Açude do Orós sangra após quatro anos
Em decorrência das cheias do Rio Jaguaribe, o nível do açude Orós vinha aumentando, diariamente, cerca de 20cm. A expectativa era de que a barragem atingisse o volume máximo ainda na noite de sábado, mas somente aos 15 minutos da madrugada de ontem uma lâmina de água de 2cm transbordou sobre o sangradouro, que tem […]
Em decorrência das cheias do Rio Jaguaribe, o nível do açude Orós vinha aumentando, diariamente, cerca de 20cm. A expectativa era de que a barragem atingisse o volume máximo ainda na noite de sábado, mas somente aos 15 minutos da madrugada de ontem uma lâmina de água de 2cm transbordou sobre o sangradouro, que tem uma extensão de 150 metros. A notícia da sangria espalhou-se rapidamente e, neste domingo, milhares de pessoas da região Centro-Sul foram assistir ao espetáculo da queda d’água no segundo maior reservatório do Estado do Ceará.
De acordo com dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), subiu para 53 o número de açudes que estavam sangrando ontem. O açude Orós, no Vale do Jaguaribe, no fim da tarde já sangrava com uma lâmina de 15cm. Na parede do reservatório e mirante do sangradouro, era intensa a movimentação de visitantes, vindos de cidades da região Centro-Sul.
A professora Joana Custódio e as filhas, Lara e Lia, vieram de Iguatu. "Mesmo com pouca água escorrendo no sangradouro, é muito bonito", disse Joana. "Trouxe milhas filhas ainda pequenas em 2004 e voltei este ano de novo". O aposentado João de Souza, que trabalhou na construção do açude, disse que não cansa de ver a queda d’água. "Fico aqui muitas horas, observando um pouco de longe. Todas as vezes que ele sangrou, acompanhei".
A sangria do Orós, tradicionalmente, atrai milhares de pessoas. Cresce o movimento nos bares, restaurantes e balneários, contribuindo para o incremento da economia local. "Orós é uma cidade turística e nessa época do ano há um aumento elevado de visitantes", diz a prefeita, Fátima Bezerra.
A última vez que o Orós sangrou foi em fevereiro de 2004. Começou às 10 horas da manhã do dia 5 daquele mês e prosseguiu até 12 de julho. Na vazão máxima, chegou a alcançar a altura de 1,95 metros.
Neste ano, o açude recebeu uma recarga de 40%, pois antes do período chuvoso acumulava 60% da capacidade máxima, que é de 1,9 bilhão de metros cúbicos de água. Entretanto, o Rio Jaguaribe reduziu o seu volume ontem e a perspectiva é de que, por enquanto, o nível de sangria do Orós se mantenha reduzido. Os funcionários do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) monitoravam a subida da água desde a noite de sábado. "Ficamos até as 2 horas (de domingo) acompanhando o nível do reservatório", contou Francisco Germano Moreira, chefe da Unidade Administrativa do açude Orós.
No início da manhã de ontem, um grupo de servidores já estava de volta à barragem. "Agora, a nossa preocupação é com o controle do trânsito de veículos e de pessoas sobre a parede e no mirante do sangradouro", disse Germano. "Dá muito trabalho tirar as pessoas da parede do sangradouro", acrescentou o funcionário do Dnocs, Lourival Pereira.
Honório Barbosa
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