DICA DO DIÁRIO DO SERTÃO: Conheça os sete desafios de uma nova mãe
A mulher que durante nove meses acariciou uma barriga nunca mais será a mesma. Você era filha, era esposa, era profissional, era atleta, era sarada, era, era, era… A partir do primeiro parto, será mãe. Aquele olho no olho assim que o bebê chega é um furacão emocional. Devastador. Passado o susto, depois que você […]
A mulher que durante nove meses acariciou uma barriga nunca mais será a mesma. Você era filha, era esposa, era profissional, era atleta, era sarada, era, era, era… A partir do primeiro parto, será mãe. Aquele olho no olho assim que o bebê chega é um furacão emocional. Devastador. Passado o susto, depois que você vai para o quarto e tenta entender o que aconteceu, lá vem ele, do berçário, com aquela roupinha que você escolheu para ser a primeira da vida dele.
Pegar um filho no colo pela primeira vez é um choque. Como cabia? Como estava aqui dentro até agora há pouco? Logo, ele vai derrubar a primeira mentira que você ouviu a vida toda: quem falou que a gente não nasce sabendo? Ofereça o peito a seu filho e você descobrirá que os filhotes de humanos podem, sim, vir com o chip da amamentação prontinho. Mas atenção: nem todo bebê pega o peito de primeira, e esse é só um dos mitos e desafios que esperam uma mãe fresca.
Diante do primeiro filho, uma muralha de inseguranças se ergue. Seu corpo é outro. Sua rotina é nova. “Até aquela criatura é ao mesmo tempo tão íntima e tão estranha, tão você e tão decididamente outra pessoa”, como bem explica a psicoterapeuta Lídia Aratangy. Natural, portanto, que você se depare com dúvidas diárias e que, em alguns momentos, queira sair gritando em busca de ajuda. Nessas horas, respire fundo. A seguir, um manual de sobrevivência para você vencer os sete principais desafios desses primeiros dias.
1. Ele precisa mamar!
Que o leite materno é o melhor alimento para um humano recém-nascido não há dúvidas. A comunidade médica, a família, os amigos, todo mundo recomenda, praticamente exige, que a mulher que deu à luz amamente seu bebê. Mas as perguntas parecem não ter fim. Terei leite? Meu leite será forte? O bebê vai conseguir sugar? Fisiologicamente, a possibilidade dessas preocupações se tornarem realidade é bem pequena. O vilão é o estado emocional da nova mãe. O nervosismo e a ansiedade podem influenciar a produção do leite ou o comportamento do bebê. E a mãe tensa por não conseguir amamentar não fará bem nem a ela, nem ao bebê. A mamadeira, nesses casos, pode ser aliada. Já as que conseguem o encaixe perfeito vivenciam momentos inesquecíveis.
O que fazer?
“Um ambiente tranquilo contribui para a amamentação fluir naturalmente. A mãe que se sente apoiada pela família, principalmente pelo marido, desenvolve mais segurança para acreditar que está apta a amamentar seu filho”, diz a psicóloga Denise Magalhães Scudeler, mãe de três filhos. Segundo ela, o período da amamentação é a fase de adaptação entre mãe e bebê e requer disponibilidade integral da mulher às novas descobertas.
2. No meio do caminho tem um marido
Ser mãe fez de você uma pessoa mais doce, mais apaixonada pela vida e, surpresa, com uma imensa vontade de se livrar do marido em algumas situações. Muitas jovens mães pensam em pedir divórcio pelo menos uma dúzia de vezes… ao dia. E isso é absolutamente normal. Noites maldormidas, choros constantes, preocupações, descontentamento com o corpo, cuidados com a casa são apenas alguns exemplos que deixam a nova mãe “à beira de um ataque de nervos”. Muitos maridos simplesmente não entendem o trabalho que dá cuidar de um bebê 24 horas, sete dias por semana. Juntem-se uma mulher estressada e um marido pouco compreensivo e o resultado será uma “explosão” no relacionamento. Nos primeiros três meses após o nascimento do bebê, a relação entre mãe e filho permanece quase tão fechada quanto antes, o que pode ser difícil para o casal. Cabe à mulher permitir que o marido participe desta nova fase.
O que fazer?
