VÍDEO: Após paralisação, agentes comunitários de saúde de Cajazeiras ameaçam greve se não receberem salários
De acordo com a presidente do SINFUMC, a Secretaria Municipal de Saúde informou que vai pagar, nessa quinta-feira, servidores dos postos de saúde, do SAMU e os ACE, mas ficará faltando os ACS (140 servidores)
Servidores públicos municipais da Saúde paralisaram as atividades pelo segundo mês consecutivo para cobrar da Prefeitura de Cajazeiras salários atrasados. Agentes comunitários de saúde (ACS), agentes comunitários de combate a endemias (ACE), servidores do SAMU e de alguns postos de saúde da família fizeram um ato em fernte à sede da Secretaria Municipal de Saúde, na manhã dessa quinta-feira (11), para cobrar os salários de dezembro de 2023.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Funcionários Municipais de Cajazeiras (SINFUMC), Elinete Lourenço, a Secretaria Municipal de Saúde informou que vai utilizar a cota do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) para pagar, ainda nessa quinta, servidores dos postos de saúde, do SAMU e os ACE. Mas ficará faltando os ACS (140 servidores). Elinete disse que se o pagamento dos ACS não sair nessa sexta-feira, a categoria vai entrar em greve na segunda.
“Como Cajazeiras já tem a sua história de atrasos de pagamento, nós não podemos esperar. Foi 2008, foi no tempo de Epitácio, foi no tempo de Carlos Rafael, que ainda estamos com uma causa de 2012 de salários atrasados. Não podemos esperar por isso, temos que estar atentos e fazendo o que tem que fazer”, falou a líder sindical.
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Elinete afirma que, segundo as alegações da gestão municipal, é ‘quase impossível’ haver uma tabela fixa de pagamento das categorias da Saúde. No entanto, a sindicalista acredita que se houver um planejamento melhor, dá para evitar os atrasados salariais.
“Infelizmente, a Saúde é quase impossível de fazer uma tabela, segundo a gestão, porque o dinheiro vai entrando dia 10, dia 20, dia 30. O dinheiro que entra dia 10, paga-se algumas categorias, porque ninguém guarda dinheiro na prefeitura – se guardar, paga fornecedor, paga outras pessoas. Então, eles tem feito esse rateio até por zona, para que possa melhorar essa dependência que tem do financeiro”, explica Elinete.
“Eu acho que o que tinha que se fazer é um planejamento maior, é buscar mais recursos, fazer com que aconteça e priorizar, principalmente, o pagamento”, completa.
O agente comunitário de saúde Cícero Rolim, conhecido como Cícero das Lajes, reforça o discurso da presidente do sindicato sobre a necessidade de melhor planejamento e de priorizar a folha salarial da Saúde para que os atrasos não virem uma ‘bola de neve’.
“Infelizmente, já virou rotina. Todos os meses nós estamos aqui. Passa-se o dia 10 e a gente vê a situação, a cada momento, se complicando mais ainda. Dá para perceber uma falta de planejamento, porque se tudo que você vai fazer tiver planejamento, com certeza não poderia estar dessa forma como está nos últimos anos”, reitera Cícero. “Já virou uma tradição em Cajazeiras. Tem a tradição de Nossa Senhora da Piedade. Agora tem a tradição da piedade dos funcionários”, ironiza o ACS.
O gente comunitário de combate a endemias Felipe Silva destaca a importância do pacto federativo para evitar esse e outros problemas na Saúde. Trata-se da cooperação entre União, estados e municípios em um arranjo tripartite fundamental para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Cícero ressalta que a categoria deve cobrar das gestões públicas mecanismos que garantam a celeridade dos serviços, mas também dos pagamentos salariais.
“É hora de unir forças, de trazer o bom senso para que esses flagelos não se apresentem mais nas hostes do serviço público municipal. Agora vamos aguardar para que essas questões sejam solucionadas e, quem sabe, nos vencimentos do mês de fevereiro, esses transtornos não possam mais ocorrer”, conclui o ACE.
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