Hacker exigiu R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios de Marcela Temer
Depois disso, Silvonei teria confrontado Marcela diretamente pedindo os R$ 300 mil citados pela acusação.
Detido provisoriamente em maio deste ano, Silvonei José de Jesus Souza, hacker acusado de tentar extorquir Marcela Temer, esposa do presidente da República Michel Temer, deve ir a julgamento nas próximas semanas. Se condenado, ele pode acabar recebendo a sentença de 15 anos de prisão.
O processo corre sob segredo de Justiça mas, de acordo com uma reportagem do BuzzFeed Brasil, que diz ter tido acesso a detalhes do caso, Silvonei é acusado de ter clonado o celular de Marcela e de ter exigido R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios da vítima.
Nos autos, o nome de Marcela Temer foi omitido e substituído por “Mike”. No alfabeto fonético usado por militares e aviadores, esse é o som correspondente à letra M, de Marcela. A chantagem teria sido feita em abril, ainda de acordo com o BuzzFeed.
Silvonei teria descoberto o número de telefone pessoal de Marcela ao comprar um CD pirata que armazenava dados de diversas pessoas, públicas e anônimas. O hacker então clonou o WhatsApp da primeira-dama e, se passando por ela, pediu R$ 150 mil ao irmão de Marcela para uma suposta pintura.
Depois disso, Silvonei teria confrontado Marcela diretamente pedindo os R$ 300 mil citados pela acusação. O hacker teria ainda ameaçado divulgar áudios que, “fora de contexto”, como ressalta o BuzzFeed, poderiam comprometer a imagem de Michel Temer, que na época era vice-presidente e aguardava o resultado do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Temer teria optado por não envolver a Polícia Federal no caso porque acreditava que o hacker tinha motivações políticas. Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça, e que na época era secretário de Segurança do estado de São Paulo, se envolveu no caso a pedido de Geraldo Alckmin, governador paulista.
Alexandre então teria acionado a Divisão Anti-Sequestro (DAS) do estado de São Paulo para descobrir quem era o chantagista. De acordo com o BuzzFeed, o hacker foi preso no dia 11 de maio, um dia antes de Temer ser empossado como presidente interino devido ao afastamento de Dilma. Alexandre foi nomeado ministro logo em seguida.
O processo está nas mãos da juíza Eliana Cassales de Melo, da 30ª Vara Criminal da Barra Funda, e aguarda apenas a anexação de alguns lados para que seja realizado o julgamento.
UOL
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