Em tom de despedida, Lula alfineta oposição e diz que faz o que nunca fizeram no país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alfinetou a oposição nesta quarta-feira (15) durante cerimônia de registro em cartório do balanço dos feitos do seu governo. O presidente, que tem mais 15 dias de mandato, falou em tom de despedida e afirmou que fez o que “os outros nunca fizeram” pelo país. Lula aproveitou para rebater críticas à expressão “nunca antes na história deste país”, que marcou seus discursos nos últimos oito anos.

– Muita gente fica incomodada quando digo nunca antes, dizem que estou descobrindo o Brasil, não estou descobrindo. Só estou fazendo o que nunca fizeram. Vejo jornal e não vejo matéria favorável a mim, daí eu falo, vamos viajar o Brasil para eu mesmo falar bem de mim.

Registro em cartório
De acordo com o presidente, o registro das ações em cartório serve para que fique claro o que o seu governo realizou, e para nortear as ações dos próximos anos, com o que “faltou fazer”. O presidente destacou que, graças à reeleição, a presidente eleita Dilma Rousseff poderá dar continuidade à sua administração.

– Governo é eleito, governa, vai embora, não tem prestação de contas, e essa prestação de contas é menos para engrandecer o que fizemos e mais para dar fotografia à sociedade para que ela veja o que foi feito e perceba o que não foi feito e o que precisa ser feito.

Dilma pode ver isso aqui e ver coisas que ela pode fazer. Por isso que Deus e os políticos garantiram a reeleição e a continuidade.

Pobreza
Entre as realizações que colocou no livro do balanço, Lula destacou a saída de pessoas da pobreza. De acordo com o presidente, seu governo garantiu três refeições diárias à grande parte de pessoas que passavam fome, como tinha prometido em seu discurso de posse.

– Transformamos combate à fome em causa nacional. Garantimos à população três refeições diárias. Um dia uma pessoa me falou: quando o senhor foi eleito dizia que a gente ia comer três vezes por dia. Estou dizendo que estou comendo que nem pintinho de Granja, estou comendo toda hora.

Aprovação
O presidente destacou os mais de 80% de aprovação de sua gestão ao fim do segundo mandato e lembrou que se somadas às avaliações de "regular", sua aprovação chega a 96% da população.

– É quase a unanimidade. Peço aos outros 4% que nos classificaram como ruins ou péssimos, que nos olhem com bondade e que olhem para a Dilminha com bondade.

Dilma
Lula afirmou que, ao contrário do que impressa publicou, não foi ele quem escolheu a continuidade dos ministros Mantega e Paulo Bernardo (que deixa o Planejamento e assume as Comunicações) no próximo governo.

– A Dilma os conhece muito mais do que eu. Cada vez que eles entravam na minha sala, já tinham feito duas ou três reuniões com ela. Ela que escolheu, com o livre arbítrio dela.

Alencar
O presidente fez uma homenagem especial ao vice-presidente José Alencar, que se encontra internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ele lembrou o jantar no qual conheceu o empresário e que, na hora, pensou que ele seria seu vice.

Ele afirmou duvidar que algum governante mundial tenha tido um vice tão bom quanto Alencar.

– Pode ter igual, mas melhor eu duvido, um companheiro fiel como eu nunca vi na vida. O grande empresário e um médio sindicalista se juntaram e fizeram pelo Brasil o que muitos outros não fizeram.

R7

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