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TJPB determina prisão de padre Egídio e outras duas pessoas envolvidas no escândalo do Hospital Padre Zé

O religioso é acusado de participar de um esquema de desvios de recursos da instituição avaliados em cerca de R$ 140 milhões, quando à época era diretor da unidade

Por Luiz Adriano

17/11/2023 às 10h52 • atualizado em 17/11/2023 às 10h55

Padre Egídio está sendo investigado por supostas fraudes no Hospital Padre Zé, em João Pessoa - foto: reprodução/internet

O Tribunal de Justiça da Paraíba emitiu mandado de prisão contra o padre Egídio de Carvalho Neto, investigado no escândalo do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. Ele é acusado de participar de um esquema de desvios de recursos da instituição avaliados em cerca de R$ 140 milhões, quando à época era diretor da unidade.

Além do padre Egídio, há mais dois mandados, sendo um contra a ex-tesoureira da instituição, Amanda Duarte, e a ex-diretora administrativa, Jannyne Dantas.

O decreto das prisões foi emitido pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).

De acordo com o Ministério Público, o esquema de desvios de recursos públicos estimados em cerca de R$ 140 milhões, foram operacionalizados através do Instituto São José, responsável pelo Hospital Padre Zé, e da Ação Social Arquidiocesana, e ocorreram entre 2013 e setembro deste ano.

Os atos ilícitos investigados tiveram um impacto devastador em diversos programas sociais essenciais. Entre eles, a distribuição de refeições a moradores de rua, o amparo a famílias refugiadas da Venezuela, apoio a pacientes em pós-alta hospitalar, realização de cursos profissionalizantes, preparação de alunos para o ENEM, cuidados de pacientes com HIV/AIDS, entre outros. Além disso, as operações ilícitas afetaram gravemente o Hospital Padre Zé, comprometendo o atendimento a populações carentes e necessitadas.

PRISÃO NEGADA ANTERIORMENTE

Anteriormente o pedido de prisão contra o padre Egídio havia sido negado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, no entanto, o GAECO recorreu da decisão e na manhã de hoje as forças de seguranças envolvidas no caso, deflagraram a Operação Indignus 2 e estão sob responsabilidade de realizar as detenções dos três nomes citados no documento judicial.

ENTENDA O CASO

Uma Operação policial foi desencadeada no último dia 5 de outubro onde foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Criminal da Capital Paraibana, em endereços de três investigados, sendo oito na cidade de João Pessoa-PB, um no município de Conde-PB e dois em São Paulo-SP.

A ação teve como objetivo, investigar fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA), em João Pessoa.

Segundo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), as informações são de possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e do pagamento de propinas a funcionários vinculados às entidades investigadas.

De acordo com a força-tarefa, a investigação “aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos”.

As condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.

Após as denúncias se tornarem públicas em setembro último, o padre Egídio renunciou o cargo de diretor do Hospital Padre Zé e quem assumiu foi o padre George Batista.

Até o fechamento desta matéria não havia informações se algum dos três nomes teriam sido presos.

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