Em rede social, vítima de estupro coletivo agradece apoio e desabafa: “Não dói o útero e sim a alma”
Adolescente publicou mensagem de agradecimento em sua rede social
A adolescente vítima de estupro coletivo na zona oeste do Rio agradeceu na noite desta quinta-feira (26) o apoio recebido. “Venho comunicar que roubaram meu telefone e obrigada pela apoio de todos”.
Na manhã desta quinta-feira (27), ela acrescentou: “realmente pensei serei que seria julgada mal ! Mas não fui, todas podemos um dia passa e por isso .. Não, não doi o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes !!”.
A vítima foi estuprada por 33 homens nesta semana na zona oeste do Rio. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio (DRCI) pediu na noite desta quinta-feira (26) a prisão de quatro homens envolvidos no crime.
Lucas Santos, de 19 anos, e Raphael Assis, de 41 anos, são acusados de participarem do estupro. Lucas era namorado da adolescente. Raphael é o homem que tirou uma selfie postada nas redes sociais em que ele aparece ao lado da vítima desacordada.
Já Marcelo Correa, de 18 anos, e Michel Brazil, de 20 anos, são acusados de divulgar o vídeo que mostra o estupro com mais de 30 homens nas redes sociais.
Nesta sexta-feira (27), a adolescente irá se encontrar com o promotor responsável pelo caso para prestar novos esclarecimentos. Uma psicóloga irá acompanhar o depoimento.
33 traficantes
A mãe da adolescente relatou que temeu pela vida da filha ao ver o vídeo do crime circulando nas redes sociais. Ela descobriu o que tinha acontecido apenas quando viu a repercussão na internet.
— Eu fiquei surpresa porque nunca achei que eles fossem capazes de tanta barbaridade.
“Eles” são 33 traficantes do morro da Barão, em Praça Seca. Segundo a defesa da vítima, ela foi até a comunidade para encontrar o namorado, no sábado (21). Em depoimento à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, ela afirmou que não lembra do crime, mas acordou no domingo (22) e viu 33 homens armados com fuzis e pistolas em volta dela.
A adolescente relatou que após despertar sentia fortes dores, apesar de não saber o que aconteceu. Depois, ela disse que pegou um táxi para voltar para a casa em que mora com a mãe. Ao chegar em casa, percebeu que o telefone celular havia ficado na comunidade. Na terça-feira (24), ela voltou ao local para pegar o celular e não voltou mais até ser resgatada.
Na quarta-feira (25), um suposto agente comunitário a encontrou, dopada, e levou para a casa da mãe, que ficou aliviada em reencontrar a filha. Ela afirma que ao ver o vídeo, na manhã de quarta, pensou que não veria mais a filha viva.
— Fiquei muito transtornada e naquele momento só pedia para Deus que ela estivesse viva ainda, e que voltasse com vida, do jeito que estivesse.
R7
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