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VÍDEO: De ‘desconhecido’ a prefeito de Sousa, Helder abre o jogo sobre família, Fábio Tyrone e adversários

No Interview Personalidades, o jovem advogado de 41 anos fala sobre a vida pessoal, mas, principalmente, sobre sua nova empreitada no campo da gestão pública, agora como prefeito de uma das principais cidades da Paraíba

Por Luis Fernando Mifô

19/12/2025 às 13h30 • atualizado em 19/12/2025 às 13h55

Helder Moreira Abrantes de Carvalho, ou apenas Helder Carvalho. Para alguns ele pode até ainda ser um desconhecido na política paraibana. Mas, para a população do município de Sousa, no Sertão do estado, já deixou de ser uma promessa para se tornar uma realidade. No programa Interview Personalidades, o jovem advogado de 41 anos abre o jogo sobre a vida pessoal, mas, principalmente, sobre sua nova empreitada no campo da gestão pública, agora como prefeito de uma das principais cidades da Paraíba.

Experiência como gestor ele já tinha. Afinal, foi chefe de gabinete do ex-prefeito Fábio Tyrone por oito anos. O próprio Helder compara a função de chefia de gabinete a um ‘parachoque’ da admistração pública e uma ‘universidade de prefeito’. Talvez por essa razão ele não sentiu frio na barriga quando foi escolhido para ser o candidato da situação.

“Um dos pré-requisitos para ser candidato seria ter conhecimento de causa, e eu tinha muito. Sabia os gargalos, sabia onde a gente acertava, tinha conhecimento de onde precisava melhorar; onde, potencialmente, a gente não tinha explorado ainda; eu sabia quem trabalhava e quem fingia que trabalhava, quem estava aqui por amor, quem realmente vestia a camisa e quem não vestia. Então, eu tinha esse raio-x, tanto na parte do pessoal, como na administração através das obras”, justifica.

Autodefinido como um político de centro, que condena radicalismos e que aproveita boas ideias da direita e da esquerda, Carvalho garante que não tem vaidade por ser hoje o homem mais poderoso da sua cidade. “Meus pés não saíram um centímetro do chão. Eu não me sinto melhor que ninguém”, afirma.

Apesar da experiência como chefe de gabinete – função essa que lhe proporcionou conhecer as entranhas da gestão, tanto no aspecto técnico como no político -, Helder admite que ser prefeito é bem mais complexo. Porém, além do conhecimento de gestão, ele aposta na autenticidade do seu jeito de lidar com as pessoas. “Durante a campanha eu não perdi um minuto de sono por estar preocupado. Eu fui muito eu, muito autêntico. Na política você só prospera se for autêntico, porque a caminhada termina por mostrar quem verdadeiramente você é. Então, se você não for autêntico, tem vida curta”.

Eu sabia quem trabalhava e quem fingia que trabalhava, quem estava aqui por amor, quem realmente vestia a camisa e quem não vestia

Helder Carvalho, bate um papo com Caliel Conrado no Interview Personalidades (Foto: Diário do Sertão)

Os sinais após a morte da mãe

Dona Jacinta, mãe de Helder, faleceu em maio de 2023, aos 63 anos, vítima de câncer. Na época, o então chefe de gabinete já vislumbrava a campanha eleitoral do ano seguinte. Foi um baque forte na sua trajetória, mas ele não desistiu. Relata, inclusive, que recebeu conselhos dela no leito do hospital. “Que seja feita a vontade de Deus e não dos homens”, disse a genitora. Helder afirma que durante a campanha eleitoral, a população sousense o “colocou no colo como uma mãe abraça um filho”.

Emocionado, ele recorda os fins de semana no sítio Segredo, em Vieirópolis, nos tempos de infância. “Esse período contribuiu muito na formação do meu caráter, da minha personalidade, e eu tenho muito isso dela, essa paciência, essa resiliência, não pré-julgar, ver sempre o lado bom das pessoas, ver sempre o lado bom das coisas mesmo quando estão dando errado”.

Helder ressalta que dona Jacinta tinha o poder de agregar a família, o que hoje em dia já não acontece da mesma maneira. “Os Natais sempre eram lá em casa. Depois que ela se foi, é como se tivesse dividido a família, cada um que procurasse seu canto para passar o Natal. A gente consegue aqui, com as pessoas da minha casa, manter. Mas a família inteira reunida como era, a gente não conseguiu mais”.

Desde a partida de dona Jacinta, Helder continua conversando com ela em pensamento e acredita estar sempre recebendo sinais da presença da mãe. Ele relata um episódio da pré-campanha, quado foi abordado por uma moradora da zona rural que, emocionada, apresentou a mãe dela e agradeceu a Helder por ele ter autorizado uma cirurgia na idosa. Nesse momento, a filha conta que havia sonhado com uma pessoa dizendo “procure Helder no gabinete”. Essa pessoa do sonho era dona Jacinta, a mãe de Helder.

