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VÍDEO: Padre de Itaporanga diz que carne renunciada por católicos na Quaresma deve ser doada como caridade

O religioso criticou também comerciantes que exageram nos preços dos produtos que tradicionalmente são consumidos pelos cristãos: "estão agindo de má fé"

Por Luiz Adriano

06/04/2023 às 19h13 • atualizado em 06/04/2023 às 19h16

O padre Rodolfo Fernandes da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Itaporanga, no Vale do Piancó, disse durante entrevista ao repórter Claudio Nepó, que os cristãos católicos tem a obrigação religiosa de fazer abstinência de carne apenas dois dias durante a Quaresma. Ele explicou que além disso, trata-se de uma questão referente ao exercício de fé de cada pessoa humana com respeito ao jejum e a penitência pessoal de cada um.

“Na verdade a igreja apresenta como uma norma obrigatória, um preceito cristão, todos os católicos do mundo, fazer a abstinência de carne na Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira da Paixão. A igreja pede dois dias, o início da Quaresma que é na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão, de forma que a penitência quaresmal, a penitência que nós realizamos na Semana Santa, ela seja este gesto de renúncia daquilo que nós achamos mais saboroso ao nosso paladar”, destacou o sacerdote.

A tradição católica diz que os fiéis não devem se alimentar de carne na Semana Santa – Imagem ilustrativa – Foto: El Imparcial

CARIDADE

Segundo o padre, não adianta fazer um jejum de alimentos quando não há a prática do amor ao próximo. De acordo com sua teoria, a carne renunciada deve ser ofertada a famílias carentes.

“A abstinência da carne deve ser transformada em um gesto de caridade a alguém que dificilmente tem condições de ter carne em sua mesa, então o meu jejum, a minha abstinência de carne ela deve ser revertida em um ato de caridade, pegar aquela carne que eu renunciei na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão para doar a alguém que não tem, alguém que dificilmente tem acesso à mistura para comer com seu feijão, com seu arroz”, frisou.

“Não adianta fazer a abstinência durante toda a Quaresma se você é incapaz de partilhar com um mais pobre, um pedaço de carne que tanto falta em sua mesa”, acrescentou.

Padre Rodolfo Fernandes, de Itaporanga – foto: print de tela

COMERCIANTES

Questionado pelo radialista Claudio Nepó sobre comerciantes que exageram nos preços dos produtos que costumeiramente os católicos compram na Semana Santa, como: peixes, queijos, bolos, entre outros, o religioso criticou duramente tais atitudes e disse que empresários que agem assim “estão agindo de má fé”.

“É adulteração de balança […]. Eu acredito que o bom comerciante, aquele que verdadeiramente tem o sentimento cristão, a gente compreende que é um serviço da sociedade ele vender o peixe, ele vender o queijo, mas não usemos de má fé para poder usufruir do sentimento religioso para explorar a sociedade, a comunidade”, pontuou o padre Rodolfo.

DIÁRIO DO SERTÃO

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