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¨Governador foi eleito graças a um esquema de fraude de licitações¨, diz Deputado

A Polícia Federal indiciou 23 pessoas por supostas irregularidades no Projeto Jampa Digital, rede que levaria internet gratuita a população de João Pessoa

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23/07/2013 às 15h58

A polêmica do Jampa Digital foi o único tema da sessão desta terça-feira (23) na Assembleia Legislativa da Paraíba. Incrivelmente, os poucos deputados da bancada de situação que se fizeram presentes ainda tentaram defender o Governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB).

O representante da Controladoria Geral da União (CGU), em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo definiu o caso como conluio. O deputado Anísio Maia (PT), definiu o caso como Caixa 2. Desvio de recursos para financiamento de campanha; corrupção ativa e passiva; lavagem de dinheiro; uso de documentos falsos; etc. Todos termos usados no relatório final da Polícia Federal.

"Nós todos estamos abismados com o grande escândalo, revelado há dias, e agora confirmado pela Polícia Federal, que deixou claro todos os envolvidos e como foi montado o esquema com o objetivo de carrear dinheiro sujo para a campanha do então candidato a governador Ricardo Coutinho. A PF, inclusive, montou um organograma que não deixa dúvidas”, iniciou Anísio em sua fala.

Após ler trechos de matérias e artigos do Jornal da Paraíba e também de exibir no painel da Casa reportagens do Jornal Nacional que apuraram o esquema criminoso, Anísio afirmou: "Houve uma disputa fictícia na licitação do Projeto Jampa Digital. O TCE orientou que se dividissem em nove lotes o conjunto do projeto e, de forma grosseira, 99% dos recursos foram alocados no primeiro lote, vencido pela empresa Ideia Digital. Tudo feito de forma grosseira e montado para o 'Caixa 2' da campanha do governador. E quem está dizendo isto não é a imprensa ou os deputados de oposição, mas sim a Polícia Federal. E mais. O governador não foi citado neste primeiro momento por conta da nossa legislação, que lhe confere foro privilegiado, como consta explicitamente no item 163 do próprio relatório: considerando a impossibilidade de avanço das investigações pela prerrogativa funcional do governador."

E finalizou: "Esta fraude foi montada para carrear recursos para a campanha ao Governo do Estado da Paraíba. O atual governador foi eleito graças a um esquema de fraude de licitações, com dinheiro comprovadamente sujo. A Paraíba exige apuração e vamos até o fim”, disse.

Como funcionou o esquema
A Polícia Federal indiciou 23 pessoas por supostas irregularidades no Projeto Jampa Digital, uma rede que levaria internet sem fio e gratuita para a população de João Pessoa. A investigação da PF concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha do atual governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) e do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD).

O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha, foi indiciado por lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, o esquema foi montado pelo atual vice-governador Rômulo Gouveia, então deputado federal, que, em 2009, apresentou uma emenda propondo a criação do projeto, no valor total do projeto de R$ 39 milhões.

De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), na Paraíba, a licitação foi direcionada para que a empresa Ideia Digital vencesse a disputa. A PF afirma que esta empresa desviou R$ 1,6 milhão e pagou R$ 1,1 milhão a outras duas empresas, a Brickell e a Rigusta, que teriam pago serviços do publicitário Duda Mendonça.

Há época, o Ministério da Ciência e Tecnologia, onde o Jampa Digital estava vinculado, era ocupado pelo PSB, mesmo partido de Ricardo Coutinho.
 
Assessoria

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