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Médicos usam técnica irregular com ozônio

Médicos desafiam governo e usam terapia de ozônio às escondidas. Especialistas atendem pacientes de forma discreta; ministério não reconhece técnica

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20/02/2011 às 12h49

Mesmo com a falta de regulamentação no país, médicos brasileiros de diferentes formações utilizam o ozônio em tratamentos. A Abroz oferece dois cursos anuais de ozonioterapia em seu site onde qualquer médico pode se inscrever. Ao menos 200 médicos fazem parte da associação, segundo a diretora.

A prática da ozonioterapia pode ser punida pelo CFM, caso o médico seja denunciado. Diante disso, o conselho avalia se o tratamento fez algum mal à saúde do paciente ou se a pessoa perdeu a chance de ser tratado de uma maneira mais eficaz. Se isso, de fato, aconteceu, o médico pode sofrer processo administrativo que, em última instância, leva à cassação do registro.

A diretora da Abroz reconhece essa condição, mas não deixa de usar a técnica. Otorrinolaringologista, com especialidade em ozonioterapia, concluída na Alemanha, Emília diz que já curou lesões complicadas nos pés de diabéticos e grandes feridas expostas com o uso do ozônio.

– Sou ozonioterapeuta e todo o médico tem autorização de tratar o paciente integralmente. A gente não fica falando que faz, mas queremos mostrar que o procedimento é usado.

O administrador Antonio Carlos Sebrian, de 54 anos, que tratou uma erisipela (infecção de pele causada pela bactéria estreptococos, com aspecto de vermelhidão) na perna esquerda, com a doutora Emília, é entusiasta do método.
Segundo ele, somente as sessões de ozonioterapia aliviaram as dores intensas que sentia. Depois de passar por três sessões de ozonioterapia, a ferida começou a cicatrizar. Em mais duas sessões, a lesão tinha sumido, conta. Ele afirma que não sofreu nenhum efeito colateral.

O entusiasmo se mantém mesmo depois de informar o preço pago pelo pacote: R$ 10 mil. Sebrian explica que o alto preço condiz com o tratamento que fez. Além de receber injeções e usar os sacos plásticos vaporizados com ozônio, o administrador se submeteu a uma série de 73 tipos de exames de sangue para detectar “deficiências no organismo”.

– Fiz um tratamento geral diferente da medicina tradicional, que trata o ser humano como um todo. Se fizesse só as sessões para curar a ferida, ia gastar menos, mas o problema ia insistir e a deficiência continuar.

Sebrian conta que a bateria de exames indicou baixa imunidade no organismo. Para melhorar seu estado, a médica indicou vitaminas e florais, além de mais sessões de ozonioterapia. Todo o tratamento durou três meses.

Cada aplicação custa de R$ 80 a R$ 100, diz Emília.

R7

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