EXCLUSIVO: Reitor da UFCG fala sobre risco de perder HU do Sertão após empresa não entregar projeto
Vicemário Simões disse que UFCG não desistiu de entregar o projeto dentro do prazo que garante o empenho de emendas parlamentares no valor de R$ 25 milhões
O reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Vicemário Simões, disse ao Diário do Sertão que a UFCG não desistiu de conseguir fazer com que o projeto do Hospital Universitário do Sertão seja entregue ainda em tempo de garantir o empenho de emendas parlamentares no valor de R$ 25 milhões destinados à construção do hospital.
A informação de que Cajazeiras poderá não ter mais o HU do Sertão pegou muita gente de surpresa nesta semana. Isso porque a superintendente do Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), Mônica Paulino, revelou, em entrevista a um programa de rádio de Cajazeiras, que o Governo Federal poderá não mais garantir a construção do hospital alegando que ele fazia parte das metas do antigo modelo do programa Mais Médicos, que a partir do governo Temer sofreu mudanças. Com isso, não é prioridade do atual governo construir hospitais universitários. Além disso, Mônica falou que a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) não entregou o projeto do hospital dentro do prazo para garantir as emendas parlamentares.
Ao Diário do Sertão, o reitor da UFCG disse que está constantemente buscando contato com o presidente da EBSERH para cobrar a entrega do projeto, que deveria ter acontecido no dia 24 de outubro. Vicemário afirmou que a universidade não estava sabendo que o projeto ainda não foi entregue, e que também não sabe o motivo desse atraso.
Além de manter a cobrança em cima do presidente da EBSERH, o reitor garante que está em permanente contato com Mônica Paulino, diretora do HUJB, e com o professor doutor Antonio Fernandes, diretor do campus da UFCG em Cajazeiras, para que eles, à frente do Comitê Pró-HU do Sertão, exerçam cobrança também sobre o deputado federal Efraim Filho (DEM), líder da bancada paraibana que está envolvida no projeto.
“É evidente que esse sonho não é só de Cajazeiras, é da UFCG como um todo, é da Paraíba, é do Nordeste, é do Brasil, é para todo mundo, porque não pode ser um hospital exclusivo do Sertão, é um hospital-escola”, disse Vicemário.
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“Engessados”
O reitor admite que no momento as pessoas engajadas em prol do hospital estão se sentindo ‘engessadas’ porque o projeto não foi entregue. Mas ele pondera o problema justificando que obras bem menores costumam levar muito tempo na fase de projetos e licitações. No entanto, Vicemário também cobra explicações com relação à não entrega do projeto por parte da EBSERH.
“Estamos hoje engessados porque enquanto não tivermos o projeto na mão, como é que a gente pode abrir licitação? Para nós que estamos mais ansiosos, a gente quer que seja para ontem, mas o que não estou entendendo é porque foi prometida uma data e não foi cumprida a data”.
‘Pacto de resposta’
Vicemário Simões revelou que cobrou do presidente da EBSERH um ‘pacto de resposta’ e está aguardando o desfecho ainda em 2019.
“A universidade está atenta e a gente não vai arredar o pé do que foi firmado pela empresa, independente de quem esteja à frente da empresa”.
Diante do risco de perder o hospital, o reitor explicou que ele não tem poder de destinar para outras obras ou serviços a verba de R$ 25 milhões que já está orçada para a construção do HU do Sertão, pois somente a bancada parlamentar autora das emendas é que podem fazer isso.
União
Por fim, Vicemário pede que as pessoas, entidades, movimentos e sociedade civil organizada continuem engajados na causa ao lado da UFCG.
“Não depende só de mim, depende da EBSERH. Se a EBSERH não entregar o projeto, o que eu posso fazer? Eu estou cobrando diuturnamente. Mas esse tema é de todos, não pode ficar tudo sobre mim. Eu estou à frente da instituição, mas estou contando com todo mundo ajudando”.
Redação DIÁRIO DO SERTÃO
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