VÍDEO: Escritora cajazeirense lança livro com foco na ancestralidade sertaneja e religiões afro-indígenas
Tainara Silva lançará sua primeira obra, "matéria dos ventos", onde aborda temas que refletem sua jornada pessoal, resgatando a ancestralidade indígena e muito mais
A cena literária de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, ganha um novo destaque com o lançamento do livro “matéria dos ventos”, de autoria da jovem escritora e historiadora Tainara Silva. O evento de lançamento acontecerá nesta sexta-feira (12) na Associação Afro-cultural Orín Igbàdú.
A obra, que é a primeira da autora, é um trabalho de autopublicação viabilizado pelo Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FUMINC) 2024. Com 152 páginas, o livro é composto por 80 poemas e ilustrações, todos de autoria de Tainara.
Tainara Silva, que atualmente me identifico como ‘caboka’, aborda em sua obra temas que refletem sua jornada pessoal, resgatando a ancestralidade indígena de sua família materna. Vinda de uma família da zona rural de Cajazeiras, a escritora explora em seus textos a pluralidade dos sertões, indo além dos estigmas de seca e sofrimento.
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O livro também mergulha nas religiões afro-indígenas, como o Candomblé Ketu e a Jurema Sagrada, das quais a autora faz parte. Segundo Tainara, a obra não se limita a um único tema, mas tece uma “espiral” de reflexões sobre religião, feminismo, política, racismo religioso, autocuidado e a vida dos “povos de terreiro”.
“Os poemas não são estáticos, é como se eles fossem caminhando junto com o livro, que é uma coisa bem característica do orixá Exu”, explicou.
“Para além, trago provocações, questionamentos, ebós de autocuidado e rezos da minha individualidade no que tange as religiões afro-indígenas Candomblé Ketu e Jurema Sagrada, das quais faço parte enquanto abyan. Neste sentido, todo o livro é feito a partir de um olhar-criança, pensando o início no Candomblé e na Jurema e a retomada indígena”, escreve Tainara.
A escritora explica que o título é uma homenagem ao orixá Exu, mas é dedicado à sua avó Joana e à sua mãe Tereza, onde busca desconstruir estigmas da narrativa local predominantemente “branca, masculina e cristã”.
“Os poemas não conversam apenas sobre esse orixá [Exu], nem só sobre uma religião específica. Por exemplo, não só sobre o Candomblé Keto, não só sobre a Jurema Sagrada, mas também as pessoas, as minhas próprias particularidades, subjetividades, as minhas relações com as outras pessoas sertanejas, daqui da cidade de Cajazeiras, os povos de terreiro e principalmente numa desconstrução dessa história local, majoritariamente branca, masculina e cristã”, disse.
Sobre a autora
Além de escritora, Tainara Silva, de 26 anos, é historiadora, produtora cultural e multiartista. Ela já participou da organização de eventos culturais na cidade, como o Mulherio das Letras Sertão e o Laboratório Criativo de Arte.
O lançamento de “matéria dos ventos” marca uma contribuição significativa para a literatura local, trazendo uma voz que busca celebrar e descolonizar as narrativas sobre o Sertão e as culturas afro-indígenas. O livro será lançado nessa sexta-feira (12), às 19h, na Associação Afro-cultural Orín Igbàdú, na rua Vicente Bezerra, Bairro Esperança, e é uma parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB)- Sousa, com a produção cultural de Rafael Formiga.
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