“Acordei com ele me beijando”, relata mulher estuprada no Parque Olímpico por supervisor
Jovem não quer mais voltar ao trabalho nas Olimpíadas
A bombeiro civil, que foi vítima de violência sexual dentro do parque Olímpico da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, falou pela primeira vez sobre o abuso. A jovem de 22 anos descansava deitada em um papelão, em uma sala dentro do velódromo, quando foi surpreendida pelo suspeito.
De acordo com a bombeiro, o trabalho — 12 horas diretas sem intervalos — era exaustivo. Segundo ela, no único momento em que conseguiu parar para descansar, foi acordada pelo supervisor. A vítima conta que despertou, no susto, com o homem sobre ela:
— Acordei com ele me beijando e passando a mão em mim. Quase deitado em cima de mim.
Genival Ferreira Mendes, supervisor da equipe de bombeiros, foi preso e responde pelo crime de violação sexual mediante fraude.
Em entrevista, a vítima conta que, após o abuso, foi socorrida por homens da Força Nacional. Ela ainda se diz assustada e mal consegue dormir. Segundo a jovem, neste momento, só há um sentimento:
— Eu só estou sentindo vergonha.
Apesar de o supervisor estar preso, a jovem tem medo da impunidade.
A bombeiro relata que estava feliz por ter seu primeiro emprego em um evento do porte dos Jogos Olímpicos. Entretanto, ela afirma que não pretende voltar ao serviço, pois teme que a violência possa se repetir:
— É um evento grande, tem bastante segurança. Mas, se aconteceu comigo, pode acontecer com outras e pode acontecer de novo.
Parte dos serviços de segurança do Parque Olímpico foi terceirizado pelo Comitê Rio 2016. A jovem e o supervisor foram contratados pela mesma empresa. A empresa disse que está colaborando com as investigações
R7
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