anamnese alimentar, avaliação, diagnóstico nutricional e orientação alimentar. No retorno, após 30 dias, o profissional elabora um cardápio de acordo com a necessidade da criança e as consultas subsequentes acontecem a cada 60 dias, mas esse intervalo pode variar conforme orientação do nutricionista.
“O protocolo de atendimento nutricional à criança com sobrepeso e obesidade, do ambulatório especializado de nutrição, é pautado na mudança de estilo de vida, respeitando os hábitos alimentares e as condições socioeconômicas das famílias. Para tanto, lançamos mão de orientações nutricionais objetivas e possíveis de serem executadas, explicando-as por meio de estratégias lúdicas”, esclarece Renata, acrescentando que, ao contrário de se utilizar dietas rígidas, restritivas e punitivas, enfatiza-se a reeducação alimentar baseada em um plano alimentar flexível, com a inserção gradual de alimentos saudáveis na rotina da criança e da família.
PREJUÍZOS À SAÚDE – A nutricionista explica que 95% dos casos de obesidade em crianças e adolescentes estão relacionados ao estilo de vida. Outras causas a exemplo daquelas decorrentes de problemas hormonais como alteração do metabolismo tireoidiano ocorrem em menor magnitude. Os acompanhamentos no ambulatório do HUJB têm apresentado bons resultados baseados na defesa da adoção de melhores hábitos de vida.
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As principais consequências do excesso de peso e obesidade nas crianças e adolescentes são: dislipidemia (elevação do colesterol), hipertensão arterial, diabetes, problemas precoces nos ossos, além de problemas psicológicos, decorrentes de bullyng infantil. As consequências para a vida adulta também são preocupantes, podendo aumentar o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Mas como os pais podem identificar que seu filho precisa de um acompanhamento para evitar que esses problemas se materializem? Normalmente, os familiares notam que a criança está mais “cheinha” em comparação com as outras e procuram algum tipo de acompanhamento ou, algumas vezes, em consulta por algum outro tipo de problema, o médico identifica e encaminha o paciente. Ao chegar ao ambulatório o nutricionista faz o diagnóstico por meio do Índice de Massa Corporal, juntamente com a anamnese alimentar.
Uma alimentação saudável é de fundamental importância já a partir da infância, com preferência par alimentos in natura ou minimamente processados, como é o caso dos grãos, tubérculos e raízes, legumes, verduras, frutas, leite, ovos, peixes e carnes, sem esquecer da ingestão de muita água durante o dia. “Devem-se evitar os alimentos ultra processados como refrigerantes, salgadinhos, macarrão instantâneo, biscoitos recheados, embutidos (salsicha, mortadela, presunto, linguiça, empanados de frango, hambúrguer, entre outros), balas, achocolatados e produtos industrializados em geral”, recomenda.
Além dos cuidados na alimentação, a prática de exercícios físicos é uma das ações mais recomendadas pelos especialistas para se evitar o aumento de peso, em qualquer faixa etária. É cada vez mais comum as crianças passarem horas no celular ou em frente à televisão, e atividades recreativas, como andar de bicicleta, jogar bola e correr, são deixadas de lado. “Esses hábitos estimulam o sedentarismo têm influenciado para a grande incidência de obesidade em crianças e adolescentes”, alerta Renata.
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