VÍDEO: Jornalista descobre ser descendente de Mãe Aninha e se emociona ao recordar infância em Cajazeiras
Durante estudo para saber se existiram judeus sefarditas entre os seus antepassados, a jornalista cajazeirense foi surpreendida por outra descoberta que muda sua perspectiva sobre a relação da sua família com a história da sua terra de origem
Durante um estudo que tinha o objetivo de saber se existiram judeus sefarditas entre os seus antepassados, a jornalista Edileide Vilaça acabou sendo surpreendida por outra descoberta que muda sua perspectiva acerca da relação da sua família com a história da sua terra de origem.
Edileide, que mora em João Pessoa há mais de 30 anos, mas é natural de Cajazeiras, no Sertão do estado, descobriu que é neta da 7ª geração, pelo ramo paterno, de Ana Francisca de Albuquerque, mais conhecida como “Mãe Aninha”, a mãe do Padre Inácio de Sousa Rolim, fundador da escola que deu origem à cidade. A confirmação veio através de uma pesquisa conduzida pela genealogista paraibana Ana Clara Maia, da cidade de Areia, e está respaldada por registros paroquiais e bases genealógicas.
Mãe Aninha casou-se com Vital de Souza Rolim em 10 de fevereiro de 1795 e faleceu em 22 de agosto de 1854. As datas estão registradas em acervos históricos e em páginas institucionais ligadas à memória local (FESC Diocesano, FamilySearch).
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No programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, a jornalista falou da sua reação ao descobrir o parentesco com Mãe Aninha na árvore genealógica e se emocionou quando recordou a infância no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde em frente existe uma praça com o nome da matriarca e um busto do Padre Rolim.
“Não só ter nascido, mas, historicamente, me reconhecer como neta na sétima geração de Mãe Aninha é uma emoção indescritível”, disse Edileide. “A gente foi acostumado a chamá-la de Mãe Aninha. É uma forma tão carinhosa, tão singular. E Mãe Aninha era também minha vozinha”.
A literatura registra que de Ana Francisca (Mãe Aninha) “procedem os Rolins de Cajazeiras”, destacando-se o Padre Inácio. A filiação e o casamento de 1795 são dados recorrentes em repositórios e crônicas históricas, reforçando seu papel de matriarca na gênese simbólica da cidade (Instituto do Ceará, Ramos de Uma Grande Árvore, FESC Diocesano).
A genealogista
A pesquisadora Ana Clara Maia contou ao Diário do Sertão que iniciou a investigação a partir da possibilidade de antepassados com origem em judeus sefarditas, pensando no reconhecimento de nacionalidade portuguesa.
“Só que nesse percurso, a genealogia pessoal dela reencontra a história de Cajazeiras e reaviva a memória dessa mulher potente que existe por trás do educador dos sertões, que é Mãe Aninha, avó de Edileide em 7º grau, ou seja, sua neta da 7ª geração pelo lado paterno”.
Segundo Ana Clara, a pesquisa é “um processo tão interessante e cheio de surpresas, tudo comprovado com documentos, certidões de nascimento, de óbito, livros, narrativas de memória oral, que vão se entrelaçando como uma teia”.
Descoberta e características
Edileide conta que após descobrir que é neta de Mãe Aninha, passou a ter uma melhor percepção sobre as suas características pessoais que não se evidenciam em parentes mais próximos.
“Muita coisa do que a gente é hoje, a gente se fundamenta no que foi o passado, do que a gente traz de memórias que a gente nem sabe. Eu sou apaixonada por plantas, por medicina através das plantas, das ervas, dos chás; e estudando agora mais profundamente sobre a figura de Mãe Aninha, ela tinha isso no perfil dela. Eu tenho uma ONG e me sinto extremamente realizada quando estou fazendo trabalho social, e eu não sabia de onde vinha isso. É algo inexplicável, porque não é muito da minha família algumas coisas que eu costumo gostar e fazer”.
“Das filhas do meu pai e da minha mãe, eu fui a única que nasceu de parteira, e Mãe Aninha era uma parteira. Tem muitas coincidências. É importante a gente pesquisar de onde a gente veio, os nossos antepassados, e honrá-los, honrar quem nos trouxe. Quando a gente descobre, eu acho que aumenta ainda mais nossa responsabilidade e nossa missão aqui, no tempo em que estamos, nessa existência”, ressalta a jornalista.
LINHA DE PARENTESCO
1. Ana Francisca de Albuquerque (Mãe Aninha) – n. c.1775; cas. 10/02/1795; ób. 22/08/1854; cônjuge: Vital de Souza Rolim. (FESC Diocesano, FamilySearch)
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2. Antonia Tereza de Jesus (c.1810)
Filha de Mãe Aninha. Casou-se com Joaquim Gonçalves da Costa.
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3. Josefa Maria da Conceição (c.1830)
Filha de Antonia Tereza. Casou-se com Francisco Gonçalves Sobreira; registro conexo de batismo de Maria (prova de contexto).
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4. Anna Josefa Sobreira (1850)
Filha de Josefa Maria. Casou-se com André Vidal da Cunha.
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5. Vital de Souza Rolim Sobrinho – n. 01/07/1865; bat. 30/07/1865; cônjuge: Rita Rolim de Albuquerque.
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6. Eudócia Rolim de Albuquerque – n. 30/10/1891; cas. nov/1914 com Celestino Conrado da Silva; ób. 01/12/1964.
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7. Maria Celestino Conrado – n. 1912; ób. 13/11/1989
Filha de Eudócia. Casou-se com José Henrique Bezerra.
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8. Antonio Conrado Bezerra – n. 17/11/1940; cas. 20/04/1965; ób. 10/07/2012.
Filho de Maria Celestino. Casou-se com Maria Augusto de Oliveira.
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9. Edileide Oliveira Bezerra Vilaça – n. 21/12/1971 (Cajazeiras).
Filha de Antonio Conrado Bezerra.
DIÁRIO DO SERTÃO
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