“O melhor que o marido pode fazer é ajeitar a almofada, trazer um copo d’água e sumir nos intervalos”, brinca a psicoterapeuta Lídia Aratangy, que considera muito bem-vindo o novo exercício da paternidade. “Pai que dá banho, que põe para arrotar, que derrubou o tabu de que o bebê é só da mãe. Mas ele tem o jeito dele de cuidar do filho, que não é o dela, um jeito masculino de dar banho, de trocar fralda.” A única maneira de desenvolver isso é poder errar sossegado, sem ouvir um pito a cada deslize do exército de mulheres que costuma rodear o bebê: a mãe, a avó, a babá, a madrinha… O homem também pode ser um excelente leão de chácara para filtrar visitas e palpiteiros, e fazer o possível para manter mãe e bebê mais sossegados.
3. Eu ainda sou mulher
Sua principal função e seu objetivo de vida ao se tornar mãe é cuidar do bebê. Esse é o pensamento que toma conta de você no pós-parto e que permanecerá por muito tempo, pois é dessa forma que você se vê. Mas peraí. A primeira providência ao chegar em casa com um bebê no colo é ajustar a sua rotina. Logo você vai perceber o horário que ele desperta, quanto tempo leva mamando e quanto sobra pra você, entre uma mamada e outra, tomar um banho, se arrumar, colocar uma roupa confortável e se cuidar. Nada de ficar de pijama o dia todo. Não foi só seu corpo que mudou, mas seu universo ficou diferente. Só que você não pode se descuidar de você. Num primeiro momento, o corpo está preparado para a maternidade, não sobra muito espaço para a sensualidade. É preciso dar um tempo para isso, um tempo que tem mais a ver com etapas a serem vencidas do que com dias, meses, semanas. A nova mãe deve preocupar-se em cultivar seu papel de esposa e de mulher. E encontrar espaço para fazer coisas que lhe agradam, como ir à academia, ao cabeleireiro, estudar – além de encontrar um tempinho para namorar. Esse é um caminho em direção à felicidade própria e da família.
O que fazer?
“Este não é o momento de estar pronta para seduzir, mas está longe de ser o momento de se descuidar. É a hora da soberania absoluta, da intimidade. Quando a mulher se cuida e se curte nesta fase, sai dela mais forte e bonita, com a autoestima fortalecida”, afirma a consultora de imagem Sabina Donadelli. Para a psicóloga Denise Magalhães Scudeler, o diálogo entre o casal é fundamental neste período. Afinal agora existe entre você e seu marido uma aliança a mais. Além de amigos e amantes, vocês são cúmplices na formação de um ser humano. É através dessas coisas que um casal se mantém vivo e estimulado, condições indispensáveis para que a paixão se reinstale e floresça. Tudo o mais é conversa fiada para vender margarina, xampu e desodorante.
4. De mal com o espelho
Angélica, Fernanda Lima, Carolina Dieckmann e outras famosas, como as gringas Halle Berry, Nicole Kidman, Katie Holmes e até Jennifer Lopes, passam às mulheres comuns a impressão de que os quilos ganhos com a maternidade desaparecem miraculosamente – ficam praticamente na sala de parto. A imagem de mães recém-paridas esbeltas e elegantes abala a autoestima de qualquer cidadã normal, que engorda com a gestação e convive com o inchaço, os seios fartos e o excesso de abdome ainda por um bom tempo. A maioria leva por volta de um ano para que o corpo volte ao original, ou seja, para que entre nas roupas. Ainda assim, a recuperação daquele corpo perdido dependerá da disposição e do tempo que você poderá destinar aos exercícios, que só devem ser retomados após liberação médica. Para piorar, a fase da amamentação dá uma fome danada e não é hora de fazer restrição alimentar. A boa notícia é que amamentar gasta uma caloria louca!
O que fazer?
Assim que o seu médico liberar, comece a fazer ginástica, e em casa mesmo. Há livros e vídeos com sugestões de exercícios para todo tipo de mulher – de pilates à aeróbica. Passear com o bebê por 30, 40 minutos é uma das primeiras recomendações. Além de alongamento, séries musculares e agachamentos, a alimentação equilibrada é fundamental. “É indicado que a jovem mãe coma de quatro a cinco frutas por dia, que servem para quebrar o jejum, ativar o metabolismo e fornecer caloria de excelente qualidade”, diz a nutricionista Cínthia Perine. Outra dica é iniciar o dia com sucos verdes e associar a semente de linhaça dourada, que é fonte de ômega 3 e ajuda a reduzir a gordura abdominal. Para dar uma boa secada, corte o açúcar branco, mas não faça grandes restrições. Ah! Um último conselho: só mude o corte de cabelo se você realmente estiver com vontade. Aquela máxima de que você precisa ter cabelos curtos para ficar mais prático é para quem precisa de desculpa para o desleixo!
Do G1
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