Secretário diz por que não consegue reabrir o hospital de Cachoeira dos Índios – VÍDEO
De acordo com Jocildo Cachoeira, o município tem coeficiente de FPM de apenas 0,6 e não tem condições financeiras de bancar o funcionamento do hospital
Durante participação ao vivo no programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão, nesta quinta-feira (10), o secretário de Saúde do município de Cachoeira dos Índios, Jocildo Cachoeira, abriu o dossiê da atual situação da saúde naquele município. A principal reclamação para as dificuldades de gerir a pasta foi a escassez de recursos. Esse problema, segundo ele, afeta principalmente o hospital da cidade, que permanece interditado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).
De acordo com Jocildo, o município de Cachoeira dos Índios – cujo coeficiente de FPM (Fundo de Participação dos Município) é de apenas 0,6 – não tem condições financeiras de bancar o funcionamento pleno do hospital, com profissionais que possam estar de plantão 24 horas.
“Não se faz nada se não tiver dinheiro. Hoje, para o hospital estar aberto nós teríamos que ter médico de plantão 24 horas; um enfermeiro ou dois, dependendo do número de leitos; nós teríamos que ter, no mínimo, cinco ou seis técnicos de enfermagem de plantão; um laboratório, uma assistente social, um fisioterapeuta. Quando você juntar todos os outros profissionais, você vai chegar a uma folha de pagamento de, no mínimo, 100 a 150 mil reais por mês. Prefeitura pequena tem condições disso? De bancar com recursos próprios? Não tem. E nós sabemos que os recursos do SUS [Sistema Único de Saúde] que vêm de uma consulta é irrisória. Três, quatro reais uma consulta que o médico faz. Não abrimos o hospital por isso… falta de recurso”, justificou o secretário.
Segundo Jocildo, abrir o hospital é um sonho da atual administração municipal. Tanto que, para isso, ela o entregaria para qualquer órgão ser responsável pela gestão. “Qualquer órgão que queira abrir o hospital de Cachoeira dos Índios, eu entrego agora. Como nós não temos condições de administrar, nós entregamos a qualquer órgão, tanto faz ser o Estado ou o Governo Federal ou qualquer universidade, com toda a estrutura física e se for possível a gente dá até alguns funcionários”, admitiu.
Escassez de médicos
Outro problema que a Secretaria de Saúde do Município enfrenta é a escassez de médicos para suprir as demandas das zonas urbana e rural nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com Jocildo, atualmente Cachoeira dos Índios tem quatro UBS e apenas três médicos – eram quatro, mas uma médica precisou se licenciar para fazer Residência. Além disso, há concorrência de outros municípios na questão salarial. O secretário revelou que Cachoeira paga o salário mais baixo da região para médicos.
Ações contra o Aedes aegypti
Mesmo com toda dificuldade de recursos, Cachoeira dos Índios tem se destacado em algumas ações de saúde. A principal delas é o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da Dengue e da Febre Chikungunya. Segundo Jocildo, Cachoeira foi o primeiro município da região a desenvolver campanha educativa para o combate ao mosquito nas residências e nas escolas, com palestras e distribuição de tampas artesanais para potes que armazenam água. “O poder público, hoje, não tem condições de revolver se não tiver o apoio da população”, ressaltou o secretário.
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