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Centenas de fiéis e devotos participam da caminhada da misericórdia até a estatua de Frei Damião em Sousa

A caminhada seguiu até a estatua do Frei Damião, onde houve missa campal

Por Campelo Sousa

30/05/2016 às 16h36 • atualizado em 30/05/2016 às 16h37

Caminhada da misericórdia em Sousa (Foto: DS / Paróquia São João Batista)

Centenas de fiéis e devotos da cidade de Sousa, participaram na madrugada deste domingo (29) da Caminhada da Misericórdia, por meio do missionário confessor Frei Damião.

A concentração saiu da Igreja São João Batista, no alto do Cruzeiro com destino à estatua de Frei Damião localizada no ponto mais alto da cidade, chamado de serrote da Benção de Deus, na estrada para o Lastro, há 3 km da Sede.

A caminhada atrai centenas de fiés e devotos todos os anos. Padres, ministros da eucaristia, frades, e demais religiosos participam da grande festa da fé.

A celebração da Santa Missa ficou por conta dos padres da região, e do Padre José Elias de Sousa Sá, da Paróquia do Bom Jesus Eucarístico. Frei Damião que este ano completa 19 anos de seu falecimento.

Caminhada da misericórdia em Sousa (Foto: DS / Paróquia São João Batista)

Caminhada da misericórdia em Sousa (Foto: DS / Paróquia São João Batista)

Caminhada da misericórdia em Sousa (Foto: DS / Paróquia São João Batista)

Caminhada da misericórdia em Sousa (Foto: DS / Paróquia São João Batista)

HISTÓRIA DE VIDA E FÉ

Frei Damião começou sua vida religiosa aos doze anos, quando foi estudar em um colégio de padres.  15 anos depois se formou em teologia em Roma e foi docente do Convento de Vila Basélica e do Convento de Massa. O frade capuchinho, ordenado sacerdote, veio do norte da Itália para o Brasil no início da década de 1930, estabelecendo-se no Convento de São Felix da Ordem dos Capuchinhos, sendo venerado por fiéis, principalmente nordestinos, pois foi nessa região que ele viveu a maior parte de sua vida, fazendo peregrinações pelas cidades, dando comunhão, confessando, realizando casamentos e batismos. Por muitos nordestinos considerado como santo, encontra-se atualmente em processo de beatificação desde 31 de maio de 2003.

Por dia, muitas cartas chegam ao Convento de São Félix, contando fatos de cura, milagre, que a ciência não consegue entender.

Sua primeira missa foi nos arredores da cidade de Gravatá, em Pernambuco, na capela de São Miguel, no Riacho do Mel. Anualmente, no mês de maio, realiza-se naquela cidade as Festividades de Frei Damião: uma grande caminhada sai da Igreja Matriz Nossa Senhora de Santa’Ana (no centro de Gravatá) e vai até a Capela do Riacho do Mel.

Na cidade de Recife, mais precisamente no Convento de São Felix da Ordem dos Capuchinhos, onde se encontra seu corpo, acontece desde sua morte no final de maio Celebrações para Frei Damião.

Ao chegar no Brasil no ano de 1975, recebeu a medalha cunhada em ouro de amigo da cidade de Sousa, no estado da Paraíba, quando permitiu que construí-se a primeira estatua em sua homenagem, tendo o mesmo colocado a pedra fundamental naquele ano e em novembro de 1976 oficiou missa de inauguração, obra do renomado escultor pernambucano Abelardo da Hora. A estatua esta construída no serrote denominado Alto da Benção de Deus, e se constitui hoje num facho abençoado de luz, deixando todos que contemplam mais próximos de Deus e de Nossa Senhora. E hoje é visitada por milhares de fieis.

Frei Damião ocupou-se em disseminar “as santas missões” pelo interior do Nordeste. “As santas missões” eram um tipo de cruzadas missionárias, de alguns dias de duração, pelas cidades nordestinas. Nessas ocasiões, era armado um palanque ao ar-livre com vários alto-falantes onde o frade transmitia os seus sermões. Quando perguntado sobre os objetivos de suas “santas missões” aos sertanejos, o frei respondia que um dos objetivos era “livrá-los do Demônio, que queria afastá-los da Igreja e fazê-los abraçar outro credo […]”.

Nunca abandonou suas caminhadas e romarias pelas localidades, no qual acompanhava com ele sempre, um terço e um crucifixo, as quais fazia com seu amigo Frei Fernando. Só parou poucos meses antes de falecer, devido ao agravamento de seu problema na coluna vertebral, fruto da má postura de toda a vida.

Frei Damião faleceu no Hospital Português no Recife, e seu corpo está enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era devoto, no Convento São Félix e sua vida é retratada no livro do escritor Luís Cristóvão dos Santos, Frei Damião – O Missionário dos Sertões.

DIÁRIO DO SERTÃO

 

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