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Cássio derruba mídia de Maranhão e expõe fragilidade na Comunicação do Estado

Nem mesmo as ameaças de suspender os repasses de verbas publicitárias do Governo do Estado surtiram efeito. Toda a programação de mídia, preparada pela Secretaria Institucional de Comunicação para marcar um ano da administração governador José Maranhão (PMDB), veio abaixo no dia seguinte, com a primeira entrevista da semana dada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima […]

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26/02/2010 às 20h21

/Nem mesmo as ameaças de suspender os repasses de verbas publicitárias do Governo do Estado surtiram efeito. Toda a programação de mídia, preparada pela Secretaria Institucional de Comunicação para marcar um ano da administração governador José Maranhão (PMDB), veio abaixo no dia seguinte, com a primeira entrevista da semana dada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) na 100.5 FM, no programa Paraíba Notícia, apresentado pelos jornalistas Adelton Alves e Edmilson Pereira.

O Governo do Estado tem R$ 18 milhões para gastar com a Comunicação. A falta de estratégia para divulgação das ações da atual administração ficou patente. A entrevista coletiva foi convocada para o Palácio da Redenção, na segunda-feira passada (22.02).

A sala onde o governador deveria receber os jornalistas ficou apinhada de auxiliares e aliados. Os profissionais de imprensa foram relegados a segundo plano. Essa falta de atenção com os jornalistas rendeu duras críticas até do Sistema Correio de Comunicação, de propriedade do senador Roberto Cavalcanti (PRB), que herdou o mandato depois da cassação do ex-governador. No programa Correio Debate, o apresentador Gutemberg Cardoso criticou abertamente a secretária de Comunicação do Estado, Regirlene Guimarães, atribuindo-lhe todas as dificuldades que a imprensa enfrentou.

Repercussão

No mesmo dia, vários blogs e sites já antecipavam a entrevista de Cássio na 100.5. Foi o bastante para a solenidade das comemorações de um ano de Maranhão fossem reduzidas aos registros dos jornais impressos, especialmente o Correio da Paraíba. Por mais que tentasse reduzir os espaços na mídia tradicional, a Secretaria de Comunicação não teve como estancar o replique da matéria sobre a entrevista do ex-governador em vários sites espalhados pelo Estado.

Na terça-feira (23), em menos de uma hora de entrevista, o ex-governador empolgou os aliados e jogou por terra toda mídia do Governo. O principal ponto de sua entrevista na 100.5 foi o anúncio do encontrão das oposições. "Na Paraíba, infelizmente, só tem dois lados na política: governo e oposição. Queremos reunir toda a oposição", anunciou Cássio.

Na mídia
Depois dessa entrevista, reproduzida em todo o Estado por uma cadeia independente de emissoras de rádio, obrigou a outros veículos de porte maior correr atrás do prejuízo editorial e abrir espaços para que o ex-governador pudesse falar. No mesmo dia, Cássio foi a TV Master. Na quarta (24) estava na TV Miramar, entrevistado por Giovanni Meireles e Marconi Ferreira, ao meio-dia. Na quinta (25) concedeu nova entrevista à uma cadeia de rádio, capitaneada pela 101.5 (Paraíba Sat), no programa Paraíba Agora, apresentado por Célio Alves, Cláudia Rodrigues e Arimatéia Souza.

Além da artilharia da oposição, disparando onde a verba publicitária do Governo do Estado não alcança, o Governo ficou acuado diante do tiroteio do fogo amigo. O deputado estadual Quinto de Santa Rita (PMDB) atacou o sobrinho do ex-governador, Benjamin Maranhão, acusando de usar a PBTur para realizar shows para promover sua candidatura à Câmara Federal.

Moído

O constrangimento da Comunicação do Estado foi tanto que contaminou até os deputados estaduais da base aliada do Palácio da Redenção. A propósito de se antecipar à uma denúncia, o líder da oposição, Gervásio Filho (PMDB), foi aconselhado a subir na tribuna e denunciar que estavam armando a publicação de uma lista de um suposto mensalão envolvendo governistas. Foi o bastante para a imprensa descobrir as especulações e leva-las para os portais e sites.

A guerra da mídia, durante toda a semana, teve como vencedor, com ampla vantagem sobre todo o aparato de Comunicação financiado pelo Governo do Estado, o ex-governador Cássio Cunha Lima. Justamente nessa semana, surgiram os primeiros desconfortos públicos entre o PMDB, o PT e o PRB, do senador Roberto Cavalcanti. Também surgiram as primeiras especulações de que, na reforma que o governador pretende realizar em abril o nome da secretária Regirlene Guimarães, conhecida como Lena, constaria da lista de dispensa a ser preparada por Maranhão.

EDIMILSON PEREIRA
Especial de João Pessoa

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