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Em colapso total, cidade do Sertão da Paraíba é abastecida com ‘lama’, e os moradores reclamam de doenças; reportagem especial mostra a ‘tragédia’ da seca na região – VÍDEO

Com uma população de quase 7 mil habitantes, Riacho dos Cavalos é o retrato da situação de calamidade que vive o Sertão da PB

Por Luis Fernando Mifô

05/12/2016 às 17h13 • atualizado em 05/12/2016 às 17h18

Na primeira reportagem de uma série que destaca as dificuldades e as ações que geram resultados positivos nas cidades do Sertão da Paraíba, a equipe da TV Diário do Sertão visitou Riacho dos Cavalos, município localizado na microrregião de Catolé do Rocha, e mostrou como os moradores estão enfrentando a seca que castiga a região há cerca de quatro anos.

Baldes na fila para abastecer na caixa d'água

Baldes na fila para abastecer na caixa d’água

Com uma população de quase 7 mil habitantes, Riacho dos Cavalos é o retrato da situação de calamidade que muitos municípios paraibanos enfrentam por causa da estiagem e da falta de compromisso de alguns gestores públicos com o abastecimento d’água.

A cidade era abastecida pelo Açude Grande, mas o reservatório não acumula água suficiente desde 2014. Com isso, foi preciso recorrer a um cacimbão de onde a água é levada para a estação de tratamento da Cagepa e de lá bombeada para uma caixa no Centro, onde os moradores disputam diariamente espaço para conseguir um único balde d’água.

Mas existe outro problema que agrava ainda mais a situação. A água do cacimbão é tão suja que mesmo após passar pelo tratamento, ela chega barrenta e inapropriada para beber.

Coloração da água acusa a qualidade

Coloração da água acusa a qualidade

A dona de casa Gerucina de Souza, que mora numa casa com seis pessoas, afirma que gasta cerca de 300 reais por mês comprando água para beber, pois o líquido que fica na caixa pública provoca doenças até mesmo se for usado para tomar banho.

“O dinheiro que a pessoa pega, invés de comprar coisas melhores pra casa, tem que gastar com água. A água que vem da Cagepa é lama, isso dá doença”, reclama.

A cidade recebe abastecimento por caminhões pipa com frequência irregular, e mesmo assim nem todos conseguem a água, conta o agricultor Benedito José. “Quando chega água no pipa, tem muita gente e muitas vezes a gente volta com a vasilha seca.”

O jeito, então, é comprar água. “É uma correria só. Se for preciso, é de dia e de noite, e cada dia que passa a água vai baixando mais [a quantidade], os donos de cacimbão aumentam o preço e têm que passar para o consumidor”, explica o revendedor de água José Ailton.

Riacho dos Cavalos-PB

Açude está completamente seco

Açude está completamente seco

Água do cacimbão que abastece a cidade

Água do cacimbão que abastece a cidade

DIÁRIO DO SERTÃO

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