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Marina supera expectativas nas urnas e encara desafio de se projetar para 2014

Terceira colocada na disputa pela Presidência, candidata do PV teve 19% dos votos

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04/10/2010 às 09h53

Embora tenha sido derrotada nas urnas na disputa pela Presidência, a candidata Marina Silva (PV) deixa a eleição com boas chances de crescimento em uma eventual briga pelo cargo em 2014, avaliam especialistas ouvidos pelo R7. Ela recebeu 19,3% dos votos, ficando na terceira colocação, atrás da petista Dilma Rousseff (que teve quase 47% dos votos) e do tucano José Serra (com 32,6%).

Apesar da “onda verde” na reta final, Marina tem um grande desafio pela frente se pretende encarar a próxima eleição: manter-se na mídia, diz Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos).

– A candidatura da Marina ganhou musculatura na reta final e eu penso que ela sai muito fortalecida para 2014, inclusive tendo a chance de atrair alguns partidos que saem insatisfeitos desta eleição. Mas o PV tem que pensar em uma estratégia para que ela não saia da mídia, senão ela perde forças.

Carlos Ranulfo, cientista político da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), lembra o que ocorreu com Heloísa Helena em 2006, quando a então candidata à Presidência pelo PSOL obteve cerca de 7% dos votos. Apesar de ter ficado com a terceira colocação, a ex-senadora praticamente “sumiu” da cena política e teve de recorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Maceió, em 2008. Neste domingo (3), a socialista não conseguiu se eleger para o Senado por Alagoas.

Conselho
Ele destaca também que o PV deve se aliar a siglas maiores se quiser ter mais chance na próxima briga pelo Palácio do Planalto. Isso porque a legenda ainda tem pouca representatividade no Congresso e alianças muito fracas no cenário nacional.

– A Marina sai maior do que entrou, mas 2014 é outra história. O problema é que ela vai ficar quatro anos sem mandato [o mandato dela como senadora pelo Acre termina neste ano]. E o PV não tem a estrutura do PT para conseguir recriar a trajetória que o Lula teve [o presidente Lula foi eleito pela legenda em sua quarta tentativa].

Referência em defesa para o meio ambiente
Uma alternativa, diz Maria do Socorro, é que Marina tente se projetar internacionalmente como uma referência no tema meio ambiente, integrando uma grande ONG (organização não governamental), por exemplo. Principal bandeira da candidata, o assunto deve ganhar mais atenção nos próximos anos e, com isso, a verde pode se beneficiar se estiver em um órgão de destaque mundial.

Embora seja menos otimista em relação às chances da ex-ministra na próxima eleição, Celso Roma, pesquisador do Cedec (Centro de Estudos da Cultura Contemporânea), também destaca a necessidade de o PV se aliar a siglas maiores.

– Uma parte dos eleitores insatisfeitos com o candidato do PSDB pretende votar em Marina [no futuro]. Mas são pequenas as chances de vitória por parte dos candidatos a presidente por pequenos partidos. Para alavancar uma candidatura, é preciso arrecadar dinheiro, ter acesso ao horário reservado à propaganda eleitoral e costurar alianças com grandes partidos.

Do R7

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