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Norma para mudança no rotativo do cartão sairá em breve, afirma BC

Em dezembro, o governo anunciou que usuários de cartão de crédito não poderão passar mais de 30 dias no rotativo

Por Ana Maria

23/01/2017 às 19h00 • atualizado em 23/01/2017 às 16h16

© Pixabay

O Banco Central vai divulgar em breve uma norma para transformar o crédito rotativo. Cartões de crédito estiveram na pauta do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que se encontrou com representantes de empresas do setor e banqueiros durante sua passagem por Davos.

A ideia é mexer no crédito rotativo no segundo mês e no crédito parcelado.

“A intenção da norma é elevar a queda dos juros”, acrescentou em entrevista coletiva ao encerrar sua participação no Fórum Econômico Mundial, nesta quinta-feira (19).

Para Ilan, o sistema hoje cresce, mas “tem muitos subsídios cruzados, uma parte paga pela outra”.

Em dezembro, o governo anunciou que usuários de cartão de crédito não poderão passar mais de 30 dias no rotativo, linha emergencial utilizada por quem não consegue pagar o valor integral da fatura.

Depois desse prazo, o cliente terá a dívida automaticamente parcelada.

A medida depende de regulamentação no CMN (Conselho Monetário Nacional).

Indagado sobre a possibilidade de acabar com o parcelamento sem juros, Ilan afirmou que “não adiantam medidas. Não quer dizer que vai acabar, só gostaríamos que uma parte não subsidiasse a outra”.

IPCA-15

O resultado do IPCA-15 de janeiro, que veio com alta de 0,31% -abaixo da expectativa e a menor taxa do mês desde 1994-, confirmou o cenário que justificou o corte de 0,75 ponto percentual nos juros, para 13% ao ano, na mais recente reunião do Copom.

“O IPCA-15 faz parte desse cenário com que estávamos trabalhando na ata [do Copom] e no comunicado. Confirma nosso cenário-base [de desinflação]”, disse.

O “novo ritmo” -como classificou Ilan- de queda de 0,75 ponto percentual da taxa Selic não é tão novo, lembrou.

“Tudo o que falamos aqui já estava na ata, não houve mensagem adicional. O parágrafo 22 trazia o estabelecimento do novo ritmo.”

O presidente do BC reiterou “que esse ritmo pode mudar e o tamanho da flexibilização vai continuar dependendo da inflação e de fatores de risco”.

Quanto à tendência de rolagem integral de swaps (que equivalem à venda de dólar no mercado futuro) em fevereiro, Ilan afirmou que “a princípio, sim, [deve ser mantido o volume], “mas nos reservamos o direito de mudar a qualquer momento. Pode ser nas próximas duas semanas, em dois meses, seis meses.”

O Banco Central fará um seminário com ex-presidentes do BC, bancos e economistas em fevereiro sobre o custo do crédito.

“Vamos abrir a discussão sobre o spread bancário, sobre todos os juros da economia”.Com informações de Maria Cristina Frias para a Folhapress.

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