Em colapso total, cidade do Sertão da Paraíba é abastecida com ‘lama’, e os moradores reclamam de doenças; reportagem especial mostra a ‘tragédia’ da seca na região – VÍDEO
Com uma população de quase 7 mil habitantes, Riacho dos Cavalos é o retrato da situação de calamidade que vive o Sertão da PB
Na primeira reportagem de uma série que destaca as dificuldades e as ações que geram resultados positivos nas cidades do Sertão da Paraíba, a equipe da TV Diário do Sertão visitou Riacho dos Cavalos, município localizado na microrregião de Catolé do Rocha, e mostrou como os moradores estão enfrentando a seca que castiga a região há cerca de quatro anos.
Com uma população de quase 7 mil habitantes, Riacho dos Cavalos é o retrato da situação de calamidade que muitos municípios paraibanos enfrentam por causa da estiagem e da falta de compromisso de alguns gestores públicos com o abastecimento d’água.
A cidade era abastecida pelo Açude Grande, mas o reservatório não acumula água suficiente desde 2014. Com isso, foi preciso recorrer a um cacimbão de onde a água é levada para a estação de tratamento da Cagepa e de lá bombeada para uma caixa no Centro, onde os moradores disputam diariamente espaço para conseguir um único balde d’água.
Mas existe outro problema que agrava ainda mais a situação. A água do cacimbão é tão suja que mesmo após passar pelo tratamento, ela chega barrenta e inapropriada para beber.
A dona de casa Gerucina de Souza, que mora numa casa com seis pessoas, afirma que gasta cerca de 300 reais por mês comprando água para beber, pois o líquido que fica na caixa pública provoca doenças até mesmo se for usado para tomar banho.
“O dinheiro que a pessoa pega, invés de comprar coisas melhores pra casa, tem que gastar com água. A água que vem da Cagepa é lama, isso dá doença”, reclama.
A cidade recebe abastecimento por caminhões pipa com frequência irregular, e mesmo assim nem todos conseguem a água, conta o agricultor Benedito José. “Quando chega água no pipa, tem muita gente e muitas vezes a gente volta com a vasilha seca.”
O jeito, então, é comprar água. “É uma correria só. Se for preciso, é de dia e de noite, e cada dia que passa a água vai baixando mais [a quantidade], os donos de cacimbão aumentam o preço e têm que passar para o consumidor”, explica o revendedor de água José Ailton.
Riacho dos Cavalos-PB
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