Antigos cassinos nordestinos dão sinais para que legado arquitetônico da região receba mais atenção
A cultura nordestina e a história de várias das principais localidades da região se encontram também nas ruas e prédios
No contexto de formação do Brasil como nação, boa parte das maiores contribuição do Nordeste para o país vem por meio da rica cultura da região. Em um só estado é possível encontrar diversos artistas e intelectuais que contribuíram com músicas, peças, filmes e obras literárias que são até hoje fonte de grande inspiração para os produtores de cultura dentro e fora do Nordeste.
Esse rico legado cultural do Nordeste não envolve somente o meio midiático. De fato, a cultura nordestina e a história de várias das principais localidades da região se encontram também nas ruas e prédios, tendo eles servido ou não como palco de grandes manifestações culturais durante a sua existência.
Existem exemplos mais que célebres disso na Bahia, principalmente em Salvador. A primeira capital brasileira possui espaços arquitetônicos como a Igreja de São Francisco e o Elevador Lacerda, que dão inveja em muitos monumentos dentro e fora do Brasil. Entretanto, estes espaços acabam servindo mais como exceção dentro do contexto de histórias arquitetônicas perdidas pela ação do tempo e também da negligência
Um exemplo da própria Paraíba no contexto de perdas arquitetônicas e históricas lastimáveis é o antigo Cassino Eldorado, localizado em Campina Grande. Esse que foi um dia um dos grandes cassinos brasileiros e que é lembrado pela população campinense por meio de uma réplica montada no Parque do Povo todo ano, se encontra hoje em estado de total deterioração.
Os relatos da década de 1930 e 1940 contam que o Eldorado possuía mesas de roleta, bacará e pôquer que permaneciam ocupadas pelas classes média e alta de Campina Grande, além de um palco com espaço para 36 dançarinos onde se apresentaram artistas da Argentina, do México e da Rússia. Mas com o seu declínio a partir da década de 1960, e o fim das suas atividades já na década seguinte por conta da abertura de concorrentes, o espaço foi deixado para trás. O abandono é marcado pela sua faixada, inspirada na arquitetura moderna dos prédios estadunidenses na década de 1930, que já está quase que completamente derrubada por ação do tempo.
Isso não quer dizer que a indústria de jogos esteja fora de moda. Afinal espaços como os jogos de cassino online da Betfair, que vão da Live Roulette até Live Blackjack, Live Baccarat e Live Casino Hold’Em, continuam a crescer a cada ano. Tais jogos eram também encontrados nos salões de cassinos como o Eldorado, com suas mesas estando sempre ocupadas durante seus tempos de glória.
Porém, os espaços físicos que já não abrigam mais os cassinos continuam a sofrer. Situação semelhante se vê na Bahia, na cidade de Cipó localizada no nordeste do estado. Lá se encontrava o Grande Hotel Caldas de Cipó, que abrigava em seus luxuosos recintos um dos grandes cassinos brasileiros. O mesmo foi inaugurado em 1952 pelo presidente Getúlio Vargas, que ocupou o quarto 81 do vultuoso prédio no sertão baiano.
Infelizmente o empreendimento faliu oito anos após a sua primeira inauguração. O seu segundo período de atividade, que começou em 1982, durou mais tempo uma vez que as portas do hotel se fecharam em definitivo já no fim da década de 1990.
O prédio em Cipó foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia em 2008. Entretanto, no ano seguinte ao tombamento o edifício foi atingido por um incêndio que destruiu parte dos andares superiores do antigo hotel.
Os legados do Eldorado e do Grande Hotel poderiam ter sido mantidos após o encerramento das suas atividades caso a devida atenção à história contida nestes espaços fosse dedicada aos mesmos. Mas agora, é tarde demais. A solução para que estes prédios reencontrem vida é a restauração, que traz por consequência a esperança de que um novo ciclo traga a sustentação necessária para que esses outrora gigantes de concreto fiquem de pé mais uma vez.
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