Irmã mandou matar para vender bens
Suspeita foi presa juntamente com outras cinco pessoas na segunda (27). Estudante, de 28 anos, foi morto em suposto assalto a padaria da suspeita.
A ganância em relação à venda dos bens da família, avaliados em cerca de R$ 1 milhão, teria sido o motivo pelo qual uma jovem de 26 anos teria mandado matar o irmão durante um suposto assalto à padaria dela, no bairro de Jardim Luna, em João Pessoa, segundo informou o delegado Aldrovilli Grisi durante uma coletiva de imprensa na Central de Polícia de João Pessoa na manhã desta terça-feira (28). Segundo a polícia, a suspeita tinha uma vida de ostentação e vendia os bens da família para pode gastar o dinheiro.
A irmã da vítima foi presa na segunda-feira (27), juntamente com outras cinco pessoas suspeitas de participação no crime. Marcos Antônio Filho, de 28 anos, foi baleado no dia 4 de junho. A vítima chegou a ser socorrida e levada para o Hospital de Trauma de João Pessoa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.
O corpo do jovem de 28 anos foi enterrado na manhã do dia 5 de junho. O velório e o enterro aconteceram no Parque das Acácias, no José Américo, e foram acompanhados por amigos, familiares e colegas do jiu jitsu, esporte praticado pela vítima.
Segundo o delegado, depois da morte do pai dos irmãos, quem passou a gerir o patrimônio da família, que mora em Bayeux, foi a irmã, uma vez que a vítima estudava e morava em Areia, no Agreste do estado. Durante a ausência do irmão, ela conseguiu vender um imóvel e um carro pertencente à família e ainda segundo Aldrovilli Grisi, teria falsificado a assinatura do irmão para poder vender um imóvel que estava no nome dele.
E, ainda de acordo com Aldrovilli Grisi, a morte do jovem foi encomendada pelo valor de R$ 13 mil, que a suspeita pretendia pagar após a execução. O delegado explicou que ela não tinha o dinheiro no momento do contrato. “Ela pretendia pagar os executores do irmão com o dinheiro dos bens do próprio irmão”, disse.
Investigação
O caso, que inicialmente foi investigado pela Delegacia de Homicídios, passou para Roubos e Furtos porque havia a suspeita de que fosse um latrocínio. A mudança de rumo na investigação aconteceu após a polícia conseguir na Justiça a quebra de sigilo telefônico da vítima. Nos registros do celular da vítima, a polícia encontrou várias ligações do irmão para a suspeita onde ele questionava a venda do patrimônio, bem como a forma que ela havia conseguido para vender o imóvel dele. Depois disso, a polícia conseguiu a quebra do sigilo da suspeita e descobriu como se deu a negociação para a morte do jovem.
Grisi explicou que a suspeita não gostava de ser questionada e teve a ideia de executar o irmão para poder vender os imóveis e bens livremente e sustentar um padrão de vida alto que ela levava. O delegado relatou na coletiva que a suspeita sustentava duas namoradas, incluindo uma delas que foi presa, além de gastar muito em festas, viagens e compras em restaurantes e shoppings de João Pessoa e Recife. “Ela levava uma vida luxuosa e queria manter, e a forma que ela encontrou foi vendendo os bens da família”, falou.
Marcos Antônio Filho era estudante de Veterinária da UFPB, do campus de Areia, no Agreste paraibano, e deveria se formar no próximo ano. Ele também era praticante de jiu-jitsu e já tinha marcado o exame de faixa, para assumir a faixa preta. Ele deixou um filho de sete anos.
Dois dias depois do crime, a conclusão após o primeiro exame feito por uma equipe do Instituto de Polícia Científica (IPC) foi de que o tiro que matou Marcos não foi acidental. Para o perito criminal responsável pela análise, Aldenir Lins, o crime tinha características de execução. No dia em que foi atingida pelo disparo, a vítima chegou a ser socorrida e levada para o Hospital de Trauma de João Pessoa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.
“Foram executados dois disparos. O primeiro disparo pegou em um lixeira, esse não foi direcionado para ninguém, foi um tiro direcionado para baixo, para o piso, e acabou atingindo a lixeira. O outro disparo foi exatamente na cabeça da vítima. Esse outro disparo foi muito direcionado para a vítima. Ele não foi naquela coisa de um momento no calor da emoção, não houve reação por parte da vítima. Já deu para perceber que ele chegou, a vítima estava ao solo, estava rendida”, comentou Aldenir Lins após a primeira perícia.
Participação das pessoas
Além da irmã da vítima, suspeita de ser a mandante do crime, foram presas outras cinco pessoas: A namorada da suspeita, de 21 anos, que sabia do plano e ajudou a acobertar a suspeita; os dois homens que teriam participado do suposto assalto, incluindo o atirador; um homem de 37 anos, que seria o intermediário entre a suspeita e a dupla executora; e um empresário de Bayeux, que seria o comprador dos bens da família. Segundo o delegado, a participação deste homem está sendo investigada. Um outro suspeito ainda é procurado pela polícia.
Todas as prisões são preventivas e segundo o delegado devem se transformar em temporária após o aprofundamento das investigações. As cinco pessoas apresentadas na coletiva, o que exclui o comprador das propriedades, devem ser indiciadas por homicídio em concurso com roubo, que é quando o roubo é forjado para ocultar uma execução, e por formação de quadrilha.
G1
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