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Caras e bocas: Luxemburgo chuta esparadrapo, gesticula e sofre na estreia no Vasco

Antes de subir para o gramado, técnico fica parado na boca do túnel, respira fundo e encara um dos maiores trabalhos da carreira. Na estreia, Cruz-Maltino empata em 1 a 1

Por Por Bruno Giufrida — Rio de Janeiro

20/05/2019 às 11h49

Luxemburgo. Foto: André Durão

A estreia de Vanderlei Luxemburgo no comando do Vasco teve emoção. Teve abraço, chute em esparadrapo, gestos, conversas. Teve cheiro de vitória, mas gosto de derrota. No primeiro jogo do técnico, o Cruz-Maltino abriu o placar, mas empatou em 1 a 1 com o Avaí em São Januário e proporcionou ao experiente comandante sensações que tinham ficado no passado e agora serão rotina.

Antes de pisar pela primeira vez no gramado como técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo parou na boca do túnel e respirou fundo. Ali, talvez estivesse pensando no tamanho do trabalho que terá para recuperar a confiança de uma equipe abalada por resultados ruins nos últimos meses e até anos.

À beira do campo, aquele velho Vanderlei Luxemburgo vestindo uma calça jeans, sapato social, camisa branca e um blazer escuro. Nos minutos inicias, o técnico manteve a calma e até ficou mais dentro do banco do que perto da linha lateral – talvez estivesse imaginando o que estava reservado para o segundo tempo. Depois, muitos gestos e até um chute em um esparadrapo que caiu à sua frente.

A atuação ruim do Vasco antes do intervalo deixou Luxemburgo com as mãos no bolso, de braços cruzados, fazendo gestos para os jogadores. Em um lance de contra-ataque para o Avaí, o técnico foi andando para trás com a defesa e “chamando” os jogadores do ataque para ajudarem na recomposição.

Luxemburgo chuta esparadrapo. Foto: André Durão

Quando tinha oportunidade, chamava jogadores para conversar ao pé do ouvido em vez de ficar esbravejando de longe. Fez isso com Henrique, por exemplo, quando a partida estava paralisada ainda no primeiro tempo. No segundo, chamou Pikachu em uma falta a favor do Vasco e deu instruções.

Teve, também, é claro, reclamações com a arbitragem. Em dois lances, principalmente. Aos 18 do primeiro tempo, reclamou com o árbitro Ricardo Marques Ribeiro uma sequência de faltas do Avaí que não resultou em cartão amarelo. No segundo, Rossi foi derrubado muito perto de Luxemburgo, que ficou bem irritado após o lance seguir.

– Teve aquele friozinho e aquela piscadinha do jogo. No futebol, se mexe com adrenalina. Foi gostoso voltar para o futebol. Atuando como gosto de atuar. Achamos que estavam parando demais a jogada, falei um pouco ali, mas sem ofender ninguém – disse Vanderlei Luxemburgo depois da partida.

O técnico também se incomodou com a falta de atenção dos jogadores do Vasco em um lance de impedimento que o zagueiro Betão, do Avaí, cobrou rápido e deu trabalho para a defesa cruz-maltina, desprevenida. Luxemburgo, na beira de campo, fazia sinais para os jogadores voltarem rápido.

No fim, as maiores emoções da noite de reestreia de Luxemburgo. Com cruzamento de Rossi, o zagueiro Ricardo abriu o placar para o Vasco e fez São Januário “explodir”. A maioria dos jogadores correu para festejar o defensor, mas Fellipe Bastos, que havia entrado há poucos minutos, e membros da comissão técnica abraçaram o treinador.

Depois do gol, o Vasco passou a mais se defender do que atacar. Na beira do campo, Luxemburgo, com as mãos no bolso ou gesticulando, parecia nervoso.

O nervosismo, porém, ganhou gosto de derrota no último lance da partida válida pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Daniel Amorim, de cabeça, conseguiu passar por Sidão, que estava em noite inspirada, e empatou o placar em São Januário. O Vasco, lanterna do Brasileirão, continua sem vencer.

E Luxemburgo, que viveu minutos de alegria, foi para o vestiário caminhando sozinho.

Fonte: Por Bruno Giufrida — Rio de Janeiro - https://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/caras-e-bocas-luxemburgo-chuta-esparadrapo-gesticula-e-sofre-na-estreia-no-vasco.ghtml

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