Pacientes com Covid-19 recebem alta e elogiam atendimento no Hospital de Patos
Ela chegou em estado crítico, já em ventilação mecânica, sendo conduzida direto para o setor de isolamento da unidade para casos de Covid.
A aposentada Maria do Céu Gomes, de 69 anos, moradora da cidade de Catingueira, tem agora mais uma data natalícia no seu histórico de vida: 05.05. Isto porque foi nesta data que ela, cardiopata, teve alta do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC), após passar quase 15 dias internada, a maior parte deles em ventilação mecânica, se recuperando de complicações causadas pelo Covid-19. Outra paciente do grupo de risco, com diabetes e hipertensão, a senhora Maria do Carmo, 68 anos, também conseguiu driblar os prognósticos e se recuperar de um quadro grave da doença e voltar para a casa curada na sexta-feira (1) passada. Ela foi a primeira paciente vítima da pandemia do coronavírus a receber alta
Ao deixar o hospital, a ex-paciente Maria do Céu Gomes deu um depoimento emocionado. “Primeiramente a Deus, e depois a todos vocês, sem distinção, a minha eterna gratidão pelo acolhimento, cuidados e tratamento. Me senti aqui sendo cuidada por ‘filhos’, tamanho o amor, carinho e dedicação que recebi. Saio daqui grata a Deus pela oportunidade de continuar vivendo e com a certeza de que há anjos na terra trabalhando no hospital de Patos”, disse ela ao se despedir da equipe, durante sua alta, nesta terça-feira pela manhã.
A paciente foi encaminhada ao Hospital de Patos pelo PSF de Catingueira, sua cidade de origem, no dia 22 de abril. Chegou em estado crítico, já em ventilação mecânica, sendo conduzida direto para o setor de isolamento da unidade para casos de Covid. Tanto a sintomatologia quanto os exames, inclusive o teste de Swab, confirmaram o diagnóstico de Covid-19.
“Foram dias difíceis, escutava o barulho dos equipamentos a todo instante, mas posso assegurar que tive todo o aporte necessário para minha recuperação. Me senti acolhida como uma mãe que tem os filhos por perto, até gestos de carinho, como afagos, recebi de toda a equipe. Do médico ao auxiliar de limpeza, sem distinção, posso dizer que a equipe do isolamento do hospital trabalha não apenas com a competência profissional, mas com o coração. Em minhas orações, eles estarão sempre presentes daqui em diante”, disse a aposentada.
Cardiopata, com doença de Chagas já alguns anos, Dona Maria do Céu quando começou a sentir os sintomas característicos do coronavírus, próximo do feriado da Sexta-feira Santa, achou que fosse o agravamento de seu quadro habitual. Fez exames que deram negativo para o Covid, mas os sintomas só se agravavam, até que, ao perder as forças e ter dificuldades de respirar, foi socorrida por uma equipe do Samu e encaminhada para o Complexo de Patos.
Com três filhos, seis netos e um bisneto, e ainda sem poder abraçar todos os familiares, em respeito às regras de distanciamento social, ela não vê a hora de voltar a reunir a família e festejar o dom da vida. “Esse vírus não é brincadeira, não é coisa de Deus, mas Deus vai dar um jeito de acabar com isso e com sua misericórdia vai proteger os filhos dele, com especial atenção para os profissionais que estão lutando e arriscando as próprias vidas para cuidar dos doentes nos hospitais, para que o maior número possível de pessoas possam passar por tudo o que eu passei e poder contar a história como estou fazendo agora”, disse ela, reiterando o agradecimento à equipe do Complexo de Patos.
Primeira paciente a receber a alta
A data da última sexta-feira (01) foi um marco na história do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC), que registrou a alta da primeira paciente grave que se recuperou e superou as complicações do Covid-19, e também na vida da senhora Maria do Carmo, 68 anos que, pertencente ao grupo de risco, com diabetes e hipertensão, conseguiu driblar os prognósticos e se recuperar de um quadro grave da doença e voltar para a casa curada. A alta da paciente foi assinada pelo médico intensivista Pedro Augusto, o qual acompanha diariamente a evolução dos pacientes na ala de isolamento da unidade, que é referência para casos de coronavírus no sertão do estado. Ela permaneceu sob os cuidados do Complexo do dia 24 de abril até o último dia 1º de Maio.
Segundo Dr. Pedro, a assistência inicial que a Sra. Maria do Carmo recebeu na UPA de Patos fez toda a diferença na evolução do quadro da paciente. “A entubação precoce evita que o paciente entre num quadro de decomposição pulmonar, propiciando um descanso ao pulmão e aumentando as chances de recuperação da capacidade respiratória”, explica o médico, lembrando que a conduta do colega da UPA, Dr. Juan Nathan, de entubar a paciente logo quando os sinais se agravaram foi decisivo na evolução positiva dela. Ele recorda que a paciente já chegou em ventilação mecânica no Complexo e que foi mantida assim durante três dias, até o dia 27, quando começou a redução da sedação e, posterior, retirada da ventilação mecânica.
Para a Sra. Maria do Carmo, que chegou na UPA consciente e orientada, no dia 23 de abril, apenas com cansaço e alguns sinais da doença, e que foi transferida para o hospital sedada e com ventilação mecânica poucas horas depois, a experiência vivenciada durante os oito dias de internação no Complexo não será jamais esquecida. “Estamos trabalhando com amor, com muita dedicação, com toda a proteção necessária, dando o aporte que nossos pacientes precisam e seguindo todos os protocolos. Esperamos que essa história de superação seja uma constante no nosso dia a dia nesta batalha de cura de nossos pacientes”, ressaltou a diretora geral do Complexo, Liliane Sena.
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