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Hacker exigiu R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios de Marcela Temer

Depois disso, Silvonei teria confrontado Marcela diretamente pedindo os R$ 300 mil citados pela acusação.

Por Diário do Sertão

27/09/2016 às 19h34 • atualizado em 27/09/2016 às 15h37

Marcela Temer (Bruno Poletti/Folhapress)

Detido provisoriamente em maio deste ano, Silvonei José de Jesus Souza, hacker acusado de tentar extorquir Marcela Temer, esposa do presidente da República Michel Temer, deve ir a julgamento nas próximas semanas. Se condenado, ele pode acabar recebendo a sentença de 15 anos de prisão.

O processo corre sob segredo de Justiça mas, de acordo com uma reportagem do BuzzFeed Brasil, que diz ter tido acesso a detalhes do caso, Silvonei é acusado de ter clonado o celular de Marcela e de ter exigido R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios da vítima.

Nos autos, o nome de Marcela Temer foi omitido e substituído por “Mike”. No alfabeto fonético usado por militares e aviadores, esse é o som correspondente à letra M, de Marcela. A chantagem teria sido feita em abril, ainda de acordo com o BuzzFeed.

Silvonei teria descoberto o número de telefone pessoal de Marcela ao comprar um CD pirata que armazenava dados de diversas pessoas, públicas e anônimas. O hacker então clonou o WhatsApp da primeira-dama e, se passando por ela, pediu R$ 150 mil ao irmão de Marcela para uma suposta pintura.

Depois disso, Silvonei teria confrontado Marcela diretamente pedindo os R$ 300 mil citados pela acusação. O hacker teria ainda ameaçado divulgar áudios que, “fora de contexto”, como ressalta o BuzzFeed, poderiam comprometer a imagem de Michel Temer, que na época era vice-presidente e aguardava o resultado do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Temer teria optado por não envolver a Polícia Federal no caso porque acreditava que o hacker tinha motivações políticas. Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça, e que na época era secretário de Segurança do estado de São Paulo, se envolveu no caso a pedido de Geraldo Alckmin, governador paulista.

Alexandre então teria acionado a Divisão Anti-Sequestro (DAS) do estado de São Paulo para descobrir quem era o chantagista. De acordo com o BuzzFeed, o hacker foi preso no dia 11 de maio, um dia antes de Temer ser empossado como presidente interino devido ao afastamento de Dilma. Alexandre foi nomeado ministro logo em seguida.

O processo está nas mãos da juíza Eliana Cassales de Melo, da 30ª Vara Criminal da Barra Funda, e aguarda apenas a anexação de alguns lados para que seja realizado o julgamento.

UOL

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