Os Natais sempre eram lá em casa. Depois que ela se foi, é como se tivesse dividido a família

Prefeito de Sousa, Helder Carvalho, no Interview Personalidades (Foto: Diário do Sertão)

Não hove boicote ao seu nome, mas ‘descrença’ dentro do grupo

Embora tenha sido o fiel escudeiro do ex-prefeito Fábio Tyrone por dois mandatos, havia quem não considerasse o então chefe de gabinete Helder Carvalho o melhor nome para a sucessão municipal em 2024. Ele mesmo revela que houve ‘descrença’ por parte de alguns aliados dentro do grupo político, em função de não ser financeiramente tão privilegiado e por não ter “vitrine política familiar”. Entretanto, Carvalho ressalta que sua fidelidade merecia reconhecimento.

“Votei em todos os candidatos do nosso grupo. Sempre fui grupo. Por que não ser votado? Então, quando virou essa chave para Helder pré-candidato, fui buscar e conversar; e indagando inclusive esse aspecto: já votei muitas vezes, por que não ser votado agora?”.

Após a vitória e, principalmente, os primeiros resultados da sua gestão, as desconfianças foram ‘suavizadas’: “Eu preferi não encarar isso como boicote, mas encarar isso como parte do processo e suavizar o caminho porque eu sabia que tinha muita coisa para acontecer ainda”.

Sempre fui grupo. Por que não ser votado?

Prefeito de Sousa, Helder Carvalho, no Interview Personalidades (Foto: Diário do Sertão)

O político do qual quer manter distância

Helder Carvalho diz que não é da sua índole guardar rancor, mas admite que existe uma figura política de Sousa da qual prefere manter distância e não cogita aproximação. Sem citar o nome, Helder acusa esse político de ter sido desrespeitoso com ele, sua pessoa e filhos. Até pensou em revidar ‘na mesma moeda’ revelando verdades durante a campanha eleitoral, mas decidiu deixar que as urnas dessem a resposta.

“Tem determinadas pessoas que eu sempre as ajudei e foram muito desrespeitosas comigo e com minha família. Inclusive, eu tinha condição de revidar na mesma moeda com verdade. O que fizeram comigo foi mentiras, deboches. Eu não me senti menor nem maior que ninguém, me mantive estável. Mas eu acho que, por ter uma família, por ter filhos e esposa e vê-los sofrendo, isso me doeu”.

O prefeito reitera que não cogita aproximação com esse adversário porque pensam muito diferente sobre a vida e a política. “Eu jamais seria capaz de fazer, sobre esse aspecto, o que fizeram comigo. Eu até, no primeiro momento, dei risada. Mas depois eu vi que a minha família sentiu e aí mexeu comigo”.

O então prefeito Fábio Tyrone com o então chefe de gabinete Helder Carvalho (Foto: Diário do Sertão)

Legado de Tyrone e conselhos do ‘pupilo’

‘Pupilo’ do ex-prefeito Fábio Tyrone, que atualmente busca se firmar como candidato a deputado federal, Helder Carvalho diz que considera o ex-gestor ‘um irmão que a vida deu’, mas nega que quem manda na gestão seja Tyrone. “Não é da minha índole aceitar isso. Ele nunca me pediu nada, nunca interferiu em nada. Pelo contrário, se coloca sempre à disposição para ajudar”.

Para Carvalho, seu antecessor transformou a história política de Sousa. Por essa razão, sua experiência de 8 anos na chefia de gabinete foi uma ‘faculdade de prefeito’.

Mas Helder também reconhece que a personalidade forte de Tyrone às vezes o prejudica. No entanto, o prefeito pondera que “geralmente, essa impulsividade vem de uma injustiça cometida contra ele, por isso eu acho que é difícil controlar”.

Abraçaria e não abraçaria

O apresentador Caliel Conrado encerra a entrevista fazendo o jogo do ‘abraçaria e não abraçaria’, no qual são ditos nomes de personalidades e o entrevistado responde quais ele abraçaria e quais não abraçaria. Entre as pessoas que Helder admite que abraçaria, está seu adversário nas eleições de 2024, o médico Gilberto Gomes Sarmento; o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente Lula.

O secretário de Esportes do Estado, Lindolfo Pires; o ex-prefeito Fábio Tyrone, o vereador Aldeone Abrantes, a ex-vereadora Lana Dantas, o governador João Azevêdo, o ex-governador Cássio Cunha Lima e o vice-governador Lucas Ribeiro também aparecem na lista dos que ele abraçaria.

Intacto na essência

“Eu me mantenho intaco na minha essência, nos meus ideais, nos meus objetivos, com quem eu sou. Eu quero sair pela porta que entrei de cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido e, principalmente, com essa imagem de um homem que pôde, na sua simplicidade, contribuir com a sua cidade”, finalizou.

DIÁRIO DO SERTÃO

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