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Pessoas gordas são mais discriminados que os negros atualmente, diz o autor de novela

Walcyr Carrasco, autor de “Amor à vida”, saiu em defesa dos gordinhos, após receber várias mensagens no Twitter sobre a enfermeira Perséfone, interpretada por Fabiana Karla. Em seu Facebook, o autor postou um texto dizendo acreditar que “atualmente, gordos são mais discriminados que os negros”. E afirma já ter vivido isso na pele, porque “já […]

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13/06/2013 às 09h52

Walcyr Carrasco, autor de “Amor à vida”, saiu em defesa dos gordinhos, após receber várias mensagens no Twitter sobre a enfermeira Perséfone, interpretada por Fabiana Karla. Em seu Facebook, o autor postou um texto dizendo acreditar que “atualmente, gordos são mais discriminados que os negros”. E afirma já ter vivido isso na pele, porque “já fui praticamente obeso”.

Walcyr conta que, na época, era uma tortura entrar nas lojas para comprar roupas e que várias vezes pensou em comprar uma barraca de camping para usar como túnica. “Ainda mexem comigo por ser gordinho e ter barriga. Os tuítes recebidos fizeram-me refletir sobre a discriminação intensa com os gordos. A gordura sempre é encarada como desleixo. Alguém pode ter um problema hormonal ou de qualquer outro tipo. (…) Tenho vocação para gordo, porque gosto de comer. Existe a compulsão pela comida, que merece tratamento”, acredita o autor.

Ele também alerta que muitos magros sofrem da mesma gulodice. “Só que a genética, para eles, deu sorte. Há quem devore um leitão inteiro e não ganhe um quilo. Para outros, como eu, basta respirar que o ar já engorda! (…) Às vezes, gostaria de ter nascido nos tempos de Buda. É o único gordo reverenciado, apesar da barriga”, afirma.

O autor constata que o mundo atual exalta os magros. “A anorexia, em vez de distúrbio, está se tornando virtude. Eu, que convivo no meio de atrizes e modelos, vejo moças esqueléticas. Quando assisti ao filme ‘A troca’, com Angelina Jolie, me senti até mal com sua magreza. Insistem que é a mulher mais bela do mundo!”, conta Walcyr, que alerta: “Obesidade pode ser uma questão de saúde. Ou de reeducação alimentar. Mas não pode se tornar um problema de rejeição social. Acima de tudo, obrigar as pessoas a se tornar magérrimas em nome de um conceito de beleza, não é estranho?”

Walcyr termina dizendo que ser magro se tornou uma exigência opressiva. E que ser gordo virou uma maldição. Mas que reserva coisas boas para o destino de Perséfone, a inspiração para o seu texto. “Prometo surpresas, mas não conto o final da novela. Garanto: um dia as gordinhas me agradecerão”, avisa.

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