Senador José Maranhão faz apelo por uma “revolução no ensino”
Onze milhões não estudam e nem trabalham, são os chamados ”nem-nem”.
Em discurso no plenário do Senado, José Maranhão citou estudo do Banco Mundial segundo o qual 52% dos jovens brasileiros estão com o futuro ameaçado. Onze milhões não estudam e nem trabalham, são os chamados ”nem-nem”. Para o senador, a única forma de reverter este quadro é adequar o ensino no País ao que exige o mercado hoje, em qualificação profissional e educação científico-tecnológica.
“Aproveito para lançar aqui um apelo ao Ministério da Educação, ao Governo e ao Congresso Nacional, no sentido de que faça, produza a revolução dos modos de ensino, sob pena de o Brasil não ter, no futuro, senão uma condição de importador de tudo aquilo que o dia a dia da nossa sociedade necessita para gerar os empregos e para dar dignidade ao nosso povo”, frisou o senador.
Segundo o relatório do Banco Mundial, 25 milhões de brasileiros, entre 19 e 25 anos de idade, não trabalham, não estudam, frequentam escola com atraso, ou estão vulneráveis à pobreza. “Não há dúvida alguma de que essa constatação estatística de um estudo criterioso e sério do Banco Mundial revela uma verdade, que tem origens mais profundas. O ensino no Brasil tem pouco a ver com a realidade do mundo de hoje”, disse. Para José Maranhão, a metodologia aplicada hoje no País não corresponde aos anseios do próprio estudante, nem às necessidades do mercado de trabalho, onde o jovem deveria inserir-se após a conclusão do ensino fundamental e médio. “Porque daqueles que concluem o 2º grau, apenas 12 ou 13% têm verdadeiramente acesso ao ensino superior”, destacou.
“E o Brasil o que tem feito?” questionou José Maranhão, ao ressaltar que há cem anos estamos patinando sem saber aonde vamos. Na opinião dele, é preciso estruturar o ensino para atender a realidade do mercado de trabalho, de criar lideranças não somente no campo político, mas no campo das ciências, no domínio das tecnologias.
Ele citou como uma de suas maiores preocupações o fato de o Brasil ainda não ser mesmo um país industrializado. “Somos uma grande linha de montagem, porque o ensino não foi capaz de criar, quantitativa e qualitativamente, os cientistas de que nós precisamos para formular nossos próprios projetos de desenvolvimento e de produção de material de consumo. Qualquer que seja a atividade industrial em que você pense você vai verificar que o Brasil está recebendo os kits e importando, quando muito colocando numa caixa diferente, com o selinho Made in Brazil, grande blefe, grande mentira”, ressaltou, ao comparar o Brasil aos chamados Tigres Asiáticos, que outrora viviam na quase miséria e hoje competem com os países mais ricos do mundo. “Está aí o exemplo de Taiwan, está aí o exemplo da Coreia do Sul e de tantos outros chamados de Tigres Asiáticos”, afirmou o senador ao constatar que nenhum celular é produzido aqui.
Na opinião de José Maranhão, este quadro não é fruto da incapacidade do brasileiro, cuja mão de obra é inteligente e criativa, mas da falta de base científica e tecnológica na educação. “Se nós não formos capazes de fazer essa revolução do ensino, modernizando-o, adequando às realidades do mundo, vamos ficar nessa eterna dependência tecnológica, nessa carência de mão de obra qualificada para ocupar as funções e atividades que, de outra forma, vão terminar não existindo no Brasil”, concluiu.
Assessoria
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