VÍDEO: Cineasta cajazeirense lembra bastidores do filme ‘Sonho de Inacim’ e relata milagre do Pe. Rolim
Foram inúmeras dificuldades e adversidades que o cineasta enfrentou para tirar o projeto do filme ‘O Sonho de Inacim’ do papel até a sua etapa de lançamento
No dia que a cidade de Cajazeiras celebra 158 anos de emancipação política, o Sistema Diário do Sertão exibe uma entrevista exclusiva com o arquiteto e cineasta cajazeirense Eliézer Leite Rolim Filho.
Na entrevista com o apresentador Moisés Conrado, Eliézer Filho relembra momentos memoráveis da sua infância em Cajazeiras, a exemplo do Carnaval, do São João na Rua Higino Rolim onde ele e sua turma decoravam os postes com folhas de bananeiras e das barracas de comida que ficavam na porta do Cajazeiras Tênis Clube e Clube 1º de Maio.
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‘’Eu moro hoje em João Pessoa, mas Cajazeiras existe algo que é um resgate. Sempre que vou à Cajazeiras revigoro minhas forçaas. Eu adoro ver o por do sol no Açude Grande’’, disse.
O CAJAZEIRENSE O CINEMA
O cineasta cajazeirense conta que sua paixão pelo cinema começou quando ele assistia filmes pela brecha da fechadura da porta no Cine Éden. Ele também revelou que juntava sua turma para caçar pedaços de filmes no lixo do cinema para depois levarem para a casa de Dedé, e com o uso de uma lâmpada, projetavam as imagens na parede.
‘’A brecha na porta dava uma visão completa da tela principal, então era uma briga enorme pra ficar nesse buraco e assistir os filmes’’, afirmou. Eliézer Filho conta que os filmes que mais marcaram sua adolescência foram ‘’O Morro dos Ventos Uivantes’’ e os ‘’Dez Mandamentos’’.
FILME SOBRE PADRE ROLIM
No bate-papo, o diretor do longa ‘O SONHO DE INACIM’ conta que a ideia de criar o filme contando a história do filho mais ilustre da cidade de Cajazeiras começou quando ele morava no colégio interno de Padre Zé na cidade de Itaporanga no Vale do Piancó. Outro momento muito marcante da entrevista é quando Eliézer conta a relação de abandono do pai e como o encontrou anos depois.
Foram inúmeras dificuldades e adversidades que o cineasta enfrentou para tirar o projeto do filme ‘O Sonho de Inacim’ do papel até a sua etapa de lançamento, inclusive ele relata que teve crises de choro e pensou em desistir do longa-metragem.
‘’Eu não tinha dinheiro para apurar as locações em Cajazeiras, na prefeitura à época a gente conseguiu apoio e conseguimos localizar a Fazenda Acauã em Aparecida na região de Sousa. Foram quase 10 anos de perseverança para concluir esse filme’’, garantiu.
MILAGRE DE PADRE ROLIM
Para Eliézer, a conclusão do filme só foi possível com a ajuda espiritual do Padre Rolim.
‘’Eu sou um homem de fé. Eu me apeguei ao Padre Rolim e disse que se fosse pra acontecer que fosse logo e se não fosse que tirasse do meu caminho pra partir pra outra. E eu quero que o senhor me ajude, porque estou fazendo um trabalho que valoriza sua pessoa. Eu parei com a ansiedade e consegui. Eu acredito muito que as pessoas que já morreram nos escutam, de vez em quando eu converso com um deles. Eu acredito sim que teve uma ajuda dele [Padre Rolim].
O ILUSTRE CAJAZEIRENSE
Eliézer nasceu em Cajazeiras (PB), em 23 de novembro de 1961, na Rua Souza Assis, filho de Eliézer Leite Rolim e Raumita Coelho Rolim.
Aos nove anos, deixou a residência paterna para estudar em um colégio dirigido por padres, em Itaporanga (PB), passando a ser educado pelo seu tio, o Padre José Sinfrônio de Assis Filho.
Foi no internato que travou conhecimento com o teatro e, ao voltar para Cajazeiras, em 1975, fundou o Grupo Teatral Mickey que, mais tarde, passaria a se chamar Grupo de Teatro Terra, um dos grupos mais importantes do movimento cultural do Estado da Paraíba, após haver ganhado destaque e prêmio nacional, com o espetáculo Beiço de Estrada, outorgado pelo Projeto Mambembão (1979). O Grupo Terra foi o referencial artístico de uma geração e um dos responsáveis pela luta, objetivando a construção do Teatro Ica.
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 1986), tem mestrado (2001) e doutorado em Artes Cênicas pela universidade Federal da Bahia e pela École Nationale de Architeture de Grenoble, na França (2013).
Recebeu vários prêmios nacionais com a sua produção teatral: Seca, Beiço de Estrada, O Barraco, Até Amanhã, Drops do Halley, Homens de Lua, Trinca Mas Não Quebra, Anjos de Augusto, Sinhá Flor, Como Nasce um Cabra da Peste, Adeus Mamanita, Estrelas ao Relento e Efemérico.
Sua produção artística é interdisciplinar, e suas obras teatrais destacam-se não somente pela sua dramaturgia, mas por sua cenografia, direção e iluminação.
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