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Só duas de 56 faculdades de ensino a distância tiram nota máxima

Pesquisa sobre o tema ouviu mais de 15 mil estudantes em todo o país

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20/02/2011 às 12h54

De 56 instituições particulares de ensino que oferecem cursos de graduação à distância no Brasil, só duas obtiveram a nota máxima em um ranking preparado pela ABE-EAD (Associação Brasileira dos Estudantes de Educação à Distância).
Em uma escala de um a cinco pontos, a FGV (Fundação Getulio Vargas) e a AIEC (Associação Internacional de Educação Continuada) ficaram com a primeira e a segunda posição no ranking, respectivamente. Ambas obtiveram nota cinco.

Foram ouvidos 15.012 estudantes das faculdades e centros universitários avaliados pelo estudo. Cada um deles respondeu a um questionário com 40 perguntas sobre a qualidade do ensino adquirido – a ABE-EAD não levou em consideração a metodologia das aulas dadas, nem o número de alunos em cada curso.

Ricardo Holz, presidente da associação, explica que as perguntas foram direcionadas exclusivamente à opinião dos estudantes. Entre os pontos avaliados estão: a qualidade dos cursos, o material usado nas aulas, o sentimento de aprendizado real ou a falta desse sentimento, e, principalmente, a rapidez dos professores para responder às dúvidas dos estudantes – geralmente por e-mail.

Segundo Holz, a demora na resposta é “o maior problema da EaD (Educação à Distância)”.

– Tem professor que demora três dias para responder [à pergunta do estudante]. Se o aluno não recebe logo a explicação de uma dúvida, ele logo se desmotiva. Por isso, é um ponto muito importante.

Segunda vez

A pesquisa foi realizada entre 1º de julho e 29 de outubro de 2010, em todos os Estados brasileiros. É a segunda vez que os alunos dos cursos à distância de universidades credenciadas pelo MEC (Ministério da Educação) são avaliados – a primeira pesquisa foi divulgada em 2009.

Os cursos à distância de instituições públicas ficaram de fora, mas devem ser avaliados em 2011, segundo Holz. A pesquisa revelou que quase 59% das instituições foram avaliadas como boas (nota 4); 28% estão no nível satisfatório (nota 3); e 7% são ruins ou péssimas (notas 2 e 1).

Nas duas últimas posições estão a Unicid (Universidade Cidade de São Paulo) e a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), com notas gerais 1,73 e 1,72, respectivamente.

Método

Para Vicente Nogueira Filho, diretor da AIEC, o ranking "não é válido" para quem pretende estudar à distância. Com exceção da FGV – ambas as instituições trabalham com atendimento 100% online e provas presenciais – todas as outras 54 instituições avaliadas usam o mesmo sistema de ensino, diz Nogueira Filho, “que é o da Unopar (Universidade Norte do Paraná)".
– Essa é a metodologia que representa a quase totalidade desse tipo de ensino [à distância]. Parece impossível, mas o curso de administração dessa universidade [a Unopar] obteve nota 3 no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).

Elisa Maria de Assis, pró-reitora da Unopar, rebate as críticas do presidente da AIEC e afirma que o método usado pela universidade é "um modelo consolidado, validado pelo MEC". Ela ressalta que os alunos de cursos à distância são distribuídos em salas com no máximo 50 pessoas. Eles assistem às aulas por sátélite, ao vivo, e podem tirar dúvidas em tempo real, além do conteúdo transmitido pela web.

– A nota 3 no Enade é uma nota satisfatória; os conceitos 1 e 2 é que são ruins. Quando você tem um número maior de alunos [a Unopar é a maior universidade de EaD em número de estudantes matriculados] é normal que a média não seja tão alta.

Ricardo Holz frisa que apenas as opiniões dos alunos são consideradas na pesquisa, " e não o método utilizado" pelas instituições para as aulas de ensino à distância.

– Nós ouvimos os estudantes, procuramos saber o que eles acham do curso que fazem, se acham que estão aprendendo ou não. Ninguém melhor do que o estudante para saber.

R7

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