Maranhão confessa que sapato alto foi o grande motivo da derrota do PMDB
Em entrevista, governador não negou que sairá do Governo do Estado carregando mágoas
Numa entrevista exclusiva ao portal MaisPB, o governador José Maranhão (PMDB) fez uma rápida avaliação sobre os seus 22 meses de governo e sobre o seu futuro político. Ele fala de mágoas, diz que o “sapato alto” o derrotou e confessa ainda não saber qual será o seu futuro político.
O peemedebista, contudo, destaca que o seu partido continuará sendo forte e atuante e destaca que queria ser reeleito para dar continuidade aos projetos que iniciou na atual gestão.
Ele fala também de Ricardo Coutinho (PSB) e de Cássio Cunha Lima (PSDB) e diz que deixa um “governo de realizações” para o sucessor socialista.
Veja a entrevista:
Qual a avaliação que o senhor faz dos últimos dois anos de seu governo?
Foi um mandato curto e cheio de desafios. Mas eu gosto dos desafios e faço uma avaliação muito positiva. Porque a gente reoganizou o estado e deu mais dinamismo na realização de obras. Esta aí as inúmeras obras que estamos deixando. Também conseguimos realizar obras que estavam esquecidas e abandonadas durante seis anos.
Qual o seu futuro após deixar o governo?
O futuro eu digo sempre: a Deus pertence. Eu sempre coloco a minha vida nas mãos dele, na esperança de que ele nos ajude a vencer as dificuldades, sobretudo com a humildade e a resignação cristã de que ele é quem sabe quais são os seus planos pra a minha vida.
Qual a lição tirada dessa ultima campanha eleitoral?
Eu posso dizer a você que cada campanha eleitoral é um aprendizado muito forte. E mais uma vez eu tive a constatação do que já suspeitava: o excessivo otimismo dos candidatos ou dos companheiros pode sacrificar uma campanha. Eu tenho a impressão que isso funcionou de forma negativa na nossa campanha. Eu previnia muito aos companheiros: “Olha o sapato alto! Vamos ter mais humildade… Eleição só esta ganha depois que a gente recebe o boletim eleitoral”.
Qual o governo que o senhor deixa para o seu sucessor?
Eu deixo um governo de realizações, de trabalho e um governo que deu certo. Porque fez as coisas que deveria ser feitas dentro das possibilidades que nos restavam para alterar as ações e as obras do governo anterior.
Algum ressentimento de alguém na campanha eleitoral?
Quem disser que não tem nenhuma mágoa e nenhum ressentimento está mentindo e não esta sendo sincero. Mas eu me reservo ao direito de não revelar nomes de quem quer que seja, pois a gente nunca sabe o que vai acontecer depois.
Daqui pra frente, qual o relacionamento que o senhor espera ter com Cássio Cunha Lima?
Nós quebramos o relacionamento faz muito tempo. Lamento profundamente porque eu acho que a vida pública não deve envolver questões pessoais e muito menos transformar em mágoas e ressentimentos coisas que aconteceram na própria política. Nós nos cumprimentamos de forma civilizada, mas não temos relação política.
E com o governador eleito Ricardo Coutinho?
Olha! Desde que Ricardo fugiu dos compromissos firmados como companheiro e resolveu se candidatar, nossas ralações políticas, claro, acabaram.
Qual o futuro do PMDB? O que o senhor planeja para o partido nos próximos anos?
Um partido como o PMDB será sempre um partido forte. Somos fortes na maioria das prefeituras. Vamos conquistar outras prefeituras e vamos nos inserir em todas as lutas que se travarem daqui para frente. Não há dúvida nenhuma de que o PMDB não fugirá da luta e permanecerá batalhando para conservar o seu prestigio e sua força para ajudar a construir um estado melhor onde as pessoas sejam mais felizes.
O senhor pretende disputar a prefeitura de João pessoa em 2012?
Digo sempre: o futuro a Deus pertence. Eu não me programei e não estou programado para isso. Eu fui candidato agora porque na condição de governador eu tinha direito à reeleição e imaginava que o nosso trabalho poderia sensibilizar o eleitorado da Paraíba para continuar esse projeto formidável que nós apresentávamos.
O senhor recebeu convite de Dilma para ocupar pasta no Governo Federal?
Não. Eu não recebi nenhum convite.
E de onde vêm as especulações de que o senhor foi convidado?
(Risos). Aí eu não posso dizer. É bom perguntar a quem está veiculando essas notícias.
MaisPB
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