VÍDEO: Historiador cajazeirense diz que Reforma Luterana não foi única e explica outras divisões
O professor disse que a probabilidade de haver outros rachas no decorrer dos anos é possível, devido à disseminação da informação
O historiador Gilvan Rodrigues, em participação no programa Balanço Diário na TV Diário do Sertão da última quarta-feira (06), falou sobre a Reforma Protestante e disse que a Reforma Luterana foi o ápice do Protestantismo, no entanto, antes e depois de tal acontecimento também houve rachas dentro da Igreja Católica Apostólica Romana.
“Dizer que a reforma protestante foi só o período de Lutero no século XVI, é engano, claro que foi talvez o ápice desse movimento”, explicou o professor.
PRIMEIRA DIVISÃO
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Conforme Gilvan, a questão da reforma protestante já vem de muito tempo. Ele disse que desde o período do império Sacro Romano, quando se fundou a igreja em Roma, existia a igreja do Ocidente e a do Oriente, esta última era na cidade de Constantinopla, hoje Istambul, Capital da Turquia.
Segundo o docente, depois que o Império Romano sucumbiu entre os séculos IV e V, teve início algumas divergências em questões políticas, religiosas, de divisões de terras e no entendimento religioso, entre ambas as igrejas. Durante muitos anos houve esses desentendimentos, mas conforme o professor, mesmo assim a Igreja do Oriente era submissa a do ocidente.
Ele explicou que essa submissão teve um limite no século XII quando houve o que a História chama de ‘Cisma do Oriente’, que foi o protesto, a reivindicação que a igreja de Constantinopla fez à igreja do ocidente, e não havendo consenso, acabou resultando em uma separação.
A partir de então, a Igreja Ocidental (Roma) continuou sendo presidida pelo Papa e por outro lado, a Igreja Ortodoxa passou a ser liderada pelo patriarca de Constantinopla.
SEGUNDA DIVISÃO
O historiador falou que neste mesmo período a Igreja Anglicana surgiu de dentro da Igreja Católica através do Rei da Inglaterra Henrique VIII. Conforme a História, ele queria se separar da rainha Katarina e teria pedido ao Papa para que anulasse seu casamento. Por não ter seu pedido atendido pela Igreja Católica, houve então uma ruptura e criou-se a Igreja Anglicana.
Segundo o professor, a doutrina tem pontos semelhantes aos ensinamentos da Igreja Católica e da Ortodoxa.
LUTERO
Só em 1517 houve então a Reforma Protestante com Martinho Lutero. Conforme o docente, o então padre Lutero protestou e fez as famosas ’95 teses’, onde bateu de frente com os ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana.
Gilvan Rodrigues explicou que a mentalidade naquele tempo era completamente diferente do entendimento dos dias atuais. Ele pontuou que bater de frente com a Igreja naquela época era praticamente “assinar sua sentença de morte”.
O professor disse que a igreja era “a grande idealizadora espiritual, sociológica, cultural e até na administração, a grande possessora de poderes aquisitivos”. Ele pontuou que segundo a História da Idade Média, “ela chegou a ter cerca de um terço das terras da Europa”.
Os protestos de Lutero tiveram base em questionamentos aos abusos quanto às indulgências, onde se vendia cargos eclesiásticos, perdão de pecados, entre outros. Ele falou que a igreja vendia pedaços de tecidos dizendo que fazia parte do Santo Sudário, bem como pedaços de madeiras afirmando ser partes da cruz que Cristo foi crucificado.
De acordo com a História, o professor disse que após a publicação das 95 teses, o papa se revoltou e pediu para que ele fizesse uma retratação, o que não foi atendido por Lutero e ele teve que fugir para não ser morto, porque passou a ser perseguido pela Igreja.
ÚLTIMO RACHA
A última divisão dentro da Igreja aconteceu na década de 40, quando surgiu a Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB), a qual é uma igreja Cristã cismática fundada pelo Bispo de Maura, D. Carlos Duarte Costa.
Conforme o historiador, a probabilidade de haver outras divisões no decorrer dos anos é possível. Ele pontou que as pessoas hoje em dia tem a mente mais aberta e com isso acabam percebendo falhas gritantes em alguns líderes religiosos.
“A tendência é que talvez, com a disseminação da informação, as pessoas sempre desacreditadas das igrejas, porque da maneira que as pessoas, muitos clérigos, muitos padres, muitos pastores agem, as pessoas acabam não indo para igreja, não acreditando mais por conta da falta de compromisso”, destacou.
Veja a entrevista completa com o historiador Gilvan Rodrigues no vídeo abaixo. Ele fala sobre outros temas polêmicos como: celibato, dízimo, oração pelos mortos, entre outros.
DIÁRIO DO SERTÃO
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