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VÍDEO: Em Cajazeiras, venezuelano faz apelo comovente para trazer esposa e filhos que não vê há 5 anos

Michael Martin deixou na cidade de Puerto Ayacucho a esposa e o casal de filhos que ele pouco viu crescer. Desde então, nunca conseguiu juntar condições financeiras para realizar o sonho de trazê-los para o Brasil

Por Luis Fernando Mifô

09/04/2024 às 16h32 • atualizado em 09/04/2024 às 16h43

Michael Martin Cadenas Camico, de 39 anos, é um dos milhares de venezuelanos que nos últimos anos atravessaram a fronteira para o Brasil em busca de uma vida melhor, tendando escapar dos impactos da profunda crise econômica que seu país de origem vivencia. Michael está em solo brasileiro há cinco anos, mas vive um drama pessoal comovente.

Há quatro meses, o venezuelano reside em Cajazeiras, no Sertão paraibano, onde trabalha com manutenção de eletrodomésticos e objetos eletrônicos. Ganha pouco, mas tem conseguido comer e ajudar na moradia. Michael vive na casa do patrão, no bairro Cristo Rei. Em troca da estadia, ele ajuda nas despesas com água, energia elétrica e internet.

A vida no Brasil, embora ainda seja apertada, é melhor do que na Venezuela. No entanto, há cinco anos, Michael sofre com a dor da distância da família. Ele deixou na cidade de Puerto Ayacucho a esposa e o casal de filhos, que quase não viu crescer. Desde então, o venezuelano nunca conseguiu juntar condições financeiras para realizar o sonho de trazê-los para o Brasil.

“Eu saí tentando dar um jeito na situação econômica da minha casa, dos meus filhos, porque lá não tem condição. Você pode trabalhar, pode tentar fazer tudo que é possível para seguir em frente, mas a situação econômica não tem como. Desde que estou aqui no Brasil, eu tento ajudar minha família todo dia. Eu trabalho com manutenção de aparelhos. Mas, neste momento, lá no meu país está mais delicada e mais difícil a situação”, explica, emocionado, o venezuelano.

Esperançoso de que conseguiria trazer a família em 2024, Michael até se antecipou e matriculou os dois filhos  – um garoto de 13 e uma menina de 9 anos – em uma escola de Cajazeiras. Mas ele não tem condições financeiras para bancar as viagens. Por isso, os filhos e a esposa seguem na Venezuela enfrentando uma difícil situação social sobre a qual Michael pouco pode ajudar. Para piorar o drama, a esposa de 38 anos sofre de problemas de saúde em um país onde não há garantia de atendimento para quem não tem dinheiro.

“Se você não tem dinheiro suficiente, você não é atendido. Aqui no Brasil é muito diferente. Se na sua cidade não tem um especialista, faz um encaminhamento para outra cidade para poder atender a pessoa. Mas lá no meu país, não”, ele relata.

Michael com a esposa e os filhos, ainda na Venezuela (Fotos: Arquivo Pessoal)

Michael tentar ajudar a família como pode, enviando pequenas quantias em dinheiro, com as quais pouco dá para fazer na Venezuela. Segundo ele, com 50 reais só é possível comprar 1 kg de arroz. “Eu aqui tenho café da manhã, tenho almoço, tenho janta. Mas tem momentos que lá eles não têm”, relata.

Michael não consegue conter a emoção ao falar da família que está distante e com a qual só consegue conversar por chamada de vídeo quando tem energia elétrica e internet em Puerto Ayacucho. “Eles [os filhos] me falam que meu rosto já mudou, que eu estou bem maior, porque quando eu vim embora eles estavam bem pequenos. Os anos passaram, eles foram mudando, e não é fácil ficar longe da família”, diz o pai emocionado.

Como ajudar Michael e sua família

O venezuelano participou do programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, para fazer um apelo por ajuda, a fim de que as pessoas possam colaborar financeiramente para que ele consiga trazer as esposa e os filhos para Cajazeiras. De Puerto Ayacucho, que faz fronteira com a Colômbia, até a cidade de Cajazeiras, no sertão paraibano, as despesas com todas as viagens giram em torno de 5 mil reais, incluindo a passagem pela fronteira em Manaus-AM.

Quem tiver interesse em ajudar Michael nessa missão, pode entrar em contato com ele somente pelo Whatsapp (97) 98439-9336. O contato não pode ser feito por ligação telefônica porque Michael está há três meses com a linha suspensa por não conseguir colocar créditos.

DIÁRIO DO SERTÃO

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