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VÍDEO: Bispo de Patos desabafa contra aumento salarial de Bolsonaro e Mourão e lamenta valor do auxílio

'Canetada' permite aumentar os salários do presidente Jair Bolsonaro do vice-presidente Hamilton Mourão e de generais que atuam no governo para valores acima do teto

Por Luis Fernando Mifô

24/05/2021 às 16h59 • atualizado em 24/05/2021 às 17h04

Durante missa remota, o Bispo da Diocese de Patos, no Sertão paraibano, criticou a ‘canetada’ ministerial que permitiu aumentar os salários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do vice-presidente Hamilton Mourão e de generais que atuam no governo para valores acima do teto constitucional.

A medida publicada no dia 30 de abril prevê que o limite deve ser calculado separadamente sobre cada remuneração recebida cumulativamente por servidores civis e militares e beneficiários de pensões.

Durante a homilia transmitida online, o Bispo da Diocese de Pato, Dom Eraldo Bispo, demonstrou indignação com o aumento salarial do presidente enquanto que o auxílio emergencial mínimo, segundo ele, é de R$ 150,00.

“Eu fico admirado com a capacidade de alguns grupos e às vezes, infelizmente, do próprio Legislativo, que muitas vezes faz leis para favorecer a si mesmo, quando não é possível ter um auxílio emergencial de 600 reais para as famílias pobres. Com muito sofrimento, 150 reais para comprar o gás, mas ou compra o gás ou compra a comida. Eu fico imaginando uma família com 150 reais para se virar durante o mês, diante do aumento salarial exorbitante dos nossos governantes, dos nossos legisladores, dos nossos ministros da Justiça, da turma grande”.

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O presidente Jair Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão (Foto: Reprodução / O Antagonista)

Atualmente, quando o somatório das aposentadorias e salários recebidos ultrapassa o teto, no valor de R$ 39,2 mil, aplica-se o chamado “abate-teto” que reduz o valor final do contracheque.

Segundo os últimos dados disponíveis no Portal da Transparência, Bolsonaro recebeu em fevereiro R$ 30.934 como presidente da República e benefícios de R$ 10.610. O valor bruto total chegaria a R$ 41.544 e desse montante o mecanismo de abate-teto desconta o valor de R$ 2.344. A partir de maio, ele poderá ganhar integralmente os R$ 41.544.

Já Mourão poderá ter um acréscimo de R$ 24 mil mensais. Em fevereiro ele recebeu R$ 30.934 para exercer o cargo de vice-presidente e mais R$ 32.577 da reserva remunerada. Sem o abate-teto, sua remuneração bruta passará a ser de R$ 63.511.

DIÁRIO DO SERTÃO

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