Grávida de nove meses perde o bebê e família acusa Hospital Regional de Sousa de Negligência
Um exame de ultrassonografia feito dias antes dela ir ao Hospital apontou que o feto estava bem e com os batimentos cardíacos normais
Uma família procurou à reportagem do Diário do Sertão para denunciar um possível caso de negligência médica que pode ter causado a morte de um bebê no setor infantil do Hospital Regional de Sousa, Sertão da Paraíba.
Do hospital para casa
De acordo com familiares, a agricultora Francisca Batista Gomes, de 30 anos que mora no sítio Catolé da Piedade, zona rural de Sousa, estava com 39 semanas de gestação, começou a sentir dores abdominais, contrações e dor lombar e no sábado (23) foi até o hospital para buscar atendimento médico, mas não teve o atendimento necessário e recebeu alta.
“O médico que atendeu ela receitou buscopan, não fez o toque nem o ultrassom, disse ainda que ela estava com 38 semanas e não era tempo de ter o bebê. Ela veio para minha casa no Bairro Estação, mas ficou sentindo dores, sentia contrações de cinco em cinco minutos”, disse Talita, prima de Francisca.
Feto vivo
Um exame de ultrassonografia obstétrica realizado no dia 14 de maio de 2020 apontou que o feto estava com os batimentos cardíacos rítmicos presentes e movimento fetal também presente e pesava em média 3,255 quilos.
Do hospital para casa²
A família disse ainda que Francisca precisou ser levada novamente para o hospital, foi medicada apenas com buscopan na veia e o feto estava com os batimentos normais, no entanto não fizeram o ultrassom nem o exame de toque e liberaram ela para casa.
Feto morto
Na segunda-feira (25) já em casa, Francisca continuou a sentir dores e as 3h a bolsa estourou e ela deu entrada no hospital regional:
“Dessa vez ela foi atendida por doutor Marcelo, foi muito prestativo, ele tentou ouvir os batimentos do bebê mas, não conseguiu escutar então foi necessário uma cirurgia de urgência. O bebê foi retirado e foi constatado que já estava em óbito. A médica disse para nós que tentou fazer a massagem cardiorrespiratória, mas sem sucesso, ela disse que o bebê já devia ter morrido há cerca de um dia. O bebê morreu por negligência do primeiro plantão do sábado, dia 23, do Hospital Regional, pois não deram assistência que a paciente merecia, um ser humano que faz uma coisa dessa com uma mãe de primeira viagem, estava tudo pronto, roupinhas, o bercinho, as lembrancinhas, mas e agora o que essa mãe vai levar para casa?”, lamentou.
A família também denunciou que o médico que atendeu Francisca no sábado não era obstetra, era clínico geral:
“O hospital Regional não está cuidando dos pacientes de forma correta, colocaram uma pessoa que não está qualificada para estar numa área cuidando de grávidas, eles não fizeram ultrassom e nem sequer o toque.
Francisca fez todo o acompanhamento pré-natal e não foram encontrados nenhum problema diária a gestação com o feto:
“O bebê morreu porque entrou em sofrimento na barriga da mãe, ele defecou na barriga e engoliu fezes, entrou em sofrimento e quando eles viram o bebê já tinha morrido asfixiado com as fezes. Vamos em busca de justiça, eles vão ter que pagar pelo sofrimento dessa criança, era um anjinho”, revelou.
A investigação
O caso já foi denunciado na ouvidoria do Hospital Regional e também será investigado pela delegacia de polícia civil, para constatar se houve negligência ou não na morte do feto.
Outro lado
A reportagem do Diário do Sertão tentou contato por telefone com a direção do Hospital Regional de Sousa, mas as ligações não foram atendidas, também tentamos contato via aplicativo de mensagens (WhatsApp) e não tivemos retorno.
O espaço fica aberto para que o Hospital Regional preste esclarecimento sobre o caso.
DIÁRIO DO SERTÃO
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