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Secretário diz por que não consegue reabrir o hospital de Cachoeira dos Índios – VÍDEO

De acordo com Jocildo Cachoeira, o município tem coeficiente de FPM de apenas 0,6 e não tem condições financeiras de bancar o funcionamento do hospital

Por Jocivan Pinheiro

10/03/2016 às 17h35 • atualizado em 13/03/2016 às 11h51

Durante participação ao vivo no programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão, nesta quinta-feira (10), o secretário de Saúde do município de Cachoeira dos Índios, Jocildo Cachoeira, abriu o dossiê da atual situação da saúde naquele município. A principal reclamação para as dificuldades de gerir a pasta foi a escassez de recursos. Esse problema, segundo ele, afeta principalmente o hospital da cidade, que permanece interditado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).

Jocildo Cachoeira, secretário de Saúde de Cachoeira dos Índios, no programa Olho Vivo

Jocildo Cachoeira, secretário de Saúde de Cachoeira dos Índios, no programa Olho Vivo da TVDS

De acordo com Jocildo, o município de Cachoeira dos Índios – cujo coeficiente de FPM (Fundo de Participação dos Município) é de apenas 0,6 – não tem condições financeiras de bancar o funcionamento pleno do hospital, com profissionais que possam estar de plantão 24 horas.

“Não se faz nada se não tiver dinheiro. Hoje, para o hospital estar aberto nós teríamos que ter médico de plantão 24 horas; um enfermeiro ou dois, dependendo do número de leitos; nós teríamos que ter, no mínimo, cinco ou seis técnicos de enfermagem de plantão; um laboratório, uma assistente social, um fisioterapeuta. Quando você juntar todos os outros profissionais, você vai chegar a uma folha de pagamento de, no mínimo, 100 a 150 mil reais por mês. Prefeitura pequena tem condições disso? De bancar com recursos próprios? Não tem. E nós sabemos que os recursos do SUS [Sistema Único de Saúde] que vêm de uma consulta é irrisória. Três, quatro reais uma consulta que o médico faz. Não abrimos o hospital por isso… falta de recurso”, justificou o secretário.

Segundo Jocildo, abrir o hospital é um sonho da atual administração municipal. Tanto que, para isso, ela o entregaria para qualquer órgão ser responsável pela gestão. “Qualquer órgão que queira abrir o hospital de Cachoeira dos Índios, eu entrego agora. Como nós não temos condições de administrar, nós entregamos a qualquer órgão, tanto faz ser o Estado ou o Governo Federal ou qualquer universidade, com toda a estrutura física e se for possível a gente dá até alguns funcionários”, admitiu.

Escassez de médicos

Outro problema que a Secretaria de Saúde do Município enfrenta é a escassez de médicos para suprir as demandas das zonas urbana e rural nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com Jocildo, atualmente Cachoeira dos Índios tem quatro UBS e apenas três médicos – eram quatro, mas uma médica precisou se licenciar para fazer Residência. Além disso, há concorrência de outros municípios na questão salarial. O secretário revelou que Cachoeira paga o salário mais baixo da região para médicos.

Ações contra o Aedes aegypti

Mesmo com toda dificuldade de recursos, Cachoeira dos Índios tem se destacado em algumas ações de saúde. A principal delas é o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da Dengue e da Febre Chikungunya. Segundo Jocildo, Cachoeira foi o primeiro município da região a desenvolver campanha educativa para o combate ao mosquito nas residências e nas escolas, com palestras e distribuição de tampas artesanais para potes que armazenam água. “O poder público, hoje, não tem condições de revolver se não tiver o apoio da população”, ressaltou o secretário.

DIÁRIO DO SERTÃO

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