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VÍDEO: Jornalista descobre ser descendente de Mãe Aninha e se emociona ao recordar infância em Cajazeiras

Durante estudo para saber se existiram judeus sefarditas entre os seus antepassados, a jornalista cajazeirense foi surpreendida por outra descoberta que muda sua perspectiva sobre a relação da sua família com a história da sua terra de origem

Por Luis Fernando Mifô

05/09/2025 às 18h53 • atualizado em 05/09/2025 às 19h25

Durante um estudo que tinha o objetivo de saber se existiram judeus sefarditas entre os seus antepassados, a jornalista Edileide Vilaça acabou sendo surpreendida por outra descoberta que muda sua perspectiva acerca da relação da sua família com a história da sua terra de origem.

Edileide, que mora em João Pessoa há mais de 30 anos, mas é natural de Cajazeiras, no Sertão do estado, descobriu que é neta da 7ª geração, pelo ramo paterno, de Ana Francisca de Albuquerque, mais conhecida como “Mãe Aninha”, a mãe do Padre Inácio de Sousa Rolim, fundador da escola que deu origem à cidade. A confirmação veio através de uma pesquisa conduzida pela genealogista paraibana Ana Clara Maia, da cidade de Areia, e está respaldada por registros paroquiais e bases genealógicas.

Mãe Aninha casou-se com Vital de Souza Rolim em 10 de fevereiro de 1795 e faleceu em 22 de agosto de 1854. As datas estão registradas em acervos históricos e em páginas institucionais ligadas à memória local (FESC Diocesano, FamilySearch).

A jornalista Edileide Vilaça, neta de 7ª geração de Mãe Aninha (Foto: arquivo pessoal)

No programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, a jornalista falou da sua reação ao descobrir o parentesco com Mãe Aninha na árvore genealógica e se emocionou quando recordou a infância no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde em frente existe uma praça com o nome da matriarca e um busto do Padre Rolim.

“Não só ter nascido, mas, historicamente, me reconhecer como neta na sétima geração de Mãe Aninha é uma emoção indescritível”, disse Edileide. “A gente foi acostumado a chamá-la de Mãe Aninha. É uma forma tão carinhosa, tão singular. E Mãe Aninha era também minha vozinha”.

A literatura registra que de Ana Francisca (Mãe Aninha) “procedem os Rolins de Cajazeiras”, destacando-se o Padre Inácio. A filiação e o casamento de 1795 são dados recorrentes em repositórios e crônicas históricas, reforçando seu papel de matriarca na gênese simbólica da cidade (Instituto do Ceará, Ramos de Uma Grande Árvore, FESC Diocesano).

Quadro “A Fundação de Cajazeiras”, do artista plástico W. J. Solha (Reprodução)

A genealogista

A pesquisadora Ana Clara Maia contou ao Diário do Sertão que iniciou a investigação a partir da possibilidade de antepassados com origem em judeus sefarditas, pensando no reconhecimento de nacionalidade portuguesa.

“Só que nesse percurso, a genealogia pessoal dela reencontra a história de Cajazeiras e reaviva a memória dessa mulher potente que existe por trás do educador dos sertões, que é Mãe Aninha, avó de Edileide em 7º grau, ou seja, sua neta da 7ª geração pelo lado paterno”.

Segundo Ana Clara, a pesquisa é “um processo tão interessante e cheio de surpresas, tudo comprovado com documentos, certidões de nascimento, de óbito, livros, narrativas de memória oral, que vão se entrelaçando como uma teia”.

Edileide Vilaça e Ana Clara Maia

A genealogista Ana Clara Maia e a jornalista Edileide Vilaça  (Foto: divulgação)

Descoberta e características

Edileide conta que após descobrir que é neta de Mãe Aninha, passou a ter uma melhor percepção sobre as suas características pessoais que não se evidenciam em parentes mais próximos.

“Muita coisa do que a gente é hoje, a gente se fundamenta no que foi o passado, do que a gente traz de memórias que a gente nem sabe. Eu sou apaixonada por plantas, por medicina através das plantas, das ervas, dos chás; e estudando agora mais profundamente sobre a figura de Mãe Aninha, ela tinha isso no perfil dela. Eu tenho uma ONG e me sinto extremamente realizada quando estou fazendo trabalho social, e eu não sabia de onde vinha isso. É algo inexplicável, porque não é muito da minha família algumas coisas que eu costumo gostar e fazer”.

“Das filhas do meu pai e da minha mãe, eu fui a única que nasceu de parteira, e Mãe Aninha era uma parteira. Tem muitas coincidências. É importante a gente pesquisar de onde a gente veio, os nossos antepassados, e honrá-los, honrar quem nos trouxe. Quando a gente descobre, eu acho que aumenta ainda mais nossa responsabilidade e nossa missão aqui, no tempo em que estamos, nessa existência”, ressalta a jornalista.

LINHA DE PARENTESCO

1. Ana Francisca de Albuquerque (Mãe Aninha) – n. c.1775; cas. 10/02/1795; ób. 22/08/1854; cônjuge: Vital de Souza Rolim. (FESC Diocesano, FamilySearch)

2. Antonia Tereza de Jesus (c.1810)
Filha de Mãe Aninha. Casou-se com Joaquim Gonçalves da Costa.

3. Josefa Maria da Conceição (c.1830)
Filha de Antonia Tereza. Casou-se com Francisco Gonçalves Sobreira; registro conexo de batismo de Maria (prova de contexto).

4. Anna Josefa Sobreira (1850)
Filha de Josefa Maria. Casou-se com André Vidal da Cunha.

5. Vital de Souza Rolim Sobrinho – n. 01/07/1865; bat. 30/07/1865; cônjuge: Rita Rolim de Albuquerque.

6. Eudócia Rolim de Albuquerque – n. 30/10/1891; cas. nov/1914 com Celestino Conrado da Silva; ób. 01/12/1964.

7. Maria Celestino Conrado – n. 1912; ób. 13/11/1989
Filha de Eudócia. Casou-se com José Henrique Bezerra.

8. Antonio Conrado Bezerra – n. 17/11/1940; cas. 20/04/1965; ób. 10/07/2012.
Filho de Maria Celestino. Casou-se com Maria Augusto de Oliveira.

9. Edileide Oliveira Bezerra Vilaça – n. 21/12/1971 (Cajazeiras).
Filha de Antonio Conrado Bezerra.

DIÁRIO DO SERTÃO

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