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Homem mata filha, fere outra e se suicida em PE, diz secretaria

Pai manteve as filhas reféns em casa na noite deste sábado. Segundo o governo, polícia invadiu o local após ouvir disparos.

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20/02/2011 às 22h34

Um homem, de 57 anos, que fez a própria família refém neste sábado (19), matou uma das filhas, atirou em outra e se suicidou no bairro da Encruzilhada, no Recife, segundo informações da Secretaria de Defesa Social.

Por volta das 21h40, o suspeito se recusava a deixar o local. Pouco depois, de acordo com a secretaria, após ouvir tiros dentro da casa, a polícia invadiu a residência e encontrou o homem e uma das filhas, de 35 anos, já baleados.

A filha mais nova, de 28 anos, conseguiu deixar a casa por volta das 19h. Ela foi ferida na perna e no braço e passou por cirurgia.

De acordo com o capitão da PM Marcelo Mascarenhas, por volta das 18h50 deste sábado, vizinhos ligaram para a polícia e informaram terem ouvido disparos de armas de fogo vindos da residência.

A PM chegou ao local por volta das 19h e encontrou uma das filhas, de 28 anos, do lado de fora da casa. De acordo com Mascarenhas, a jovem disse que conseguiu fugir de casa, mas que o pai teria disparado também na mãe e na irmã. A Secretaria, no entanto, não confirmou que a mãe também estivesse na residência.

MOTIVOS DO CRIME

Uma discussão familiar a respeito da desocupação de uma casa por causa de uma separação seria a causa da tragédia na noite deste sábado no bairro do Hipódromo. Por se recusar a sair do imóvel pertencente à família da ex-mulher, o aposentado Acyr de Oliveira Correia, de 57 anos, atirou nas duas filhas – Priscila Gomes Correia, de 35 e Lizandra Gomes Correia, de 28. A mais velha morreu e a mais nova conseguiu escapar e pedir ajuda, mesmo tendo sido baleada cinco vezes no tórax (2), no braço (2) e na perna. Vizinhos acionaram a polícia por volta das 18h, depois de terem ouvido pelo menos 10 tiros no duplex situado no número 408 da Rua Frederico. Apesar de Lizandra, a sobrevivente, garantir que a sua irmã já havia sido morta, policiais militares e agentes civis tentaram por pelo menos três horas negociar a rendição de Acyr, porque ele teria garantido que Priscila era sua refém.

De acordo com o delegado de plantão da Força-Tarefa da Secretaria de Defesa Social, Charles Gultiergues, a invasão só ocorreu às 20h55 depois que se ouviu mais um tiro dentro da casa. Acyr foi encontrado na escada que dá acesso ao primeiro andar, baleado na cabeça. Levado por uma ambulância para o Hospital da Restauração, ele já chegou sem vida. O corpo de Priscila foi localizado no térreo, mas a polícia não informou onde ela teria sido alvejada pelo próprio pai.

Segundo Gultiergues, as filhas teriam ido ao local para tentar convencer o pai a sair da casa reivindicada pela mãe, identificada apenas como Sueli, que teria se separado de Acyr há duas semanas. Neste período, vizinhos já teriam presenciado Acyr comentar que mataria toda a família, inclusive as empregadas, e depois se suicidaria. O delegado apenas confirmou que o crime teria motivação passional, mas não entrou em mais detalhes.

Pelo menos 15 viaturas da Polícia Militar e três ambulâncias do Corpo de Bombeiros cercaram a casa no Hipódromo na noite deste sábado. Na negociação com os policiais, Acyr teria dito que só se entregaria quando pudesse ver a esposa e filha Lizandra novamente “pela última vez”, insinuando que poderia voltar a atacá-las ou praticar suicídio.

Levada pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital da Restauração onde passaria por cirurgia, Lizandra não informou sobre a situação de seus dois filhos, meninos de três e dois anos de idade – o mais novo faz aniversário neste sábado – que morariam em uma casa nos fundos do imóvel do onde ocorreu a tragédia. A princípio, pensou-se que Acyr teria feito também as crianças reféns, mas elas estavam na casa de parentes.

Familiares de Acyr estiveram na frente da casa tentando convencê-lo a permitir o acesso da polícia, mas ele não conversava com ninguém. De acordo com moradores, o aposentado teria feito comentários no bairro de que uma empregada da casa, por uma fofoca, teria causado a separação de um casamento de 38 anos. Em uma roda de dominó, Acyr teria afirmado, inclusive, que mataria a empregada por ter dito que ele teria se insinuado pra ela.

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Irmã do acusado é impedida pela polícia de entrar na casa. Imagem: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

G1 com DIARIODEPERNAMBUCO

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