header top bar

section content

VÍDEO: No dia do cabeleireiro, profissionais de Cajazeiras contam histórias e pedem mais apoio à categoria

O popular cabeleireiro Werão conta que começou a trabalhar em 1978 e que naquela época era difícil para um homem assumir uma profissão dita 'feminina', pois o preconceito já era muito grande, e que mesmo hoje em dia ainda enfrenta dificuldades para exercer a profissão

Por Priscila Tavares

19/01/2023 às 17h08 • atualizado em 19/01/2023 às 19h05

Nesta quinta-feira, 19 de janeiro, comemora-se o dia nacional do cabelereiro. A data vem como forma de homenagear a todos os profissionais que trabalham na área. Para a TV Diário do Sertão, o repórter Elmo Lacerda entrevistou dois profissionais experientes de Cajazeiras: Geraldo Cirilo Junior, de 62 anos, conhecido como Werão Cabelereiro, que tem mais de 40 anos de história; e Paulo Paulino de Lima, de 57 anos, que exerce a profissão há 30 anos.

Werão conta que começou a trabalhar como cabelereiro em 1978 e que naquela época era difícil para um homem assumir uma profissão dita ‘feminina’, pois o preconceito já era muito grande e que mesmo hoje em dia ainda enfrenta dificuldades para exercer a profissão.

“Hoje em dia é muito difícil porque o mercado abriu muito o leque; aqui em Cajazeiras era para ter oficina de cabeleireiro, de barbeiro, para assim os poderes públicos fazerem eventos para a gente participar, cursos para a gente se atualizar, mas não tem aqui; a gente tem que se deslocar para João Pessoa ou Campina Grande; muito caro os cursos”, ressalta Werão. Ele ainda lamenta a falta de uma associação que represente a categoria e que ofereça meios para que os profissionais se qualifiquem no município.

Paulo Paulino exerce a profissão há 30 anos (Foto: Victor Batista / TVDS)

Já Paulo Paulino falou que começou cortando cabelo de irmãos e amigos no sítio em que morava. Disse ainda que foi na cidade de São Paulo onde fez um curso na área e desde então trabalha com cortes de cabelo.

Entre as situações inusitadas que já presenciou no seu estabelecimento, ele destaca uma história de quando trabalhava sozinho e que um rapaz chegou, com uma mochila e um litro de cachaça, lhe pediu um corte de Amado Batista e disse que não tinha dinheiro para pagar, mas lhe ameaçou para que cortasse o cabelo.

“Eu peguei uma maquininha, dessas de fazer pé de cabelo, e comecei fazer uns buraquinhos no cabelo dele, vários buracos, parecia uns triangulozinhos; quando estava todo esburacado, eu fiz um medo a ele, ele era mais mole que eu, findou ele correndo, indo embora com o cabelo cheio de buraco”, contou Paulino. Ele disse ainda que seis meses depois o rapaz voltou ao salão como se nada tivesse acontecido e explicou que não lembrava do episódio.

O cabeleireiro lamentou também a falta de união da classe e pediu para que o trabalho como cabelereiro fosse feito sem discriminação entre os clientes. “A gente tem que caprichar mais, atender bem, respeitar todo mundo; do cidadão que chegue numa bicicleta, numa carroça de burro ao cara que seja empresário e chegue num carro importado, a gente tem que tratar todo mundo igual”, disse Paulo.

DIÁRIO DO SERTÃO

Recomendado pelo Google: