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VÍDEO: Bisneto de africano escravizado, pastor de Cajazeiras relata experiências de racismo e deixa mensagem

O bisavô de Ismar veio da África para o Brasil na condição de escravizado. Provavelmente, parentes próximos do pastor são de origem de alguma tribo africana na região de Moçambique, onde também se fala português

Por Jocivan Pinheiro

20/11/2023 às 15h20 • atualizado em 20/11/2023 às 15h24

Bisneto de africano escravizado no Brasil, o pastor Ismar Magalhães, líder da Igreja Fonte de Água da Vida, em Cajazeiras, já sentiu na pele o que é ser descriminado por ser negro.

O pastor contou no programa Olho Vivo dessa segunda-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, um episódio em que ele teve a entrada barrada em um órgão de Cajazeiras e só conseguiu ter acesso ao local quando voltou acompanhado de um promotor. “Simplesmente porque eu estava acompanhado dele, as portas se abriram. Essa é uma de muitas experiências [de racismo]”, falou o pastor.

O bisavô de Ismar veio da África para o Brasil na condição de escravizado. Provavelmente, parentes próximos do pastor são de origem de alguma tribo africana na região de Moçambique, onde também se fala português.

Para Ismar Magalhães, existe um “despreparo” na sociedade em relação ao racismo, fato esse que evidencia a necessidade de uma educação para esse tema.

“Infelizmente, o mundo que nós estamos vivenciando é o mundo de aparências, você é aquilo que você aparece diante das telas, na foto, no vídeo, aquilo que você mostra para as pessoas. Mas, na realidade, não é isso. Ninguém conhece o coração, ninguém conhece a pessoa por dentro e, com isso, muitas pessoas têm perdido tesouros grandioso por não conhecer o ‘por dentro’ das pessoas. Só se conhece a preciosidade de um diamante, depois que ele é lapidado.”

Pastor Ismar Magalhães (Foto: Diário do Sertão)

Ismar Magalhães cita trechos bíblicos nos quais todo ser humano é igual diante de Deus. “Deus veio para todos, Jesus veio para todos, não há distinção de raça, de língua, de tonalidade de pele, todos nós podemos ser filhos de Deus, todos nós somos iguais diante do Senhor”, ressalta.

Por que Dia da Consciência Negra?

O dia 20 de novembro marca a morte de Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, hoje estado de Alagoas. Capturado e preso, ele morreu degolado e teve sua cabeça exposta na Praça do Carmo, em 1695. A data é celebrada por movimentos de direitos civis desde os anos 1960, como forma de valorizar a luta e a cultura negra.

O dia 20 de novembro ainda não é feriado nacional, mas a recém-criada bancada negra do Legislativo pretende incluir na primeira lista de projetos do grupo a proposta do Dia Nacional da Consciência Negra, a ser celebrado em 20 de novembro, em todo o país.

DIÁRIO DO SERTÃO

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